Coppola faz vinho
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Acho que muita gente é assim como eu sou: adora papelaria, caneta, coisas de escrever, escritório, envelopes, clipes, agendas, carimbos, adesivos, fichas, grampeador, durex…… Eu sempre preciso me segurar pra não ficar comprando besteiras. Até no Wal-Mart eu faço a festa. Fui lá exclusivamente para comprar dois envelopes forrados com bolhas para mandar uns cds pelo correio. Mas fiquei namorando as canetas, os bloquinhos…. Não me contive e trouxe pra casa três blocos coloridos pra anotar recados [que eu geralmente faço em fichas pequenas, que compro de pacote] e um caderninho….. um micro-caderninho, igual os grandões, para composição [que eu tenho para anotar receitas e outro para coisas de computador – senhas, registros, etc]. Eu não sei o que vou fazer com esse micro-caderno, mas por 0,78 cents não resisti e comprei. Pra colocar na bolsa, talvez, e anotar idéias de gírico que pipocam e poluem a minha mente o tempo todo!
Uma rádio legal para quem gosta de música folk norte-americana – KVMR [89.5 FM] de Nevada City, Califórnia. Eles tem um programa chamado Street Legal, que só toca música do Bob Dylan. E toca na internet com Real Player.
Outubro é um mês cor de abóbora por causa do Halooween e dos pumpkin patches que pipocam pelos campos fora da cidade. Ontem eu fui até Woodland e vi alguns, colorindo a One Thirteen. É uma tradição para as crianças irem com a escola ou com a família escolherem as abóboras que irão enfeitar a casa para o Dia das Bruxas. Eu ia aos pumpkin patches quando trabalhava na escola. Era divertido. Mas pra minha casa eu compro mini- abóboras e outros ornamentos outonais no supermercado mesmo……
Bob Dylan é citado incontáveis vezes na biografia de Neil Young. São muitas cenas e histórias. Eu fico tentando marcar todas para contar aqui. Hoje vou fazer um Dylan Special no The Chatterbox. E vou tentar contar algumas das passagens que estão no livro do Jimmy McDonough – Shakey.
– Neil e Crazy Horse estavam gravando na casa de Young em Malibu. David Briggs, o produtor estava tentando se livrar de um bando de groupies que estavam na frente da casa. Uma das namoradas dos Horse viu uma van azul estacionar na calçada e alertou Briggs, que correu até lá puto da vida e agarrou o cara que estava saindo da van pelo colarinho. Era Dylan….. Briggs pediu desculpas.
– Sandy Mazzeo, um dos roadies de Young saiu dirigindo um carro funerário Pontiac 54 que pertencia ao músico. De repente ele ouve alguém batendo no vidro que dividia o fundo do carro do banco do motorista. Levou um susto, pensando que era um fantasma, mas era Dylan, que entrou no carro para tirar um cochilo na noite anterior e acordou com o carro andando. Mazzeo conta que Dylan vestia um turbante todo desfeito e parecia uma múmia. Ele desceu do carro e não aceitou a oferta do roadie de levá-lo de volta para a casa de Young. Dylan preferiu pedir carona na estrada e voltar para Malibu sozinho.
– Dylan participou de muitas das sessões para o álbum Zuma na casa de Neil Young. Ele tocava piano e guitarra. Frank ‘Poncho’ Sanpedro, um dos músicos do Crazy Horse, conta que Dylan se vestia com roupas da Sears, era muito mais baixo do que ele imaginava e muito mais introvertido do que Young – e ele achava não ser possível existir alguém mais introvertido do que Neil Young.
– Depois de participar de inúmeras sessões com a banda Crazy Horse, Dylan disse para Young “Sua banda tem um ritmo bom, mas eles não sabem tocar” e Neil respondeu “Sim, mas veja só Bob – você conseguiu tocar com eles.”.
Well, my telephone rang it would not stop, It’s President Kennedy callin’ me up.
He said, “My friend, Bob, what do we need to make the country grow?” I said, “My friend, John, Brigitte Bardot, Anita Ekberg, Sophia Loren.” The country will grow!
[I Shall Be Free – 1963 – in The Freewheelin’ Bob Dylan]
Well, I try my best To be just like I am, But everybody wants you To be just like them. They sing while you slave and I just get bored. I ain’t gonna work on Maggie’s farm no more.
Era uma rotina para mim dançar em pé na frente da vitrola, enquanto as bolachas de vinil do Dylan tocavam e eu tentava em vão entender as letras.
Anos depois eu confessei para a minha irmã que eu era uma mulher realizada, pois hoje posso entender as músicas do meu ídolo Bob Dylan.
Dois shows do Dylan – um no Arco Arena em 99 e outro no Memorial Auditorium em 01 já acumulavam pontos para mais realização pessoal. Mas ontem, outra vez no Memorial Auditorium, eu finalmente dancei em frente ao palco como imaginava fazer nos tempos que dançava em frente da vitrola.
De pé a uns 20 metros do palco onde Dylan e sua banda estavam, dancei toda rebolante e feliz quando a primeira música se iniciou – Maggie’s Farm. Esse era um clássico nas minhas danças solitárias do passado. I ain’t gonna work on Maggie’s farm no more……..!!!
O resto do show foi puro rock ‘n’ roll e blues na veia. Dylan faz shows pros seus fãs. Se você não sabe ou não conhece as músicas dele, não vai conseguir entender metade do que ele canta. Todos os números são revisitados. Não tem nada igual em nenhum disco. Só ali que você vai ouvir aqueles hits tocados daquela maneira. Por isso é tão legal!
