offline

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Amanheci desconectada. Isso ainda me irrita um pouco, mas já não tenho sintomas de abstinência tão fortes. Fui ler o jornal, invés de ler e-mails e blogs. Fui colher limão e rosas no quintal, fiz um monte de coisinhas, fui nadar – nem o vento ridiculamente gelado me segurou – almoçamos um ‘já-te-vi’, pegamos a correspondência, fomos caminhar no Arboretum e tirar fotos das árvores coloridas de outono, assistimos tevê, bebemos xícaras de chá preto com sabor de maracujá e mordiscamos pão com manteiga, eu fiz tricô, comi balas de caramelo, vi um prrograma de receitas de Thanksgiving. A conexão voltou, viemos checar e-mail e tal. Acho que não sou mais tão net junkie como outrora. A cura foi natural!

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lembrando no chuveiro

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» Eu escrevi este texto nostágico já faz uns anos. Quando não se tem nada novo pra escrever, vale reciclar. Ainda mais quando é uma lembrança boa como esta…..

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Eu vou pro chuveiro, que é lá que faço minha meditação, estou pensando em mil coisas, sei lá e então lembro de um episódio do passado.
Nos anos 80 tinha aquela turma de engenheiros agrícolas se formando na Unicamp. Eles eram conhecidos como os ‘engenheiros soft’, porque não tinham a pose e a empáfia dos engenheiros de outras espécies. Eram os que estavam sempre de chapéu e botas de sertanejo jogando truco e bebendo pinga somente entre eles ou com as garotas da Pedagogia. Na cerimônia chic de formatura, que inaugurou o ginásio de esportes – onde eu fui num show do Legião Urbana uns anos depois – estava o Benito Juarez e a Orquestra Sinfônica de Campinas tocando O Guarani e toda a galera formanda de beca e chapéu de cartolina. O patrono era a Cora Coralina e a turma de engenharia agrícola estava, como sempre, destoando. Todos de roupa comum, esportes, camisetas, tênis e até uns de chinelo de dedo. Foi em 1984. Esqueceram o discurso, improvisaram. E a festa de comemoração foi um churrasco, pra variar, na chácara de alguém (que não me lembro quem).
Bom, o que eu lembrei no chuveiro foi a hora que todo mundo já bebum começou a jogar o outro resto, bebum também, dentro de uma piscina atrás da casa. Estava formando um baita toró no céu e a festa estava uma rebordosa geral. Jogaram um, jogaram outro, correria, luta de capoeira, cada um resistia como podia. O Ursão foi um dos últimos. Ele era o ‘papi’ e o status da paternidade o protegeu até um certo ponto, quando começaram a jogar a mulherada também. O Helmut, melhor amigo do Ursão, passou por mim e disse com uma cara séria -“vai pôr o maiô se você não quiser molhar a roupa… ninguém escapa hoje, nem você.’. Enquanto isso escutei uma comoção do outro lado da casa. Corri e vi o Ursão sendo carregado esperneando, seguro pelas pernas e braços por quatro outros fulanos. E atrás ia o Gabriel – quantos anos tinha o neguinho? uns dois anos e pouco? – que berrava furioso, punhos erguidos, pronto pra luta, segurando o choro com orgulho e fazendo uma cara muito feia:
– Larga o meu Pai! Larga o meu Pai! Deixa Ele! Deixa Ele!!
Eu fui lá segurar o guri efurecido e tentar explicar que era tudo era uma ‘brincadeira!’ e que todos iriam entrar na piscina. Ate nós! Vesti o maiô nele e em mim e entramos na piscina voluntariamente. Começou a chover e toda a população da festa acabou dentro da piscina, todos tremendo de frio embaixo da água e do temporal.
Histórinha boba, né? Mas eu contei ela agorinha pro Ursão e nós dois choramos de rir! Nós não lembramos muita coisa… Acho que passamos os anos da infância do Gabriel numa loucura adolescente retardada (de tardia!). Precisamos agora sentar e relembrar!
Viu, daqui a pouco já vou estar até tocando o pandeiro e cantando….lady sings the blues, she’s got them bad she feels so sad wants the world to know just what the blues is all about

