um mês

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Primeiro dia de inferno astral, tomei decisões. Primeiro, fui finalmente em jejum de doze horas fazer o tal exame de sangue que meu médico pediu há mais de uma semana. Fico com o rosto quente com certos desaforos. Pra mim não custa nada eliminar coisas ou pessoas da minha vida. É um ato de auto-proteção e de preservação da minha paciência zen. Já tenho um terço da mala arrumada. Nem preciso dizer que tenho angustias pré-viagem. E essa é uma época difícil, com a colheita dos pistachos acontecendo na fazenda no sul da Califórnia, vejo pouquissimo o meu marido. Ele já avisou ontem pelo celular que volta na terça à noite. Viajamos na quarta. É sempre uma correria, um estresse. Os gatos não querem saber de nada, eles querem o rango i-me-di-a-ta-men-te, logo que você tira a bunda da cama e põe os pés no chão. Fui à ginecologista para o meu anual e fiquei completamente irritada com a variedade, ou melhor, não-variedade de revistas na sala de espera. Tudo que tinha lá era sobre mulheres grávidas ou crianças. Como não me encaixo no perfil da futura mãe ou da mãe descabelada e enlouquecida lidando com filhos pequenos, fiquei folheando as revistas com um tédio mortal e uma cara de ué. Todo mundo com medo do mosquito do vírus west nilo. Ontem no picnic um grupo grande ao nosso lado tinha muitas velas gigantes de citronela acesas. Nós lucramos!

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o passado não condena