ring out the old, ring in the new

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Depois de mais de dois anos voltei ao meu prédio de trabalho pois meu chefe me pediu pra limpar o meu desk, já que estarei trabalhando de casa até março de 2023. E depois talvez fique assim em definitivo. Trouxe de lá 3 caixas grandes cheias de coisas, mais uma sacolona de pano com toalhas, chinelos e itens de banho. Não lembrava a quantidade de objetos que fui levando e acumulando naquele espaço. Eram coisas de banheiro e casacos, mantas, echarpes, par de tênis, azeite rançoso, chocolates, chás, barrinhas de cereal, decorações, pratos, canecas, xícaras com pires, talheres, bules, french press, e um mundárel de itens aleatórios e miscelâneas. Meldels, eu realmente vivia lá naquele canto da caverna! Fiquei dois dias pra arrumar as coisaradas que trouxe pra casa, reorganizar, jogar velharias fora ou por na caixa de doação. Quando e se eu voltar, no futuro ainda bem incerto—talvez no máximo hibridamente 1 vez por semana, certamente tentarei levar muito menos bugigangas.

Mas o mais importante pra mim foi perceber que tudo realmente passa. Aquele prédio, aquele desk, minha vida social, as interações na cozinha, as caminhadas, o espaço todo que era tão importante pra mim, já não é mais. Achei que iria ficar triste, mas não fiquei. Voltei pra casa feliz e certa de que tomei a melhor decisão, de ficar em casa até a pandemia se normalizar e quem sabe apenas voltar pra um dia trabalhando localmente ou só para reuniões. Não consigo mais me imaginar passando 9 horas do meu dia num outro lugar que não seja a minha casa.

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o passado não condena