Com a mesma banda que o acompanha já há alguns anos – Charlie Sexton, Larry Campbell, Tony Garnier e David Kemper – Dylan fez um show eclético. A banda, vestida de terno cinza sobre camisa preta e Dylan, mais descabelado do que nunca e todo de preto com suas botas de cowboy de duas cores, trocavam de guitarra a cada nova música, como fizeram no show do ano passado. Uma fileira de guitarras de todos os tipos [algumas vintage] descansavam enfileiradas no fundo do palco. Dylan se dividiu entre as guitarras e um pianinho Yamaha. O guitarrista Larry Campbell tocou uma espécie de bandolim e um pedal steel guitar. O baixista Tony Garnier trocou seu baixo em alguns números por um violoncelo. A banda é muito jovem e parece deixar Dylan à vontade e de bom humor. Ele sorriu durante algumas músicas e conversava e trocava caretas e sorrisinhos freqüentemente com Campbell.
Dylan tocou muitos clássicos como Masters of War, It’s Alright Ma [I’m Only Bleeding], One Two Many Mornings, Like a Rolling Stones, Blowin’ In The Wind e Stuck Inside Of Mobile With The Memphis Blues Again.
A surpresa da noite foi Dylan cantando Brown Sugar, dos Rolling Stones e Old Man , do Neil Young [que foi realmente uma surpresa maravilhosa!].
A platéia também eclética era composta de gente de todas as idades. Ali no frente do palco, onde nós ficamos, tinha tanto adolescente que eu até achei surpreendente – um músico de sessenta anos, com fãs tão jovens. Todo mundo dançando, cantando junto [dentro do possível], pedindo números [umas chatonildas queriam que ele tocasse Joey e não paravam de berrar We Love You Bob!!]. Na nossa frente uma senhora de muletas, dançando e se divertindo. Eu nem olhei pra trás nem pros lados, então quase não vi o resto do público que lotava o teatro. Fiquei de olhos colados no palco – mais precisamente naquele coroa baixinho e descabelado que tocava com as pernas magrelinhas dobradas e cantava com aquela voz de taquara rachada, cada vez mais rachada, e que é um dos maiores mitos da música norte-americana.
…….
Memorial Auditorium – Sacramento – CA – 09/10/02
Set list: Maggie’s Farm, Tell Me That It Isn’t True, Stuck Inside Of Mobile With The Memphis Blues Again, Accidentally Like A Martyr, You Ain’t Goin’ Nowhere, Brown Sugar, To Ramona , It’s Alright Ma (I’m Only Bleeding) , Blowin’ In The Wind , Drifter’s Escape, Masters Of War , Old Man , Honest With Me, One Too Many Mornings , High Water, Mutineer, Floater (Too Much To Ask), Summer Days.
Encore: Like A Rolling Stone, Knockin’ On Heaven’s Door, All Along The Watchtower
Consegui me virar e descolar uma roupeta chic para a festa de ontem. Para o padrão americano, eu sempre estou acima da média, mesmo com o meu guarda-roupa não muito sofisticado.
A festa estava muito bem organizada, como tudo aqui nessas paradas. Conhecemos algumas pessoas e eu sentei ao lado do vice-chancellor para Campus Community Relations e travei um convercê animadíssimo com o cara. Ele me deu umas dicas legais para a minha busca de emprego. Até sugeriu um mestrado em Berkeley, para me deixar mais competitiva [oh, well….]. Contou muitas histórias interessantíssimas, até da lua de mel dele com a segunda esposa, que foi no Rio de Janeiro. Ele contou que ficou encantado com um arco e flecha dobrável que uma índia vendia no calçadão em Copacabana e teve problemas na alfândega, voltando para os EUA, quando o funcionário barrou o arco, pois ele era enfeitado com penas de algum pássaro. Como ele conseguiu passar o negócio pela alfândega é a história mais surreal que eu já ouvi. O cara da alfândega disse que o arco não podia entrar nos EUA porque continha ‘penas’ que eram consideradas pela lei como ‘partes de um animal’. Bom, o cara simplesmente disse ‘mas isso não são penas…… são ORNAMENTOS..’ e conseguiu entrar com a arma indígena no país. Bom, o ano era 1988. Hoje não sei se enganaríamos esse pessoal da alfândega assim tão fácil….. Aliás, era capaz do cara acabar preso, carregando um arco e flecha dentro do avião!! ha ha!
Também socializamos com uma professora japonesa da escola de medicina e seu marido americano saxofonista. Acabamos só falando de música, deixando os trelêlês acadêmicos de lado.
A comida estava boa, o vinho estava ótimo e o Chancellor foi rápido no discurso. Só na entrada, quando o Chancellor e a esposa nos recebiam na porta, para uma conversinha rápida e fotos, que o Ursão deu um fora…… Ficamos nos rachando de rir depois… Acho que ele ainda não se tocou do status que ele carrega.
A foto abaixo faz parte de uma série que meu pai tirou num domingo quando ele nos levou num campinho para empinar papagaio! As fotos são bem legais e espontâneas, pois ele clicou a gurizada [eu, meus irmãos e meus primos] enquanto estávamos concentrados na empinação. Acho que nessa foto olhávamos para o papagaio caído ou enroscado em algum mato!! Os empinadores chefes eram o meu primo e eu, pois éramos os mais velhos e os mandões!