hora da soneca

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Quando fiz uma classe de Corporate Cultures anos atrás, li um livro que descrevia a estrutura física de grandes corporações do inicio do século vinte, quando as mulheres entraram em grande número para o mercado de trabalho. Foi uma classe muito legal, onde discutimos muita coisa interessante sobre as culturas corporativas. Um dos textos que eu li descrevia o posicionamento dos banheiros femininos nos grandes prédios das grandes empresas. Eles eram escondidos, com acesso discreto e possuiam uma sala de repouso, com sofás, poltronas, divãs, onde as mulheres poderiam se refrescar, conversar, tirar um cochilo, descansar e, principalmente, se recompor durante aquele período estressante e desgastante do mês.
No prédio onde eu trabalho não tem banheiro. Ele não é bem um prédio, mas uma casinha, chamada de anexo de um outro prédio grande. A vantagem é que ficamos no centrão do campus, cercados de muitos outros prédio, todos com muitos banheiros. A discussão sobre o fato de não termos um banheiro nas premissas é puramente filosófica e não acrescenta nada. O importante é que podemos, ou melhor, temos que sair do nosso prédio para fazer nosso xixizinho – sem mais detalhes. Pra mim é ótimo sair, caminhar, tomar sol, ver gente, lugares diferentes. Eu vou à três banheiros, em dois prédios vizinhos, Ainda preciso explorar mais, ir mais longe, mas por enquanto está bom.
Um dos banheiros, o maior deles, tem três privadas, duas pias, dois espelhos e um divã encostado numa das paredes. Nele, vejo sempre alguma estudante deitada, tirando uma soneca. Mochila no chão, pernas dobradas, corpo virado para a parede. Para mim é inconcebível dormir dentro de um banheiro público, mas entendo perfeitamente a necessidade de uma descansada, quando se está no esquema terrívelmente pesado e exigente do sistema academico baseado em trimestres. Quando o bicho pega, um soninho reparador vem bem a calhar. E elas deitam e dormem, numa boa. Como nos banheiros das grandes corporações do inicio do século vinte, as modernas universidades deste novo século também oferecem um conforto extra às mulheres. Restroom, não poderia ser mais apropriado.

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Amigas para sempre
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Sunny, a visitadora
  • aha! agora a palavra ‘restroom’ fez sentido 🙂
    ainda assim, muuito bizarro dormir em banheiro publico.

  • Olá,
    Sou designer gráfica e vou desenvolver a comunicação de uma rede de lojas de bijoux.
    Poderia me ajudar com dicas de sites de lojas legais no exterior.
    Desde já agradeço,

  • Nunca consegui tirar essas sonecas, por mais cansada não consigo relaxar. Em banheiro publico muito menos.
    Mais até gostaria de ser zen e não estar nem ai pra hora do Brasil.
    ps. explora mesmo esses outros banheiros e coloque fotossssssssssssssssssssss
    beijos

  • Eu bem que sempre desconfiei que banheiro feminino devia ter uns acessórios a mais que os nossos, rsrsrs. Só um divã mesmo para explicar a demora de vocês para um simples “xixizinho”… Brincadeirinha… Agora, sério: por aqui, não conheço nenhuma empresa que tenha esse diferencial nos WC das mulheres. Achei interessante. Beijo.

  • Argh, já pensou, e no meio do sono você é acordada por um cheirinho desagradável (ou pior, barulhos repugnantes). Dormir em banheiro público não dá!!!!

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