[you’re not good] but you look good

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Meus biquinis cariocas estão fazendo o maior sucesso na piscina do Davis Aquatic Masters. Todo dia alguém faz um comentário elogioso, dizendo que os biquinis são “cute” e tal. Só assim mesmo pra eu conseguir chamar a atenção por lá – a outra opção seria me afogando, o que muitas vezes passa perto de acontecer. Meus dotes atléticos não chegam pra tanto, então só posso contar com o charme e a graça dos meus biquinões pra receber elogios assim de graça.
Desde que eu retomei meus treinos diários que me fixei na raia um, pois acho que dei uma regredida no meu desempenho e nem cogitei dar meus pulinhos pela raia dois ainda. Mas se você não vai à raia dois, a raia dois vem até você. Não é que a famigerada Filombeta está nadando comigo agora na raia um? Ah, mas tem um bom motivo pra essa situação bizarra: é que ela se machucou. Deslocou o ombro jogando golfe e está em processo de recuperação. Então nada com pés-de-pato e faz um gênero atleta-machucada-em-fisioterapia-intensiva, além de ter ficado minha amiguinha! Quem te viu, quem te vê, hein?
Mas essa situação da Filombeta me fez refletir como essa gente que nada comigo é metida a ser atleta. Eles não só nadam avidamente, mas praticam outros esportes, também com veemência e dedicação. Eles pedalam bicicletas nos finais de semana, correm pelas estradas, jogam golfe, tênis, vôlei, basquete, baseball, fazem ioga, pulam corda, levantam peso, dançam a macarena. Por isso, volta e meia eles estão estrupiados, com o ombro deslocado, com o pé quebrado, com dor nas costas e até andando de muleta e todos enfaixados, como aconteceu com o meu atleta vizinho Dave, quando ele caiu de uma montanha na Itália.
Esses acidentes esportivos NUNCA vão acontecer comigo. Podem revirar os arquivos de todos os anos em que eu escrevo neste blog e garanto que vocês não vão achar nenhuma história minha em acidentes relacionados à esportes. Comigo só acontecem acidentes bizarros na cozinha, envolvendo facas, pratos, copos, tropeçadas em tapetes, caramelo quente, etc.
A explicação para essa total ausência de acidentes esportivos no meu currículo é simples: eu normalmente não pratico esportes e quando pratico é por um motivo alheio à competição ou ao desafio físico. Eu nado porque é gostoso, relaxante, quase uma meditação. E só dou o meu “médio” quando nado. Nunca me esforço mais do que o necessário [só se o coach estiver olhando…..] ou além da minha capacidade – que já tem um limite medíocre. Eu não ligo de ser a última, a mais lenta, a pior. Contanto que eu esteja todo dia lá na piscina, tire a bunda da cadeira, me mexa, faça algo.
Eu nado com duas mulheres bem mais velhas do que eu e que são muito mais rápidas, resistentes e antenadas. Hoje, no final do último set, uma delas comentou que mesmo nadando devagar ela já estava “downhill”. Eu retruquei rindo que eu já tinha começado o set “downhill” e que pelo jeito iria instalar residência permanente na raia um. Elas gargalharam e uma delas disse:
– “but at least you LOOK good!”

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click!

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cookusa

kniting

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trust

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Na Swanton Berry Organic Farm em Davenport, nos deliciamos com os morangos orgânicos colhidos na hora, mergulhados no chocolate, transformados em sorvete cremoso, cheese cakes e tortas, acompanhados de bolo e chantily. A fazenda de morangos não usa mão de obra barata [imigrantes ilegais] e tem um sistema de pagamento self serve na sua lojinha de comilanças: você pega o que quer e deixa o dinheiro numa caixinha. Pega o troco se precisar, ninguém vem conferir.
Confiança é uma palavra em desuso, mas não completamente obsoleta!

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fomos visitar o mar

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Em pleno verão, quando a situação fica tórrida aqui no Sacramento Valley, gostamos sempre de fazer pequenas viagens para o litoral. No norte da Califórnia, ir para a praia significa levar agasalho para não passar frio. A água é só para surfistas, com suas roupas apropriadas. Aproveita-se a paisagem. E que paisagem. As praias frias do norte da Califórnia são lindas! Penhascos, faróis, caminho das baleias.
Sábado descemos até Santa Cruz, seguindo dicas de uma revista, que indicava a pequeníssima cidade de Davenport como ” a secluded seaside artist’s community, home of the Eugene O’Neill National Historic Site, and was recently featured in local rocker Neil Young’s latest film, Greendale” . Eu amo visitar sites de filmes. Uma das minhas cidades de praia favoritas por aqui é justamente o site de um grande filme. Adoro ir à Bodega Bay, não somente, mas também porque foi lá que Hitchcock filmou The Birds. Rumamos em direção à Davenport, pois eu queria ver o site do filme do Young e a casa do Eugene O’Neill.
Eu devia ter sacado que tinha algo errado com a reportagem, pois Neil Young não é artista local. Ele é canadense. Chegamos na pacata Davenport e absolutamente ninguém conhecia o tal site histórico do Eugene O’Neill. Almoçamos num café, degustamos morangos numa fazenda ao lado e seguimos para Pescadero, uma comunidade fundada por portugueses. De lá fomos para Half Moon Bay, onde caminhamos e browseamos pela historic downtown. Passamos por San Francisco e voltamos para Davis sem encontrar a tal casa do escritor.
Encafifada, fui procurar na internet e a casa do O’Neill é sim no norte da Califórnia, mas não é em Davenport e sim em Danville. Fiquei louca da vida! A revista é um encarte chamado The Best of California Drives, publicado pelo California Travel and Tourism. E com um errão desses… nos mandou para Davenport. Se bem que a viagem valeu a pena mesmo assim. Agora preciso ver Greendale, pra conferir no filme as lindas paisagens da cidade que visitamos.

