Dylan speaks

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A Jean me deu a dica e eu então liguei a tevê no domingo à noite, canal CBS, programa 60 Minutes [que deve ser onde o Fantástico se inspira… ô, programa horrível!] para ver Bob Dylan dando uma entrevista. Até gravei para poder rever. A impressão que eu fiquei foi que obrigaram o Dylan a conversar com o jornalista Ed Bradley. Ele está com uma cara de saco super cheio o tempo todo, com uma pequena exceção no final da entrevista, quando Dylan dá um sorrisinho durante o diálogo:
“So why you still out there?”
“It goes back to that destiny thing. I mean, I made a bargain with it, you know, long time ago. And I’m holding up my end … to get where I am now.”
“And with whom did you make the bargain?”
“With the chief commander. In this earth and in the world we can’t see.”
A entrevista basicamente gira em torno do conteúdo da autobiografia Chronicles Volume One – como Dylan se recusa a ser considerado um profeta e a voz de uma geração, seus problemas com a fama e a mídia, como ele compôs suas obras-primas [que ele afirma não saber como – foi uma coisa mágica] e como, que apesar de tudo, ele ainda está na moda, com Like a Rolling Stone sendo considerada a “melhor música de todos os tempos” pela revista Rolling Stone. Dylan não se entusiasma com nada, sua atitude é sempre blasé e, eu acho, um pouco amarga e cética. Depois que vi a entrevista, pensei que talvez minha fascinação por esse artista tenha muito a ver com o fato dele não ser um lambe-botas, um deslumbrado, uma celebridade clássica. Gosto dele também porque ele não se acha… E isso é uma qualidade e tanto num cara tão famoso, um verdadeiro ícon, como ele na verdade se tornou.

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o passado não condena