Bzpzpz

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Não sei pra que mundo eu me transporto enquanto durmo, só sei que muitas vezes o retorno é demorado e difícil. Hoje foi assim. Acordei com as mãos formigando e permaneci cambaleante e com a vista embaralhada por mais de uma hora. Onde eu fui? Onde estou agora? Por que demoro tanto pra me reconectar? Não sei….
Estou acompanhando o trajeto de um presente surpresa. Adoro fazer isso, no impulso, e depois ficar me contorcendo pra não falar nada, não estragar a alegria inesperada.
Marquei touca, não saquei que o evento era um picnic na praça. Cheguei lá sem um paninho pra estender na grama, sem minha cestinha lotada de gostosuras, vestida imprópriamente para sentar no chão. Fomos, eu e a Ju, comprar uma cerveja na rua principal. No letreiro da lojinha lia-se ‘tienda’ , mas a atendente era americana de descendência asiática. Ela embrulhou nossas cervejas num saco de papel marrom e disse que teríamos que abrir as garrafas na rua – at your own risk. Desfiou o rosário da lei, que ela segue à risca. Está certa. Nos sentimos como duas bebuns segurando o saco marrom e abrindo a tampa de metal sorrateiramente na calçada. Esse foi o nosso jantar com acompanhamento musical e social.
Dois dias amenos. Mesmo assim estou altamente sensível, irritada mesmo com o calor, com a luz forte, com o bafo quente. Li uma coluna no The Sacramento Bee comentando o nosso verãozinho tórrido, relatando as eventuais fugas do heróicos moradores do Central Valley, que de vez em quando vão se refrescar na brisa da Bay Area ou Lake Tahoe. A colunista concluí o texto com a mesma conclusão que eu já tirei sobre o nosso calor seco: poderia ser MUITO pior. Poderia ser realmente insuportável. Poderia ser um calor úmido.

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  • Nissia, que bom ve-la por aqui!
    Flavia, Lake Tahoe eh lindo, tanto no inverno qto no verao. vale a pena!
    Liliane, eu desacostumei do calor umido e devo parar de reclamar! 🙂
    Afonso, esse foi o melhor “Oi, adorei tua visita, vou vir aqui sempre” que ja recebi! 🙂
    beijAO!

  • Bueno, vamos lá:
    “Eu queria saber quem circula pelo meu blog, como, onde e por que. Eu queria saber quem realmente são os tais pára-quedistas, o que eles vêem procurar aqui, o que querem, por onde entram, por onde saem. Não são os leitores, os que vêem aqui pra ler, que acompanham as histórias, os escritos. São os que nem sabem que isso é um blog.”
    Sinceramente? Já tinho visto comentários teus em outros blogs. Mas como a gente não tem muito tempo, vai deixando as visitas pra outra hora… Aí sabe o que eu faço? Espero que essa pessoa apareça no meu blog (não que ele, ou eu, sejamos grandes coisas, mas acontece. E não fica pensando, ainda, que eu seja arrogante, hehehe). Quando ela aparece, retribuo a visita, pois ainda sou educado, apesar de tudo (é o que faço nesse momento). Vai daí que na primeira visita já consigo, de forma bastante preconceituosa até (admito) definir se voltarei outras vezes. Não importa a fama que a pessoa tenha na blogosfera (tem vários desses que literalmente ignoro), importa se me diz algo ou não. Outro fator que levo muito em conta é a reciprocidade, que se traduz numa empatia: gosto de vias de mão dupla. Só dar é coisa de passivo e não levo jeito pra isso, sem preconceitos ou generalizações, é claro.
    Por outro lado, interessante essa ligação da Califórnia com o Rio Grande do Sul: além de estados produtores de vinho (paralelo 30º), és a segunda californiana (moradora) a me visitar.
    Entendes agora porque sou O Chato, hehehehe. E tenho seis gatos em casa e minha filha chama-se Fernanda, o que significa um ótimo começo, hehehe.
    Gracias pela visita e uma sugestão: os americanos inventaram uma maquininha que coloca pregos nas paredes sem nenhum problema e sem quebrá-la. bjs

  • Fer, o calor de Recife é aborrecido, pegajoso. As vezes penso que o nordestino é preguiçoso por conta desse calor. (Mas,é genético)Morei em Cuiabá que ferve o chão.
    Liliane

  • Hehehe, adorei a pergunta com que vc abriu o post! Deve ser um lugar muito longe… porque o jet lag da volta não é brincadeira não! 😀
    Tenho a maior vontade de conhecer Lake Tahoe. Precisamos nos programar pra ir…

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o passado não condena