Dear Olmo Dalco

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Às vezes dá vontade de escrever em formato de diário. Hoje acordei com o barulho do caminhão às 6am. Recebemos uma visita de uma pessoa importante nas nossas vidas e que não víamos há nove anos. Nossa visita trouxe fotos do final dos anos setenta e pudemos mostrar ao Gabriel o pai dele magrelo, cabelos ruivíssimos, com dezesseis anos. Sempre de camisa xadrez, mas naquela época era moda. Ele também viu o tio com quinze anos, parecendo um menino-personagem de filme americano dos anos 40. Disse pra minha nora, essas fotos são preciosas pois fazem uma conexão com um passado muito longínquo. Não quis dizer longínquo de tempo, mas de distãncia física. Lembrei do sentimento caloroso quando vi pela primeira vez uma foto dela criança, abraçada ao irmão fazendo uma cara engraçada, me senti super conectada à ela. Entende? Ontem jantamos carangueijo e camarão num lugar incrívelmente barulhento, mas com vista privilegiada. Fomos comprar presentes. Dormimos com as janelas abertas. Vai chover e minhas lanterninhas de papel estão penduradas entre as árvores, no quintal.

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o passado não condena