um dia. outro dia. mais um dia.

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Doente e de molho em casa fiz uma maratona de filmes e séries, todos com os personagens principais com mais de 60 anos—tô achando isso muito interessante.
No dia das mães, o avô dirigia o jeep antigo sem portas, no banco da frente a netinha de cabelos esvoaçantes e o netinho vestido de Capitão América. O cachorro cor de mostarda no banco de tras.
Na minha frente na fila do caixa na thrift store tava uma moça com cara de probation pagando as compras com moedas. E o dinheiro não deu, ela tirava um item, outro item, até que finalmente pagou por um item e foi embora. Na minha vez, a caixa fez uns comentários sobre a moça revirando os olhos enquanto somava minhas coisas. Quando fui pagar o total de $4.75 abri a bolsa e não achei minha carteira. Pânico! Pedi pra ela guardar as tralhas, voltei pra casa correndo e a carteira tava dentro da cesta da feira. UFAAA! Perder carteira é um pesadelo. Aliviada, voltei pra thrift store, paguei e levei as tralhas. Afinal preciso de mais pratinhos e copinhos velhos.
A cozinha do meu trabalho é uma twilight zone. Eu entro lá, perco a noção do tempo, fico de convercê e quando saio não sei o que houve. Outro dia voltando de lá distraída derrubei minha xícara de chá mais linda no hall de entrada do prédio. Foi uma comoção, veio até gente ajudar a varrer os cacos. Ainda hoje procuro pela xícara, como se estivesse esquecido ela em algum canto.
Quase todos os dias vejo balões do Napa Valley flutuando no céu enquanto eu dirijo pro trabalho. Temos uma vista linda deles e eles nossa—um patchwork agricultural. Mas pensar que os ocupantes desses balões pagam uma grana pra ver o que a gente vê todo santo dia.
Comemoramos 18 anos vivendo aqui na Califórnia. Foi dia feliz, ensolarado e regado a muito vinho! Não morei em muitos lugares no mundo, mas adoro morar aqui. #MeuShangrila

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o passado não condena