desestressantes

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Uma coisinha por vez. Ele está em finals, então vai ter que acabar o serviço em doses pequenas. Hoje o Gabriel instalou o plug-in pra visualizar java e trouxe meus arquivos do The Bat – trocentos mil endereços de e-mail e mensagens não respondidas. Nao sei quando vou conseguir colocar a correspondência em dia.
E preciso botar o papo telefônico em dia também. Ligar pra minha irmã, que faz um tempinho que não conversamos e eu não sei de notícias do Fausto. E tenho que ligar pro meu irmão, porque amanhã é aniversário da minha sobrinha Lívia. Ela faz três anos! Eu só a vi ainda bebezinha, com uns dois meses. Quando for revê-la vai ser um choque, principalmente pra ela! Alguém me contou que ela estava falando num telefone de brinquedo e perguntaram ‘com quem você está falando Lívia?’ e ela respondeu ‘com a tia Fernanda!’. Essas pequenas coisas me deixam sorrindo, como a Paula dizendo ‘meu nome não é Paula, meu nome é sereia!’ ou a Júlia indo me buscar no aeroporto e eu perguntando ‘quem é você?’ e ela respondendo ‘eu sou a Júlia! e você é a tia Fer!’.
Eu tenho a sorte de poder aproveitar pequenas doses de um remédio desestressante que é a minha convivência diária com as crianças. Todo dia quando eu chego na escola de manhã a Hannah vem sorrindo pra mim e diz ‘feMandaaaa…. i’m hungry, i’m tired and i’m cooold….’. Eu respondo ‘ohmaigosh!! pooooor hannah!!! hungry, tired and coooold!!!’ e ela morre de rir e me abraça!
Na janela da minha casa fica o Senhor Misty Gray, aproveitando os ares de primavera, agora que eu deixo tudo aberto. Eu vou trabalhar dizendo ‘tchau miauzito!’ e acenando pro bicho na janela e logo percebo o ridículo dessa situação. Mas mães e donos de animais são gente boba mesmo! Na volta do trabalho, estou distraída procurando a chave da caixa de correio na bolsa quando escuto um ‘miauuu miauuu’. Olho pra janela e lá está o Misty Gray, todo alegre de me ver e se manifestando sem vergonha dos vizinhos gatos acharem ele um puxa-saco. Eu adorei a recepção! Agora espero um miado vir da janela todos os dias!

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field trip

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Nossa, como faz tempo que eu não vou ao cinema!! Acho que durante os meses que precedem o Oscar, tudo fica um tédio, só pode ser!! Tem um filme interessante em cartaz no Tower – Monsoon Weding, um filme indiano. Eu vi o trailer e parece legal. E é uma oportunidade de ouvir outra língua sendo falada na sala de cinema.
Eu ando tão cansada fisicamente que chega uma hora que eu não consigo nem ficar de roupa normal. Tenho que vestir uma calça de pijama , um blusão largo e meus tamancos Birkenstock. Meu cansaço deve ser também ‘stress related’.
E hoje é o primeiro dia de primavera e eu passei frio o dia inteiro. Acreditei na meteorologia do Sac Bee que previu 22 C na máxima e caí do cavalo. Fui trabalhar de macacão e uma t-shirt de algodão de manga comprida e vi minhas mãos irem ficando roxas… eu não aprendo!!
A field trip foi um sucesso. Eu bati mais de 70 fotos, mas não sei quando vou poder puxa-las da minha câmera. Fomos recepcionados pela firefighter Gina, que nos mostrou toda a fire station e até deixou as crianças ajudarem a segurar a mangueirona espirrando água. Nós visitamos desde a cozinha e sala, até os quartos dos bombeiros. Eles vivem lá, nos plantões, como se fosse uma casa. Na sala tinha uma tv enorme e umas dez poltronas de couro reclináveis, dessas Lazy-Boy. Um dos quartos que estava com a porta aberta, mostrou uma bagunça inimaginável para um super-herói! Parecia mais um quarto de adolescente rebelde e preguiçoso! Ainda bem que as crianças nem repararam, senão iria ser difícil explicar aquilo! A firefighter Gina desceu pelo ‘pole’ de emergências duas vezes, subiu na escada giratória gigante de um dos carros e deu tchauzinho lá de cima, deixou as crianças explorarem um dos caminhões antigos da década de 30 [e elas se fartaram de tocar um sino irritante!] e depois mostrou todas as roupas que os bombeiros usam pra trabalhar – que protegem todas as partes do corpo contra o fogo, têm máscara de oxigênio e um bip para encontrar o bombeiro no meio da fumaça – uma parafernália que pesa quase 25 quilos. Ela também explicou normas básicas de segurança e ensinou as crianças a rolar e engatinhar sob a fumaça [um lençol que flamejava sobre as cabecinhas deles]. Caminhamos vinte minutos pra ir e mais uns trinta pra voltar [como eles se arrastavam na volta!] pelo campus da UCDavis. Todas as crianças ganharam um chapéu vermelho e um distintivo – Junior Firefighter. Eles adoraram e depois do almoço, no playground, brincaram animados de ser bombeiros, apagando fogos na casinha de madeira e nas wagons de plástico!