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comida quente

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Sentei por uns minutos para assistir à um programa qualquer no Food Network. Uma fulana muito chata ensinava o telespectador a fazer uma festa onde todos os pratos seriam preparados de antemão. Era comida fria, de verão.
Senti vontade de comer algo quente e substancial. Já estamos com clima de inverno. Hoje tivemos um dia cinza com neblina e ar gelado. Não quero comer saladas, grelhados, torta fria de tomate. Quero um ensopado, uma carne assada, minestrone, macarronada. Abri duas latas de feijão preto, cortei duas lingüiças que sobraram de ontem em rodelinhas, acrescentei um pacote de beef jerk e pus pra cozinhar. Arroz pra acompanhar. Verdura cozida. Esse é o tipo de comida que tenho vontade de comer num dia como hoje.

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assim não dá…

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Duas vezes em menos de um mês voltei pra casa dirigindo e chorando pela estrada, depois de deixar gente querida no aeroporto internacional de Sacramento.

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what’s wrong with me??

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Encontrei uma pessoa que eu conheco no supermercado enquanto escolhia distraidamente alguns yogurts. Ela me viu e me cumprimentou alegremente e eu me aproximei para aproveitar e elucidar um probleminha que eu já vinha procrastinando pra resolver há mais de um mês.
– eu ia te ligar ou te escrever um e-mail, pois o número do meu telefone no chart está errado…
– ahn, eh?
– sim! por isso ninguém consegue me contactar no dia anterior ao meu plantão…
– hum, é?
– mas eu te mando um e-mail, tah?
– oh, okay!
Foi então que ela me perguntou:
– e quando você vai trabalhar de novo?
– eu trabalhei ontem!
– é mesmo? em que show?
– SHOW????
Dá pra ter um gene mais recessivo? Dá pra ser mais distraída? Dá pra ser mais sonsa? Dá pra acreditar numa tontice dessa magnitude??? Não………!!!!
Eu não tinha onde enfiar a cara e pedi mil e uma desculpas, nem sei o que falei – alguma besteira pra piorar a situação, é claro – mas ela se parece muito com a Susan e só hoje, quando confundi as duas, que me toquei das semelhanças. Mesmo cabelinho loiro curtinho, mesmo sorrisinho, mesmas maneiras gentis, mesmo jeito de se vestir, só que essa pessoa com quem eu topei no supermercado trabalha como voluntária no Mondavi Center e a Susan é a docente chefe da International House.
Saí do supermercado rindo de nervoso. Não é normal alguém ter a cabeça nas nuvens assim o tempo todo, mas comigo isso é rotina……

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susto!

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Saí da cama num pulo, me sentindo terrivelmente angustiada, pois por alguns minutos achei que tinha perdido um evento no qual estou escalada para trabalhar no Mondavi Center. Tonta com o choque, vim correndo olhar a agenda. Que dia é hoje? Que dia foi ontem? O evento é hoje à noite! U-f-a-a-a…Estou até agora me recuperando do susto, que me deixou enjoada.

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será? será?

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Será que agora eu me livro da peste virtual? Todos os formulários dos arquivos [isso mesmo, TODOS] foram fechados com a ajuda imprescindível do meu filho Gabriel, que também gentilmente instalou o Scode para os comentários que estiverem abertos. Apenas os posts mais recentes terão comentários. Assim que posts novos forem entrando, vou fechando os comentários dos velhos. Uma pequena – quase miníma, chatice pra mim e para meus amigos que comentam regularmente aqui, mas tenho certeza que vai valer a pena. Quero ver esse blog spam-free!

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autumn leaves are falling down, all over town

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» Primeiro post de folhinhas do ano! Aqui o outono demora a chegar e demora a passar. Good for us, pois um inverno sem neve significa um inverno cinza e triste. Portanto alegremo-nos com as folhinhas amarelas e vermelhas!

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o passado não condena