janela

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Eu tenho muitas janelas pra olhar o mundo lá fora. Por uma delas eu vejo o menino ruivo, que me faz lembrar as fotos do Ursão pequeno. Ouço as vozes e torço o pescoço em direção à primeira janela da esquerda por onde vejo a casa cor-de-salmão da esquina, onde mora um casal de antropólogos canadenses com o seu filhinho ruivo. Eu presencio o ritual do pai levando o menino para a escola pela manhã. Quando as duas casas vagaram aqui no Aggie Village, eles foram os primeiros a serem sorteados para comprar a casa salmão da esquina. Nosso nome foi sorteado depois, para comprar a casa azul. Eu sempre penso que poderíamos estar na casa deles e eles na nossa. Foi tudo uma questão de sorte e destino. Quando nos conhecemos e ela contou que era de Calgary, nós exclamamos alegremente ‘Ah, vocês que são os canadenses?!’. Nós temos a sorte e o país deles em comum, além da ruivice do menino….

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o passado não condena