um dia normal

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Como é ruim acordar de sonhos estranhos que me deixam confusa e com a cabeça girando. Onde estou? Quem sou eu? O que estou fazendo aqui? O bendito café-com-leite ajuda na localização: ano 2005, no estado da Califórnia, cidade de Davis, na Cottage Circle, manhã de segunda-feira, meu nome é Fernanda, mas pode me chamar de Fer. Estou pronta para abrir o jornal para ler os quadrinhos que me fazem sorrir. Mas preciso de mais uma dose de café para abrir o feedreader carregado de péssimas notícias do mundo e mais e mais sinopses de assuntos que não me interessam. Leio, escrevo. Perco hora. Banho. Hot-dog. Sinto frio até as três da tarde. Olho as pessoas bufando e se abanando, e eu tremendo, roxa. Cometo um engano, mas não perdi a viagem. Termino um trabalho. Completo uma tarefa. Alguém me pede desculpas. E eu desligo o telefone no meio de uma espera para ser atendida num serviço público. Agora estou com calor. E com cólicas. E pensando o que vou fazer para o jantar. Mais um dia normal pro arquivo da minha vida.

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