o estado do que é recorrente

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São situações difíceis de se explicar. No inverno, por exemplo, eu sinto frio. Muito frio. Eu tremo, eu suo no suvaco de tanto frio. Tenho frio nos pés, no pescoço e nas mãos. Demoro pra esquentar. É um horror, todo inverno, todo inverno. Outra coisa é que todo dia eu sinto fome, especialmente no período entre nove e doze e cinco e sete. É uma fome irritante, que me faz descontrolar e comer coisas idiotas como um sanduíche de peanut butter, ou só a peanut butter com a colher. Nessas horas eu também devoro pizzas, e pão, e queijo, e banana. É um horror, não consigo me conformar! E tem ainda esse negócio esquisito de toda noite eu ficar cansada, sentir sono, querer deitar e dormir. É uma coisa mais forte do que eu. Minha cama tão aconchegante, macia e quentinha me chama – vem, vem, vem. Eu não consigo resistir. Deito, me estico e durmo muitas horas. É um horror, toda noite é a mesma história, toda noite, toda noite!

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olá mamãe! estou no jornal!

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o passado não condena