aromas

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Lá pelo ano de 1994, minha mãe chegou no Canadá para nos visitar carregando mil presentinhos. Uma das coisas que ela trouxe foi um difusor de aromaterapia de barro, feito a mão. O treco em si já era uma obra de arte. Mas além de lindo, era útil: você punha agüinha no compartimento [removível, very clever!] de cima, pingava umas gotinhas de óleo essencial na água, acendia uma velinha que ficava no compartimento de baixo e voalá, o mundo ficava todo cheiroso, o humor melhorava, a vida ficava cheia de cores e passarinhos cantando!
Exageros à parte, fiquei fã da aromaterapia. Usei muito, por muitos anos. Com difusor ou argolas de barro, que eu punha nas lâmpadas dos abajures ou quadradinhos de cerâmica, que eu deixava em lugares estratégicos. Ainda tenho vidrinhos de óleos essenciais da Flor Amazon, que trouxe do Brasil comigo em 1999.
Parei de usar a aromateapia sei-lá-por-que. São coisas que acontecem, sem que se planeje. Fui parando ou parei de vez, não sei. Mas na semana passada recebi um pacote pelo correio. Abri, toda feliz, pra encontrar lá dentro um difusor lindíssimo, óleos essenciais e velas! Eu tenho amigas queridíssimas!!!
O difusor, infelizmente, chegou quebrado. Mas eu colei, com pistola quente e voltei à onda aromaterapeutica! Lárálá! Que delícia! Lavanda, Flor de Laranjeira, Mirra, Ylang-Ylang. Esses são os cheiros do momento aqui em casa!

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convivendo

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Ontem eu juntei banheiros e áreas de comida dos gatos. Estava tudo separado e conseqüentemente, uma bagunça. Roux é zoneiro! Fazia uma sujeirada na laundry, onde ficava os dois banheiros – e o dele aberto. E na área de comida estava uma confusão. Decidi que era hora de juntar tudo. O Misty é um senhor educado, um gentleman. Ele come um pouquinho da sua comida especial de lata pela manhã, vai tomar um solzinho, se lavar, volta e come mais um pouquinho, tudo na maior fineza, sem fazer barulho, sem derrubar comida no tapete. O Roux é um fulaninho, come de boca aberta fazendo a maior barulheira, deixa cair comida por toda parte, devora tudo até ver o fundo do pote como um esganado. Diferenças notáveis de personalidade. Mas apesar do caráter sisudo do Misty, ele já está começando a ceder às investidas amigáveis do Roux. Eles já se dão patadinhas, meio que se enroscam, se cheiram, só ainda não dividem o mesmo espaço, o que é a intenção do Roux. Ele quer ficar com o Misty, dormir junto, coisa de companheiro gato. Mas o Misty ainda não permite tanta aproximação. Estou contente que em apenas uma semana já alcançamos uma harmonia razoável. Só estou um pouco preocupada com as minhas coisas, pois um copo já foi quebrado nas xeretações e vira e mexe eu vejo uns tipos trepados em lugares que não devem. Ah, mas a vida do Misty já está muito mais ativa, nem dá pra comparar com a sua vida tediosa e monótona, antes da chegada do atrevidinho Roux.

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que folga
[que folga…]

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57

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Nosso governador, Arnaldão Schwarzenegger, faz 57 anos hoje e o jornal da capital da Califórnia, o Sacramento Bee, publicou um artigo engraçadinho dos cinqüenta e sete possíveis presentes para o governator, neste festivo trinta de julho. A quinqüagésima sétima opção são doces de uma confeitaria austríaca daqui de Davis [que não é a minha favorita].

“The Konditorei Austrian Pastry Cafe in Davis could make any of a number of traditional pastries from the governor’s native country to warm his heart. A little Krapfen (deep-fried dough filled with apricot marmalade or custard) or Paratschinken (crepes filled with fruit); or a Malakoff torte (with lady fingers dipped in rum; not to be mistaken for a Molotov torte, which has a lighted fuse in it).”

Deve ser muito fácil fazer humor com uma figura como o Arnaldão. Mas essa llistinha do Sac Bee deixou um pouco a desejar.

