rendeu

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Desperdicei o dia de ontem tentando me livrar de uma dor de cabeça canalha, mas tive uma noite rendosa, com muito papo interessante e duas surpresas. A primeira foi descobrir que uma das voluntárias trabalhando comigo na orchestra era minha vizinha! Papo vai, papo vem, de repente ela diz: “ah! você mora na Aggie Village! eu conheço o seu marido, pois eu trabalho na Engenharia e vivo cruzando com ele pelos corredores!”. Davis é um ovo!
A segunda surpresa aconteceu na salinha dos voluntários, onde todo mundo assina a lista de presença, arruma a gravata no espelho, pega as lanternas, toma café… Eu já estava saíndo, quando ouvi uma senhora e um rapaz conversando sobre o Brasil! Meu radar é bom! Foi um tóinnnn…. Já me liguei na conversa. Não é sempre que eu ouço americanos falarem sobre o meu país e o tom do papo era animadíssimo, um perguntando pro outro “quando você vai voltar lá?” e um contando vantagem pro outro sobre a proeficiência no português. Fui caminhando junto com eles pelo corredor, tentando ouvir mais da conversa [pra não dar nenhum fora] e já me preparando pra fazer uma pergunta e me intrometer [e dando um fora, mas who cares?]. Quando eu perguntei “vocês falam português?” e confessei que era brasileira, a senhora se animou toda pra conversar comigo. Mas o rapaz se inibiu. Acho que eu cortei o barato dele de exibir sua fluência em português para a senhora, que disse que não falava nada!
O rapaz trabalhou por dois anos como missionário em Salvador, Bahia. A senhora tem a filha, a neta e o genro [um francês] morando e trabalhando em Brasília. Ela contou que a menina de 4 anos fala inglês com a mãe, francês com o pai e português na escola e com o resto do mundo. E está tão fluente no português, que corrige a mãe e o pai. Criança tem esse poder, pois aprende língua com uma facílidade incrível e deve achar um horror o pai e a mãe falando com sotaque e dificuldade. E a senhora também me contou que a imigração brasileira está pegando no pé do casal, fazendo a vida deles complicada…. Eu disse ‘ah, que BOM! pelo menos agora eu sei que não é só a imigração americana que faz da nossa vida um inferno….!”. HoHoHo!

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o passado não condena