torta na cara

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Quando o telefone toca no meu plantão na International House de Davis eu sempre atendo com um gentil bom-dia-como-posso-ajudá-lo? Nem sempre as coisas correm bem. Alías, quase sempre eu dou uma derrapada, falo ou faço algo inapropriado. Hoje não foi diferente. Fiz tamanha confusão com um telefonema para o diretor da casa, que me vi de repente protagonizando uma verdadeira cena de filme pastelão. Corri do meu desk pra sala do diretor três vezes. A pessoa disse nome e sobrenome, mas eu não gravei – isso é um problema que eu só resolvo se consigo escrever o nome num papel imediatamente. A pessoa disse o que queria, mas eu esqueci o que era no momento que abri a porta e olhei pra cara do diretor. Fui, voltei, fui, voltei, nem eu sabia mais o que estava fazendo. Resolvi anotar o recado, porque não entendi o sinal com a cabeça que o diretor fez – vai ou não vai atender a pessoa? Qual é o seu número? Setecincoseistrintaenovevintecinco. Qual é o seu nome outra vez? Zyx. Como? Zyx. Ah, Xyz? Não, é Zyx. Xzy? Z-Y-X!
Pedi tanta desculpa, me senti uma total imbecil. Depois fiquei rindo sozinha, como uma bestanhoca. Contei pras pessoas que eu não tinha entendido o nome do tal cara. Por quê? Era um nome estrangeiro? Complicado? Cheio de consoantes?
Não, o nome do cara era BOB…..

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  • Olá, Fer! Tive uma indicação muito especial do seu blog e estou aqui pra conferir… Adorei… Esta história chamou minha atenção, especialmente, porque também sou muito atrapalhado… Certa vez, estive na Califórnia e acabei tendo a maior briga com uma colega de viagem porque eu decidi não visitar Alcatraz… Depois da briga, resolvi ir sozinho e comprei a tal “trip” pelo fone… Detalhe: eu não falo quase nada de english… Depois de muito papo, conseguir soletrar meu nome e fui pra Alcatraz, sozinho… Vingança… ehheeh. Um prazer passar por aqui. Visite o meu blog tb. http//pontesdisfarcadas.zip.net.

  • Sabe qual e minha vantagem? E que eu trabalho com muitos alunos chineses e, quando eles ligam, eu entendo melhor que os americanos. E depois eles teriam que soletrar o nome deles pra qualquer ser vivente mesmo. Agora quando o nome e americano, eu me apatralho toda!

  • Fer,
    Desculpa o incômodo, mas é que sempre vejo no meu contador algumas entradas provindas do teu blog e não consigo achar o tal link. Você tem idéia do caminho percorrido por estas pessoas? hehehehe Curiosidades internéticas.
    Cheiro,

  • Fer, tudo bem?
    Voltei aqui de passagem, e lembrei de uma amiga, conversei com ela anteontem, a filha dela, a Fernanda, está num intercambio de trabalho, sem lugar para morar (aluguel subiu devido temporada de inverno). Ela está em Sacramento, Vc pode ajudar? Fica perto daí?
    Obrigado, Jônice

  • Esse apavoro telefônico me lembrou um dia em que tive que fazer uma ligação para o Japão e completamente esqueci do fuso horário. 3 da manhã e eu pedindo cópia de passaporte… a sonolenta e paciente mulher berrou comigo até em chinês. Ficou aí a lição!
    Beijóns

  • A primeira vez que eu trabalhei atendendo telefones, nos EUA, nos idos de 93, eu também me senti assim mesmo, parva. Como não tinha experiência de recepcionista, eu primeiro passava direto a ligação pruma chefona sem perguntar quem era; ela reclamou, e na próxima ligação, quando eu perguntei quem o cara era, qual o assunto, etc, era o marido dela… Ou seja, não dei uma dentro… Mas com o tempo você acostuma, fica sabendo as preferências do chefe, pede pra pessoa ligando soletrar o nome, dizer de que empresa é, anota tudo, etc…

  • Ha! Ha! Ha! Ha! Sei que nao foi engraçado na hora mas lendo agora, nao posso me impedir de dar uma boa gargalhada.

  • hahaha
    Isso me lembrou uma vez que um cara ligou na empresa e o nome dele era “Aeromar”. Eu tive uma crise de risos daquelas que dura o tempo suficiente pra fazer a gente se sentir um besta. Convenhamos…o nome nem era tão engraçado.
    😉

  • Hahahaha Adorei, Fer! Quando eu crescer quero ser como vc, uma pessoa que sabe rir dos seus defeitos e não dar muita importância para eles (sem ironia!). Beijoca.

  • Hahhahahaha
    No trabalho eu fico com um bloco do lado do telefone. Assim que a pessoa se identifica, eu anoto. Senão, não lembro nunca mais! E tudo que meu chefe me passa, eu anoto também. As pessoas me acham super-organizada, mas faço isso porque sempre que não anoto, esqueço. Quero ver o que será de mim aos 70 anos, não vou lembrar nem meu nome. 😉

  • Bob!
    Essa é boa, Fer.
    Sabe, eu sempre dou risada, porque meu pai anota tudo. E ele sempre está tudo certo. Eu, quase não anoto e se não anotar… esqueço. Fico muito puto com essa minha cabeça de vento, mas eu até me divirto. Já fiz muito disso, que você descreveu, de ir e voltar várias vezes. O jeito é rir e aproveitar.
    Liga não, que os esquecidos e distraídos, são os mais felizes. Beijos,

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o passado não condena