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meu retrato em p&b

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tiafebylivia.jpg

Minha sobrinha Lívia me desenhou. Ela tem cinco anos e pegou todos os detalhes importantes para fazer um retrato convincente da tia que ela acabara de conhecer e com quem se impressionara. Que alta, que cabelo bonito, que linda! Como é bom poder deixar tamanha boa impressão numa menina assim tão meiga. Neste retrato ela me desenhou exatamente como eu estava: rabo de cavalo, colar de sementes gigantes, bolsa com tachinhas prateadas, calça comprida [e pernaslongas!] e risadona estampada na cara. Adorei este desenho da Lívia!

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jazz it up

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Bob Dylan na rádio paradise, furando onda no sonho, café sem açúcar, miçanga mania, limões crescendo, água azul cristalina, móbile de galinhas na janela da cozinha, vento refrescante no rosto, picolé de frutas tropicais, pilhas de papéis, linha azul turquesa, pêssegos saborosos, Nando Reis é um titã, menta chocolate secando, cestinha de pano listrado, telefonema feliz de Paris, lista de coisas pra fazer, gargalhadas a dois, sorvete de creme, mensagem com boa notícia de Campinas, chinelo de dedo, pequena viagem, alface com azeite, muitas revistas, foto nova no porta-retrato, cinco moedas de um centavo, cheiro de grama e terra, gato espiando na porta, colares coloridos, camiseta sem manga, querer é poder, postal da Grécia, lavanda, filme do Hitchcock, uma rosa vermelha no vaso, oitenta e sete graus.

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pink scarf

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Eu detesto fazer coisas de carro. Odeio colocar gasolina e também odeio fazer outras obrigações, como lavagem e manutenção. Só que não consigo escapar dessas chatices, já que sou a faz-tudo da família. Meu marido não tem tempo pra nada, por ser um ocupado cientista preocupado somente com o o futuro da agricultura mecanizada e, consequentemente, da humanidade.
O dia estava tórrido, com um vento quente soprando e eu, de mau humor e cansada, fui levar o carro na autorizada da Toyota pra trocar o óleo e checar o breque. Cheguei procurando pelo Dave, um sujeito gordo com quem Mr. Rosa já tinha conversado pela manhã. Com minha sacolinha de plástico contendo meu tricô, fui sentar na sala de espera da concessionária – um lugar conhecido meu de outros carnavais e verões, onde o ar condicionado parece não funcionar direito e que sempre me provoca um mal estar.
Eu já contava com um mínimo de quarenta minutos de espera, mas não contava com a mesa de centro da salinha repleta de revistas de golfe e a televisão pendurada no teto sintonizada num canal exibindo um programinha lixo. The People’s Court – uma vitrine com todas as baixezas possíveis na face da terra. Gente ralé brigando por causa de cinqüenta mangos, ignorância, estupidez, demência.
Minha salvação foi o meu tricô. Um funcionário chamado Chris entrou na sala para me fazer assinar um papel. O que você está tricotando? Um cachecol para a minha sobrinha e ela quis cor-de-rosa! Minha avó costumava tricotar pequenas boinas para mim, é legal poder fazer essas coisas para as pessoas, né? É sim!
Um calor de rachar coquinho na rua, nenhuma opção de leitura instrutiva ou diversão leve no meu tempo de espera na salinha abafada da concessionária da Toyota. Entre displays de pneus, tapetes e acessórios de carro, eu tricotava pacientemente um cachecol cor-de-rosa.

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let’s go Mozilla!

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Das minhas estatísticas:
MSIE 5.x – (46%)
MSIE 6.x – (41%)
MSIE 4.x – (3%)
Netscape 5.x – (2%)
Netscape comp. – (1%)
Mozilla – (1%)
Netscape 4.x – (1%)
Vamos mudar isso, gente! Let’s go Mozilla! O melhor browser ever, em versão nova. Depois de usar o Firefox por um dia, duvido que alguém queira usar o Internet Explorer novamente….

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justo você berenice

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justo você berenice
que não chega nem aos pés da vera fisher
me sai com essa sandice
de que meu som não chega nem no calcanhar de aquiles
do som do sting ex-the police
justo você berenice
que não chega nem aos pés da doris giesse
me sai com essa sandice
de que meu som não chega nem no chulé
do som daquele esfinge ex-mister prince
justo você berenice
que não chega nem aos pés da poeta alice
da penélope de ulisses
da irmã dulce, da marlene dietrich
Itamar Assumpção

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i’ve got boobs

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Já voltei para a minha rotina matinal da natação, mas desta vez com a preocupação adicional se o meu super biquini carioca iria agüentar o tranco das braçadas e da água super clorada. Primeiro fiquei com pena de mergulhar as peças diáriamente naquela piscina hiper saturada de químicos, afinal eu e o Moa rodamos muito, até finalmente encontrarmos esses biquinões sarados. Depois pensei, ah comprei pra usar, né? E meti bronca. Só que esses biquinis brasileiros não são pra nadar e sim para tomar sol e valorizar o corpo. E eles me deixaram com busto….. ah, que cafona dizer “busto”, mas é melhor que dizer “peitos”. E como eu sou uma figura extremamente pudica, já fiquei toda encanada que iria dar bafão na piscina, exibindo minhas não-tão-amplas formas de maneira aviltante e isso me tirou totalmente a concentração.
Vou pensar positivo – estou linda, estou na moda, estou diferente, estou pegando um bronzeado mais extenso e logo, logo, ninguém mais vai reparar nos meus peitos salientes. Se é que realmente repararam…..

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o passado não condena