pós-bruxa

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Sol e frio!
Ontem inúmeros dragões, batmans, princesas, mortes, barbies, abelhas, ursinhos, piratas, personagens de cartoons de todo tipo me visitaram à noite. Toc toc toc… Trick-or-treat! E foi-se embora uma tonelada de balas. Como presente do dia das Bruxas, recebi uma mensagem do meu editor: o site para quem eu trabalhava dispensou mais da metade dos jornalistas. No topo da lista fui eu – uma correspondente internacional é o artigo mais supérfluo que pode existir, em tempos bicudos de crise. Crise? Aqui na Califórnia eles estão desesperados atrás de gente qualificada pra trabalhar. Nunca o desemprego esteve tão baixo. Triste ironia para mim, que carrego uma etiqueta de um visto retrogrado. E agora não tem trabalho pra mim nem aqui, nem lá. (Respirando fundo!)

Meu irmão me liga hoje de manhã e diz que está chegando dia 14. Eba! Inaugurai o dia com uma boa notícia! Amanhã, sedeusquiser, teremos outra. Vão-se os dedos, ficam os anéis. A caravana passa e os cães ladram. Tudo bem, no ano que vem. O próximo feriado festivo será o Thanksgiving. Preciso pensar numa coisa pra levar pra minha hostess. Flores? Chocolate? Velas perfumadas? Um colar de pedras brasileiras? Estou numa imensa dúvida. Mas já sei sobre o que iremos conversar…

Ontem não teve televisão aqui em casa. Hoje na primeira página do Sac Bee só li desgraça: um avião caiu em Taiwan (dois professores da UCDavis estavam a bordo – se salvaram), um acidente com um caminhão na I50 (dois mortos), um engenheiro caiu do 20 andar de um prédio em construção em downtown Sacramento (that freaks me out!). É amanhã (ou é hoje??) o Dia dos Mortos mexicanos, quando uma festança inominável invade as ruas do país. Eu recortava as calaveras em papel branco, para enfeitar as portas e janelas da escola. Ontem várias dos meus ex-alunos vieram trickortreating na minha porta. Eu me diverti até as 8pm. Sempre achei que deveríamos adotar o Halloween ou o Dia dos Mortos estilo mexicano e abolir o dreadful Finados. Foi num dia 02 de novembro de muitos anos atrás que eu escrevi (ou melhor, datilografei na minha Olivetti verdinha) meus primeiros pensamentos de escrevinhadora…. Nunca mais parei.

Califórnia –> (galope, galope, galope…) —-> Nevada

Que será, será…. Whatever will be, will be….

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o passado não condena