jasmim

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lindojasmim

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Rosalie Goes Shopping

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Acabei de comprar uma calca jeans ultra low rise, o que significa que mal vou conseguir sentar sem a preocupação de que o rego da bunda vai estar acenando e sorrindo para o respeitável publico atrás de mim. Por que, perguntam vocês, por que você comprou uma calca jeans ultra low rise? Porque, respondo eu, porque ela custava apenas $16.99.
Essa sou eu: a que compra coisas porque está barato. Uma sina da qual eu não consigo me livrar. Mas estou tentando, garanto. E já melhorei muito, pois a situação era incrivelmente pior. Hoje eu consigo devolver peças pra prateleira e dominar o desejo incontrolável de comprar coisas cafonas, com estampas horríveis, cortes esdrúxulos, cores berrantes, tamanhos gigantes, com defeito, modelos que não me valorizam, somente porque estava baratinho….
Já acumulei muita roupa inútil no armário. Hoje eu aprendi a PENSAR. Penso se vou usar, se a roupa combina com o meu estilo [sim, eu ate que tenho estilo], se a cor me valoriza, se não esta muito apertado ou muito largo, se não vou ficar uma árvore de natal, se vale a pena investir aqueles $3,99 numa coisa inútil, que provavelmente eu vou usar uma vez e encostar no fundo do armário.
Entidades estranhas se apoderam de mim quando eu estou dentro de uma loja. Eu perco o bom senso, fico totalmente tomada pela visao estonteante dos preços das etiquetas: $9,99! $5.89! $7.98! $2.50! $10.99! $3.75! $8.98! $12,99! $1.99! $4.99! Aioooô, Silver!!!!!
Depois que chego em casa e recobro os sentidos, me deparo com o tamanho do estrago – uma calça de veludo verde dois números maiores que o meu, uma blusinha de seda azul turquesa que só pode lavar a seco, o que custa mais caro que a dita cuja, outra blusinha estampada que mal abotoa de tão apertada, um vestido de flores que só serve pra usar em eventuais festas juninas, uma calça de listras pra uma festa a fantasia dos anos 60, um colete gigante, um casaquinho de couro com o zíper quebrado [no wonder que estava tao barato!], uma calça jeans com pernas muito longas, uma saia que me deixa parecendo uma dançarina de balé folk colombiano, um casaco verde abacate que parece que a defunta era obesa, e por ai vai….
Hoje foi o de menos. Fui fazer minha visitinha mensal à loja da GAP, que fica atrás da minha casa e estava uma liquida geral. Devolvi uma blusa de gola rolê de linha amarela que custava $6,89 e um casaquinho verde alface que parecia uma blusa de pijama mas que estava $14.99. Consegui experimentar um monte de coisas e deixar tudo para trás. Mas a calça jeans ultra low rise foi irresistível. Agora vou ter que queimar as pestanas pra achar um jeito de usar a tal sem dar bafão. Mas a barganha vale qualquer sacrifício e o potencial mico!

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(o)

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Quando eu e a Alison nos encontramos, para um chá, café, salada ou simplesmente para uma caminhada juntas, nosso papo é basicamente sobre blogs. Ela me conta muita coisa interessante acontecendo na blogosfera anglo parlante [que eu confesso com vergonha que sou um pouco purfa] e eu conto coisas que acontecem na blogosfera brasileira, que pra ela é super interessante, pois as ondas, atitudes e modismos são diferentes.
Mas ontem, enquanto jantávamos juntas com os gatos Charlie e Diego nos fazendo companhia, ela me contou sobre o Dale do blog Mole e o novo trend que ele iniciou. Eu fiquei encantada! Sabe quando você lê um post que te toca ou que você concorda, acha super legal, mas não acha as palavras exatas pra comentar? Isso acontece muito comigo. Eu acho uma coisa engraçadíssima e não quero deixar como comentário um enorme Ha Ha Ha, ou leio algo bacanérrimo e não quero escrever apenas Que Lindo! Concordo! Super! O Dale então se inspirou numa prática da filosofia budista e a transformou num comentário simbólico para blogs. Quando você não tem o que dizer, mas quer dizer algo, deixe lá no comentário do post que te alegrou, emocionou, interessou, uma PEDRINHA (o). Adorei isso e vou começar a usar. Quando vocês verem uma pedrinha minha por aí, já vão saber que eu gostei do texto de alguma forma, só não achei palavras pra comentar!

