é do arco do blog

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O primeiro jornal que publicou algo sobre weblogs foi a Folha de São Paulo, com duas matériazinhas na Folha Ilustrada e no Folhateen. Mas a primeira grande reportagem em cores sobre blogs saiu na Revista da Web. Eu estava lá – craro, né creusa – com o meu endereço nos motherfuckers. Depois disso foi uma explosão de gente abrindo blogs pra cá e pra lá. Eu mudei de endereço, de layout e até um pouco de estilo. Quando a coisa esquentou em 2001, o fino da bossa era sair na coluna social mais chique da blogosfera. Nunca mais existiu um blog como o da antenada e finérrima Jackie Miller.

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Bzpzpz

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Não sei pra que mundo eu me transporto enquanto durmo, só sei que muitas vezes o retorno é demorado e difícil. Hoje foi assim. Acordei com as mãos formigando e permaneci cambaleante e com a vista embaralhada por mais de uma hora. Onde eu fui? Onde estou agora? Por que demoro tanto pra me reconectar? Não sei….
Estou acompanhando o trajeto de um presente surpresa. Adoro fazer isso, no impulso, e depois ficar me contorcendo pra não falar nada, não estragar a alegria inesperada.
Marquei touca, não saquei que o evento era um picnic na praça. Cheguei lá sem um paninho pra estender na grama, sem minha cestinha lotada de gostosuras, vestida imprópriamente para sentar no chão. Fomos, eu e a Ju, comprar uma cerveja na rua principal. No letreiro da lojinha lia-se ‘tienda’ , mas a atendente era americana de descendência asiática. Ela embrulhou nossas cervejas num saco de papel marrom e disse que teríamos que abrir as garrafas na rua – at your own risk. Desfiou o rosário da lei, que ela segue à risca. Está certa. Nos sentimos como duas bebuns segurando o saco marrom e abrindo a tampa de metal sorrateiramente na calçada. Esse foi o nosso jantar com acompanhamento musical e social.
Dois dias amenos. Mesmo assim estou altamente sensível, irritada mesmo com o calor, com a luz forte, com o bafo quente. Li uma coluna no The Sacramento Bee comentando o nosso verãozinho tórrido, relatando as eventuais fugas do heróicos moradores do Central Valley, que de vez em quando vão se refrescar na brisa da Bay Area ou Lake Tahoe. A colunista concluí o texto com a mesma conclusão que eu já tirei sobre o nosso calor seco: poderia ser MUITO pior. Poderia ser realmente insuportável. Poderia ser um calor úmido.

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quadros e paredes

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Minha casa ainda tem paredes virgens, paredes brancas, paredes limpas. Eu olho revistas, tento me inspirar, mas ainda não consegui o feito de decorar as muitas e muitas paredes desta casa. Sem falar que eu sinto um certo receio de pregar pregos, fazer furos. E pra pendurar o quê?
Mas a situação não é tão terrível quanto eu penso, pois já tenho algumas coisas penduradas: um quadro lindo e original, presente de uma amiga pintora, pendurado com tachinhas e sem moldura na parede da cozinha, outro quadro, que foi um achado, de preço, moldura e cores, pedurado em cima da lareira, algumas fotos p&b do meu pai e do Robert Doisneau na sala de tevê, vários quadrinhos com aquarelas de Veneza e quadrinhos com reproduções de pintores espanhóis que meus pais me deram de presente pendurados no corredor e no quarto de hóspedes, além de preciosos desenhos do meu filho Gabriel que ficam enfeitando uma parede do meu quarto.
Mesmo assim, a casa insiste em parecer nua. Então hoje saí numa missão de encontrar quadros para vestir algumas paredes. Consegui colorir um pouco a sala de jantar e até estou com um quadro extra, que não sei onde pôr, pois além do receio de pregar prego e fazer um buracão medonho, ainda tem o problema da indecisão. Imaginem uma libriana tentando equilibrar tudo harmoniosamente, nada pode ficar fora do lugar, nem torto, nem descombinando. É uma verdadeira tortura, pois o meu desajeitamento colide de frente com a minha librianice e tudo vira um martírio… Pregar pregos na parede não é fácil. Agora só falta o Ursão olhar e falar que não gostou de nada…

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a vida na tomatolândia

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Essa é a época que você vai me ouvir oferecendo alegremente, quer uns tomates? E afirmando orgulhosamente, eles são da minha horta! Essa é também a época que eu vou chegar em qualquer potluck com uma bela salada, de tomates, é claro. Here is a tomato salad! Tomato salad, anyone? Fresh from my garden!. É o típico verão na tomatolândia. Saladas de tomate, tortas de tomate, molho de tomate para pizza, molho de tomate para macarrão, tomates secos, sopa de tomate, pão de tomate, bruschettas com tomate, suco de tomate, macarrão com tomate, arroz com tomate, tomate, tomate, tomate! Vai um tomatinho aí?

