diário de um ócio viral

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Sábado: gripe chinesa que não sai de mim. Coisa! Na próxima viagem do meu marido por terras longínguas vou fazer quarentena nele, e só me aproximar quando tiver certeza que ele nao trouxe nenhum vírus na bagagem. Ele já esta bem e eu tô piorando. Deitada vendo tv. o que mais me resta? Key Largo—Lauren Bacall linda linda linda, de saia e espadrilhas.

Domingo: gripe miseraver. Café com leite, brioche com mel, pílula vermelha. Dia incomum—não vou nadar nem cozinhar e vou ver TCM o dia todo. Chá de gengibre. Paladar e olfato: ausentes. Cara de travesseiro. Em outubro o Steve Martin vem tocar banjo aqui em Davis. Ele tem uma banda. Abbott & Costello. nunca vi dupla mais chata.

Segunda-feira: queria entender por que eu recebo tanto catálogo de equipamento de camping e de esportes. Bengala de escalar montanha, eu?? Seria pelo fato de eu ser membro do Pacific Masters? Eu sou porque fui obrigada, não porque quis ou sou atleta. O Pacific Masters me envia todo mês uma revista de nadadores que eu nem abro, reciclo sem ler, pra não ficar me sentindo uma bag of potatoes.

Terça-feira: finalmente vou ver The Private Lives of Elizabeth and Essex, com a Bette Davis e o Errol Flynn. Tava mais do que na hora, né Moa? Bette Davis tinha um cacoete de mexer o corpo enquanto declamava suas frases dramáticas que transparece em todos os seus filmes e personagens. Sem falar nas brecadinhas repentinas e viradas de corpo bruscas que ela fazia enquanto falava. Está em todos os filmes que ela fez. Todos! Pronto, Flynn já levou a bofetada histórica. Davis está insuportável nesse filme. contrastando com a lindeza e o charme irresistível do Errol Flynn. Perdeu, Bette, perdeu!

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