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zero

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Abomino números. Fazer conta de troco, de menos e de mais, orçamento do mês e olhar saldo de banco. Contar yards de piscina e metros de caminhada, minutos de espera, horas de encontros, dias que virão. Ver o peso das coisas em quilos ou, pior, pounds, e calcular metragem, quantidade, medir xícaras e colheres em receitas. Pessoas na fila, carros esperando pra pagar pedágio, notas de dinheiro na carteira, pingos de remédio, latas de comida de gato na despensa. Datas no talão de cheque, minutos pra esquentar a água no microondas, contagem numérica regressiva ou progressiva no painel do tocador de cds do carro. Horário de verão, idade, peso, altura. CIC, RG, Social Security Number. Conta corrente, poupança, cartões de crédito, registro de seguro saúde, passaporte. Quantas jujubas coloridas cabem nesse vidro? Não sei, não quero saber e tenho ódio mortal de quem sabe!

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psiuuuu….

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doidao.JPG
Eu sou doidão, eu sou doidão, eu sou doidão, doidão, doidão..
Mas tenho bom coração.

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Adorable

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Resolvi ir à uma reunião dos docentes da International House. Eu deveria ir em todas, mas nunca marco na agenda, lembro ou presto atenção às datas. Mas na de ontem eu fui. E cheguei atrasada. Eu devo ser a docente mais nova do grupo, a mascote! Mas sou sempre recebida com o maior entusiasmo. Depois da reunião, muitas senhoras vieram falar comigo, se apresentar, perguntar onde eu comprei o meu casaco de couro [cofcof, no Wal-mart, é a resposta sussurrada entre dentes e um sorriso], me convidar para o encontro das terças-feiras, ou apenas dizer um olá, bater um papinho. Todas elas são adoráveis! Fico feliz e orgulhosa por fazer parte desse time, que ajuda a comunidade internacional da cidade sem esperar nada em troca.
Durante a reunião tivemos uma pequena palestra com a assistente do diretor da SISS da UC Davis [Service for International Students & Scholars]. Ela também é estrangeira, uma alemã, e falou da população internacional deste campus da Universidade da Califórnia, esclarecendo muitas dúvidas dos docentes. Nessa, fiquei sabendo que a UC Davis tem 47 brasileiros, entre estudantes e scholars [pesquisadores, pos-doctors]. Eu nunca parei pra contar, embora eu deva conhecer a maioria. Mas quarenta e sete é um número realmente excepcional, que me surpreendeu!

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Amar é…

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… esperar pacientemente na frente da porta ou já dentro do carro, enquanto ele resolve no último minuto antes de sair dar snack pro gato, pôr as latas de lixo na calçada ou dar uma meditadinha no banheiro.
… suportar com firmeza, sem engasgos de vômito, a visão dele passando maionese numa fatia de panetone, devorando um romeu e julieta de goiabada com polenguinho sabor alho ou misturando gelatina com sour cream.
… não se irritar quando ele estiver dirigindo e um velhinho passar vocês na freeway, pela direita.
… responder novecentas e quarenta e sete vezes a mesma pergunta.
… resistir à tentação de atear fogo naquela jaqueta de nylon que ele ganhou quando fez estágio numa empresa em 1983 e que ainda usa.
… escrever sobre os defeitos dele, fazendo tudo parecer singelo e simpático.

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I summon the Iron Chefs!

