it’s raining in Northern California

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Tem chovido razoavelmente e ninguém ousa reclamar. Somos um povo desacostumado com chuva e é engraçado ver o desajeitamento do pessoal quando é pego pelos chuviscos ou aguaceiros. Começou a pingar água do teto da sala. Um lado do telhado tem problemas. Só descobrimos esses problemas quando chove, e como demora tanto pra chover tudo se acumula. Lá se vai muitos mils dinheiros pra consertar o problema. Dinheiro desperdiçado ou não. Meu talento é fazê-lo.

Por exemplo. Fiquei $95 patacas mais pobre para conseguir reentrar na minha casa, depois de ficar trancada pra fora. Aplausos para o pessoal da limpeza, que trancou a porta da garage por dentro. Eu entrei pra pegar coisas na geladeira e não consegui voltar pra dentro da casa. Uriel e Gabriel cada um numa cidade, duas horas de distância. Graças à ajuda dos vizinhos chamei o chaveiro, paguei e entrei em casa. Perdi minha hora do almoço nessa pataquada. Felizmente não tinha nada cozinhando no fogão. Agora tenho uma chave escondida dentro da garage, coisa que ja deveria ter feito antes. Mas antes tarde do que nunca.

Você pode se considerar um habitué quando o atendente do café completa a sua frase fazendo o pedido [sempre o mesmo, é claro].

Desencalhei um baú de blusas de lã e usei muitas—uma da Benetton que comprei no meu primeiro inverno no Canadá [no primeiro e único boxing day 1992]. Usei por 5 invernos lá e desde então frequentemente, depois esporadicamente. Já costurei buracos, dobro as mangas que estão esgarçadas. E continua útil. Virei a velha que usa roupa que comprou quando era jovem.

O sósia do meu marido jovem apareceu outro dia, vindo de uma reunião em Sacramento, com o blaser mais horripilante que eu já vi na vida. Dois números maior do que o dele, sem lapela com um decote em V abertíssimo, ombreiras, tecido brilhoso azul com uma trama de listra. Por baixo do fatídico blaser, uma camiseta polo listrada branca e azul. Ri, quietinha, por horas. Nem o moço original cometeria um crime fashion dessa magnitude!

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o passado não condena