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my partner

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Amanhã vamos ter uma field trip na escola. Estamos indo visitar a fire station daqui da UCDavis. As crianças estão excitadíssimas, mal podem esperar. Vocês sabem que os bombeiros são super-heróis para elas, né?
Muitos pais vão nos acompanhar como voluntários. Então como sempre acontece nessas field trips, duas crianças são designadas para cada adulto. A Carrie, que fez o penoso trabalho de distribuir as crianças de acordo com infinitos parâmetros [as que obedecem, as que andam devagar, as que os pais não voluntariaram, eteceterá…], me colocou com o Tristan e a Hailee. Um equilibra o outro. Não querendo tomar lados ou dar preferências, mas você precisa berrar o nome dessa menina vinte vezes até ela resolver olhar pra sua cara. Já o Tristan é uma gracinha que a gente só não abraça e beija o tempo todo porque ele é menino-macho e não deixa.
A Judy já avisou todas as crianças com que adulto elas vão – com mãe de fulano, com pai de sicrano, com a professora tal…. Então eles já estão na marcação. E na expectativa.
Brincando no playground, no meio de uma empolgada luta entre power rangers, o Tristan me viu e veio perguntar:
– are you going to be my partner tomorrow on the field trip to the fire station?
Yep!!! We’re going to be partners!!!

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tempo & paciência

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Já faz uma semana que estou usando o Linux e até agora não tenho meus programas instalados aqui. No Photoshop, no Homesite, no Cute FTP ………. Haja paciência, mas eu dependo do Gabriel…. Não estou podendo fazer nada direito e ainda não posso puxar fotos da câmera, não posso usar o scanner. Ótima oportunidade para desenvolver ainda mais a minha paciência zen.

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hellos & goodbyes

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Na sexta-feira passada tivemos uma festa de queijo e vinho para nos despedirmos de um casal amigo que está voltando para o Brasil nesta semana. Bebemos, comemos, rimos, papeamos. Na quarta-feira eu fui visitá-los e enquanto conversávamos coisas da vida de exilados [de quantos hellos e goodbyes dizemos por ano] eu olhava para o rosto da minha amiga e pensava que nunca mais vou revê-la assim cara-a-cara. Quando a gente diz adeus, é pra valer. Não estou dizendo isso da boca pra fora. São dez anos dessa experiência, nunca reencontrando amigos que se foram e se espalharam pelo Brasil e mundo afora. Nós sempre choramos, nos abraçamos, prometemos escrever e mandar fotos, mas quando todos se ajustam novamente às suas rotinas, caímos na armadilha do esquecimento e as cartas vão ficando espaçadas, os telefonemas tornam-se anuais e logo a distância faz o estrago. Nunca consegui fazer isso acontecer diferente.
Ontem, outra despedida. Num churrasco na casa da Leila e Peter, falamos adeus para um médico campineiro que provavelmente nunca mais reencontraremos. Um cara bacana, que fala com o nosso sotaque e nos faz rir com suas histórias interessantes. Mais um que vai embora.
Mas esses goodbyes convivem harmoniosamente com os hellos. Todo ano conhecemos novas pessoas e muitas vezes deslanchamos amizades gostosas. Agora nossos novos vizinhos são brasileiros e já estamos organizando pequenos jantares regados a muito vinho e muito papo. É tão fácil! Então vamos aproveitar!!

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japfood

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Esse é o melhor restaurante japonês em Davis, segundo o amigo japa do Ursão. Eu não conhecia. Só conhecia o Fuji [meu favorito, so far] e o Tokyo, que nos dias de semana tem o horroroso Mongolian Barbecue à $3,95 per person, que eu detestei. É bom pra estudante faminto, que quer comer um monte de carne e pagar pouco. Vamos testar o Sushi Nobu hoje. O Ursão já foi lá com o pessoal do departamento dele [mais o amigo japonês]. E hoje é a minha vez de ver se é bom mesmo.