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De vez em quando – ou melhor, deixa eu ser honesta, quase sempre – eu vicio em algum canal ou programa de televisão. Nos últimos meses minha atenção anda colada nos Iron Chefs do programa japonês retransmitido pelo Food Network. The Iron Chef começa às onze da noite e eu nunca vejo até o final, pois sempre durmo durante o processo. Mas nem por isso a experiência de assistir à batalha dos chefs japoneses deixa de ser interessante. No kitchen stadium, dois chefs se confrontam todas as noites. Um dos quatro Iron Chefs – Iron Chef Japonese, Chinese, Italian e French – e um desafiante. Há um moderador, um comentarista e dois convidados, entre eles sempre uma atriz ou um cantor famosos no Japão. A competição é acirrada, com um ingrediente secreto, que vai ter que ser utilizado em todos os pratos. Os chefs têm uma hora para preparar no mínimo três pratos, que serão analisados, provados e julgados. O chef que vencer ganha todas as honras. O mais legal desse programa, além das comidas estranhíssimas, é o estilo desportivo que eles dão à competição, que parece uma mistura de luta de boxe com jogo de baseball. O comentarista analisa os movimentos dos chefs e câmeras espalhadas pela kitchen stadium filmam todos os detalhes. Ontem, por exemplo, se via pingos de suor cair da testa do desafiante [eca!]. Os ingredientes, animais ou vegetais, são sempre da melhor qualidade. Quando eles são peixes ou frutos do mar, geralmente ainda estão vivos – e eu fico em total horror vendo os chefs decepando-os ou cozinhando-os vivos! O resultado final é sempre pratos que agradam mais ao gosto oriental, nem sempre muito atraentes para a minha maneira ocidental de me alimentar. Muitas vezes eu fico enojada por pratos com melecas cruas tiradas da barriga de um peixe raro ou com a textura ou cor das comidas. Mas nessa batalha de chefs o que interessa mesmo é ver como eles trabalham na cozinha. E para mim é interessantíssimo observar a seriedade e o respeito, tão comuns na cultura japonesa e que ficam bem expostos durante a batalha dos chefs.

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que pasa?

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lo que pasa es que la banda esta borracha……
Tem coisas que parecem não ter explicação. Elas acontecem e pronto. E uma coisa que eu nunca imaginei que aconteceria, hoje tenho que aceitar que ela faz parte da minha vida. Não é fácil admitir isso, mas está tão forte, que não posso mais fingir que não é comigo. Acontece que eu perdi todo o interesse pela leitura.
Logo eu, que era uma devoradora de livros, revistas e jornais. Um dos meus maiores prazeres era ler. Eu lia o que caia nas minhas mãos, revista velha, pafletos políticos, jornal onde o peixe vinha embrulhado, tinha uma compulsão por letras e palavras. Eu lia três livros ao mesmo tempo, passava horas na piscina me torrando de um lado só, pois começava a ler e esquecia até de me virar. Eu adorava os cafés da manhã dos domingos, quando eu ficava horas na mesa da cozinha lendo a Folha de São Paulo de cabo a rabo.
Hoje eu mal consigo folhear as inúmeras revistas imbecilóides que eu assino. Não leio o jornal de papel que recebemos toda manhã na porta de casa, não leio os jornais online, não leio colunas, nem crônicas, mal tenho saco para ler blogs. Se um texto tem mais de dois parágrafos e mais de um link, meus olhos já correm pro final da linha, amarra o assunto apressadamente, como quem já não agüenta mais aquilo. Livros, nem pensar! Estou em total jejum.
Nessas situações embaraçosas, o melhor é não ficar tentando se explicar, mas mesmo assim eu insisto em registrar publicamente duas possiveis desculpas. Uma, é que esta situação seria apenas uma fase passageira e que logo eu voltarei a ser a pessoa ávida por leitura que eu sempre fui. Duas, que pode ser que isso tenha a ver com as mudanças que estão acontecendo com os meus olhos. Não me adaptei aos bifocais, não suporto usar óculos e ler, de repente, ficou uma coisa chata e incômoda.

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o passado não condena