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amigas

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Vira e mexe eu cruzo com uma garota na natação que sempre me cumprimenta efusivamente. No começo eu achava que não era comigo, respondia ao cumprimento, mas depois checava os lados e atrás, pra ver se não tinha alguém ali e se eu não tinha feito um papel de pateta respondendo uma saudação dirigida à outra pessoa. Não, a moça toda sorridente estava mesmo falando comigo. Oh, well, pensei, vai ver ela é simpática assim com todo mundo, mas ficava sempre uma pulga atrás da orelha, pois você não abre um sorrisão e solta um ‘hi!!! how are you!’ todo animado para meros companheiros de piscina, gente com quem você nunca conversou.
Hoje, estava me trocando no vestiário quando essa moça entrou. Me viu e já abriu o sorrisão e eu ouvi o famíliar ‘hi!!!’ todo amigável. Mas desta vez ela puxou papo e tudo se esclareceu.
– você já voltou do Brasil?
– [??] ew…. sim…… em junho……
– e aí? achou muitos peixes?
– [peixes??? what the heck! oh… plim!!] você está pensando que eu sou a Patricia, mas eu sou a Fernanda! a Patricia ainda está no Amazonas, volta em setembro.
– ahhhh! ha ha ha! prazer, eu sou a … [obviamente que não memorizei o nome dela]
A garota estava me confundindo com a Patricia. Eu achei isso legal, pois a Patricia é uma pessoa superbacana, uma ótima amiga, que eu adoro. Mas apesar de ter o mesmo jeitão desengonçado, de ser morena, ter a mesma altura e também nadar com uma touca com a bandeira do Brasil, eu sou doze anos mais velha do que ela e esse pequeno e insignificante detalhe poderia ser o ponto crucial na identificação de quem é a Patricia e quem é a Fernanda. Não é? Pisc! Tô mesmo achando que essa simpática nadadora está realmente precisando usar óculos!

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a primeira multa a gente nunca esquece

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Tive uma reunião na UCDavis ontem à tarde. Como estava um baita solão, pensei ‘vou de carro, assim não chego lá toda ensuvacada e não causo má impressão’. Estacionar no campus da UCDavis é uma pain in the ass. Ou melhor, os estacionamentos são uma máquina de fazer dinheiro. Se não é com os caros parking permits, são com os vales diários ou parking meters, que só aceitam 45 minutos de estacionamento e custam 0,25 cada dez minutos. Arrisquei no parking meter de 45 minutos e me danei. Quando voltei toda esbaforida, o carro dos multadores [o Tap’s] já estava virando a esquina e a multa presa no limpa pára-brisa. A minha primeira multa aqui. Um dia eu teria que estrear, né? Pff…

citation

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G’day!

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coffeebread&eggs

>>> nosso singelo breakfast de segunda-feira, servido sobre o lindo jogo americano de fibras naturais feito em tear manual, presente da Cecilia!

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The London Tube

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Minha mãe me mandou um mapinha do metrô de Londres e um ticket, com as explicações de como pedir só ida, ida e volta e passe diário. Estou olhando o mini-mapa e vi que a casa do meu irmão [High Street – Kensington] fica perto de tudo. Identifiquei alguns nomes de lugares famosos no mapinha, que nem precisa trocar de linha. Isso é o máximo que consigo fazer antes de uma viagem: olhar num mapa a localização do lugar onde vou ficar. E olhe lá….

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donde?

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O amigo uruguaio da minha amiga brasileira riu muito quando eu disse o que eu respondo quando viajo e me perguntam de onde eu sou. Eu saio de Davis, sou de Davis! Saio da Califórnia, sou da Califórnia. Manjam?
Quando me perguntam aqui em Davis de onde eu sou, eu logo entendo que estão perguntando a minha nacionalidade [o que é bem raro, pois o californiano tem a caracteristica de não perguntar nada, mesmo quando você está matracando com AQUELE sotaque desgranhento, que eles não conseguem identificar a origem]. Mas quando eu saio de Davis e as pessoas me perguntam de onde eu sou, eu imediatamente respondo ‘sou de Davis!’. Pois não sou?

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o passado não condena