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a anta nada bem

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Depois que a minha mãe me informou que as antas são exímias nadadoras não posso mais dizer que “nadei como uma anta”. Nadei como uma rinoceronta, então. Me senti tão devagar e pesada, além de ter sei-lá-como dado um mal jeito no ombro. Nem gosto de imaginar a cena visualizada por quem estava no cimento, olhando pra rinoceronta se estabanar e esbaforir na água. Estava demais, desanimador.
Meu coach diz que eu sou muito negativa, que sempre acho que estou pior do que realmente estou. I can’t help it, nasci assim pessimista, daquelas que sempre acha que o copo está meio vazio. Mas ele disse que estou bem e eu reclamei que não quero ser corrigida nos micro-detalhes. Estou acumulando detalhes pra aumentar a minha má fama. Mas eu vivo repetindo pra mim mesma e pra quem quiser ouvir que o fato realmente importante é eu estar diáriamente naquela água, nadando, nem tanto como uma anta, muito mais como uma rinoceronta.

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lucky charms

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» feitos pela Juju num dia de verão em dois mil e três…

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pegadas

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Eu queria saber quem circula pelo meu blog, como, onde e por que. Eu queria saber quem realmente são os tais pára-quedistas, o que eles vêem procurar aqui, o que querem, por onde entram, por onde saem. Não são os leitores, os que vêem aqui pra ler, que acompanham as histórias, os escritos. São os que nem sabem que isso é um blog.
Curiosidade pasmou o gato! Meusenhordocéu, que coisa horrorosa! Essa gente chega em massa, vêem procurando por coisas inimagináveis, não sei como bloqueá-los. Já coloquei todos os scripts pra evitar que os procuradores de palavras e imagens chegem aqui ou no Cinefilia, mas não obtive sucesso. Ou melhor, consegui tirá-los das minhas páginas principais. Mas neste final de semana tive uma visão geral dos blogs e choquei com a invasão literal que essa gente faz pelos arquivos. Eu achando que só quem queria me ler chegava aqui e me espantei com o movimento de feirão nos fundos dos meus blogs.
Agora já sei quem vem, quando, como e por que. E estou um pouco abalada. Não quero esse baile funk acontecendo no meu quintal. Me senti invadida quando vi todas aquelas pegadas….

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um monte de gato

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Porque eu tenho um blog com arquivos posso saber que há exatamente um ano o gatonildinho Roux chegava aqui em casa, pelas mãos da Debbie do Feline Lifeline. Ele chegou magrelo e cuidadoso. Sempre xereta, sempre amigável. Durante o processo de adaptação, levou não-sei-quantos chega-prá-lá do Senhor Misty, que gruniu pra ele até dizer chega. Ele nunca fez um gesto agressivo, nunca fez absolutamente nada com relação ao outro gato, que não fosse uma tentativa alegre de aproximação e conhecimento. Até hoje, as aproximações do Roux com relação ao Misty são para brincar e ser amigo, mas o Misty não quer saber, rejeita e despreza o pequeno e alegre Roux. Fazer o quê?
Os gatos do Gabe e da Mari estão sozinhos. Vamos dar comida pra eles, hoje e amanhã. Eles estão muito mais amigáveis com relação à estranhos agora que têm muito mais espaço [pra fugir!] na casa nova. Eles foram, adotados com cinco meses de diferença e têm a mesma idade. Apesar de não terem a mesma personalidade, são amigos, muito amigos, inseparáveis. Eu queria esse tipo de relacionamento entre o Roux e o Misty, mas acho que é bem difícil um gato quietão e cheio de manias de dez anos, ser amigo de um espivetado de dois anos. Admito que falhei na minha boa intenção de transformá-los em companheiros.

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o passado não condena