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mais explicações

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Ainda está tudo meio confuso aqui. Meus programas continuam na fila para serem reinstalados [é, eu não sei instalar nada nesse Linux…] e eu me descabelo diáriamente para fazer as coisas mais simples, aqui neste computador. Também não estou usando editor de texto pra escrever, porque o que o Gabe instalou aqui [Kword] transforma todos os acentos em pontos de interrogação quando eu faço copy/paste. Aliás, até o copy/paste no Linux é diferente. Estou me sentindo uma infoanta, aprendendo o beabá. Então estou escrevendo direto no Greymatter e não tem corretor ortográfico pra pegar meus erros no pulo, então desculpem o mal jeito, se eu escrever algo horrivelmente incorreto. Também não tenho tempo de escrever de manhã e quando chego aqui à tarde, estou me sentindo um sabugo de milho chupado e nem sei como tenho conseguido pensar, quando mais escrever coerentemente. Sem falar que ainda tenho que cozinhar, se eu quiser comer algo saudável. Puf!
Mas eu não posso reclamar. Estou fazendo um horário na escola, que quando as crianças vão descansar eu tenho mais de uma hora pra ficar sossegada, lendo o jornal e ouvindo música clássica. Estou a par de todas as notícias: o possível sequestro das meninas no Oregon; a mulher que matou o marido com analgésico de cavalo na região de Sacramento; a previsão do tempo, as desgraças em Israel; o julgamento da mãe que matou os cinco filhos; as estréias no cinema; eteceterá!
Hoje a Natalie me deu um desenho – um auto-retrato dela andando de patins! Eu queria colocar o desenho aqui, mas não sei onde está o scanner [ o programa, porque o aparelho está aqui do meu lado]. Também hoje foi um dia em que estive com a paciência meio tosca. Meu corpo doía, o sol não esquentava e todo mundo resolveu ficar brincando de lutar – um chutando a cara do outro -, resmungando e chorando sem motivo ou despencando de cima dos brinquedos e chorando mais ainda. É sexta-feira.

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Jazz is cool

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O programa UCDavis Presents tem um calendário interessantíssimo de atrações. Eu sempre olho o booklet anual deles, mas nunca tinha ido a um show. Neste ano de 2001/2002 eles tiveram [e ainda terão] todo tipo de apresentação: Kiri Te Kanaka, Jazz Orchestra do Lincoln Center com o Wynton Marsalis, Balé das Filipinas, Blues de Chris Thomas King [o Robert Johnson de Oh Brother, Where Art Thou?], Miami City Balé, Cesária Évora, The Shakespeare Revue, Drummers of Japan, Twyla Tharp Dance, Lech Walesa [sim, ele mesmo!], Mariachis, Dance Theatre of Harlem, The Chieftains, Acróbatas de Taiwan, Midori, Rubin Carter [The hurricane, em pessoa], Laurie Anderson, Mystical Arts of Tibet, Dança de Mozambique, Balé Espanhol de Antonio Márquez, Buena Vista Social Club presents Omara Portuondo, London City Opera, Saigon Water Puppet Theatre, Janet Reno [ohdear…] entre outros solistas, comediantes, musicos de todos os gêneros e figuras interessantes.
Eu nem sabia onde ficava o Freeborn Hall, aqui na UCDavis, onde a maioria dessas apresentações acontecem. Mas sempre há a primeira vez em tudo e terça-feira a Jean me convidou para ver um grupo do Newport Jazz. Uma trupe de sete musicos de primeira, dando um show de bola no piano, bateria, violoncelo, trumpete, saxofone e guitarra. Eles tocaram – com alguns solos e improvisações um pouco longos para o nosso gosto – por duas horas e meia e foram de Duke Ellington à Sonny Rollings e Tom Jobim. Foi muito legal, não só pela música deliciosa, mas também pelo papo e companhia simpatica da Jean.
E em breve, todas essas atrações ganharão um espaço muito melhor, saindo do Freeborn Hall para o Mondavi Center, que é um centro de artes pra ninguém botar defeito!

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beggar’s banquet

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O sinal na saída da one thirteen e entrada da covell é um ponto de pedintes. De vez em quando tem um lá de pé segurando um cartaz, mas eles não são mendigos, gente miserável. Algumas vezes são uns caras de pau que pedem dinheiro pra booze. O de hoje era um sujeito alto, loiro, de barba, vestindo um chapéu e um sobretudo longo de couro – um Indiana Jones. Só que ele segurava um cartaz de papelão dizendo “on the road. broke and hungry”. Essas cenas são a cara do sonho americano….

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Vinte anos de ET

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É inacreditável – o filme ET já vai completar seu aniversário de 20 anos!!! Neste sábado o canal 3 [NBC, eu acho] vai mostrar um especial, com takes inéditos e uma reunião do elenco, que vai ser muito estranho – todo mundo vinte anos mais velho!

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o passado não condena