passa boi, passa boiada

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Arriscamos decidindo ir num tal festival do crawdad numa minúscula cidade chamada Isleton. Uma festa estilo da Louisiana no interior da Califórnia, onde o protagonista era uma lagostinha de rio cor de laranja. Na ida já achamos que tinha algo estranho, pois a Jill nos guiou por estradas minúsculas, lugares por onde nunca tínhamos passado antes. Como conhecemos essa área e tínhamos uma idéia pra onde estávamos indo, achamos muito estranho, mas tudo bem, resolvemos confiar. Já a volta…

Tá certo que somos dois confusionildos e reajustamos o destino umas cinco vezes—vamos pra Jackson? não, vamos pra Sacramento! peraí, melhor ir pra casa. não, vamos ver exatamente onde estamos! Quando finalmente decidimos onde a Jill iria nos levar e voltamos pra estrada, começou a jornada para lugar nenhum. Ficamos mais ou menos uma hora acompanhando o American River. Passamos por campos de trigo, e campos de milho, e campos de trigo e milho, e campos de girassóis, e campos de pêssego, e campos de uvas, e campos de cardamomo, e campos com carneirinhos, campos com vaquinhas, um pavão cruzou a estrada, uma galinha de angola cruzou a estrada, e passamos duas vezes pela mesma ponte—êpa, peralá! Paramos o carro quando a Jill mostrou a bandeirinha de chegada e estávamos no meio do nada, com aquele horizonte de zona agrícola, nem um sinal de cidade em centenas de quilômetros. Resolvi olhar as configurações do GPS e foi então que constatei que ele estava programado pra evitar estradas com tráfego. Brilhante!! Reconfigurei tudo, adicionei umas features extras e ordenei—VAMOS PRA CASA, PELOAMORDEDEUS! Dirigimos ainda por uma hora em cima do levee que segura o rio, passando por campos de trigo, campos de milho, campos de trigo e milho, campos de uva, campos com vaquinhas. Foi a viagem curta mais longa que fizemos na vida.

*Preciso de um bocado de cara-de-pau e bastante senso de humor pra confessar minhas próprias mocozices num blog público, mas acreditem isso é quase terapêutico. Além do que, só assim pra ter tantas histórias pra contar, como o relato minucioso do tal festival, que está rolando lá na cozinha.

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  • Nega, o meu comment anterior era pra ESTE post, nao pro anterior naturely! Nao entendi nada sobre este post da musica do John Lennon, mais enfin….. vo tiscreve em pvt, bedjOOO!!!

  • Fer, to pra lá de batizada nessas aventuras, mas até hoje me pego num enrosco desses. Basta deixar as coisas com meu marido,ele é tão educado que ninguém entende o que realmente ele quer,então sempre falta alguma informação.Eu dirijo e não temos o tal do GPS,enfim nossas viagens são sempre uma loucura. Tomo maracujá antes e depois, mas demora algumas horas para a adrenalina baixar.

  • Fer, imagino a sua agonia ficando perdida nessas estradinhas rurais… O Peter ama dirigir em country roads, e embora ele tenha um bom livro-mapa das estradas, vez por outra ele fica meio perdido tambem (teve um dia que a estrada era tao micro que as vacas praticamente encostavam na janela do carro). Tem hora que eu quero mais e’ voltar pra freeway mesmo!
    Ja’ estive em Isleton algumas vezes com o Peter, parece uma cidade fantasma, perdida no tempo. O que eu curto nesse passeio e’ o visual do rio e de algumas casas vitorianas reinando sobre os pomares.

  • Fer, tb usei o “Jack” pra ir ate Chicago esse final de semana pra buscar a minha irma que vinha do Brasil. Eu ja conheco o caminho mas estava testando e iria usa-lo pra chegar ate o hotel que era em algum lugar perto do aeroporto. Quando eu estava quase perto de Chicago, depois do primeiro pedagio, o “Jack” queria me tirar da I-88 e pegar outra estrada! E eu sei que deveria ir na I-88 ate Chicago. Na volta pra Des Moines, ele queria que eu pegasse a I-90E mas tinha me levado aonde pega a I-90W… Estranho isso, vou ver se a minha configuracao tb tem alguma coisa que esta’ causando isso.
    Abs,
    Marcelo

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o passado não condena