picadinho

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Eu sabia que isso iria acontecer: pagar a academia e não aparecer por lá. Mas é dezembro, né gentiiii…….
Sentei na sala para assistir televisão por uns minutos com o Ursão e vi um comercial do perfume nº 5 da Chanel com a Nicole Kidman e o Rodrigo Santoro. Ela é uma diva rica e famosa fugindo dos fotógrafos e sendo resgatada pelo galã anônimo. Tudo suuupeeerrr cafonééééérríííímoooooo!
Assistimos juntos a um episódio de What Not To Wear no TLC e o Urso ficou revoltado, como esses dois ridículos ousam criticar dessa maneira as roupas da coitada da moça? Ora, ora, quem já não teve o desprazer de cruzar com figuras que parecem saídas do catálogo da Lerner metendo a boca nas roupas e na maneira como os outros se vestem?
Limpei a horta, depois de um verão prolífero, e ainda achei uns tomates vermelhos escondidos no meio das folhas e dois pimentões. Vi, com tristeza e irritação, que o gopher voltou cavocando tudo. Não tem jeito, nunca consegui manter a horta no inverno.
Levei um susto quando saí no quintal e vi minhas árvores peladas. Muda o visual e o astral. Agora temos uma pilha de meio metro de folhas secas num canto do quintal, esperando serem ensacadas e descartadas.

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o que?

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the icebox

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Virei para o lado e vi minha amiga com um cachecol de lã enrolado em volta da cabeça, cobrindo as orelhas e aconchegando o pescoço. Enfrentávamos a brutal intempérie com o que tínhamos ali. Ela se enrolou no cachecol, eu levantei a gola do casaco e puxei as mangas da blusa para tentar esquentar as mãos, que estavam quase duras de tão geladas, acompanhando as orelhas e o nariz. Uma cena totalmente absurda na platéia, concorrendo com as cenas chocantes do filme. Estávamos congelando dentro de uma sala de cinema em Sacramento.
Saímos do filme curvadas, corremos para o carro e ligamos o aquecedor. ahhhh….
Sinceramente, isso é realmente o fundo do poço. Os cinemas daqui exageram no ar condicionado no verão, mas deixam as salas mais confortáveis no inverno. Ninguém fica suando de calor, mas passar um frio desses é um pouco demais. Eu vou à esse cinema porque eles têm filmes independentes, estrangeiros e não-comerciais. Dou todo o apoio para que eles lutem contra as cadeias cinemax-tudomax que estão colocando os cinemas antigos e tradicionais out of business. Mas passar esse frio do capacete dentro de uma sala de cinema é mais do que eu posso suportar.

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um déjà vu musical

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Parece até que eu completei um ciclo e acabei exatamente onde comecei. Trabalhei ontem no mesmo exato show que trabalhei no ano passado. No mesmo dia, na mesma seção do teatro, um mesmo show sold out que tive que assistir de pé. Mas pra ver The Blind Boys of Alabama eu não me importo de ficar até de ponta cabeça. Pro repertório clássico/étnico/refinado do Mondavi Center, os cegos do Alabama cantando o Gospel é o mais próximo que se consegue chegar do Blues. Pra mim está ótimo. Mesmo não se podendo dançar, nem beber cerveja enquanto se dança de olhos fechados, em transe, cantando os refrões com os músicos, o show compensa. Foi o mesmo show que eles fizeram no ano passado, com a diferença de uma música ou outra e a ausência de um encore. Os cegos do Alabama são bem velhinhos e não deve ser fácil cantar e dançar [sim, eles dançam!] daquele jeito por mais de uma hora. Eu me contento com o que me é oferecido, porque pra mim ouvir Gospel ou Blues ao vivo vale qualquer sacrificio. E ficar em pé nem foi difícil, pois acabamos mesmo foi fazendo passinhos super discretos de dança, ali no fundo do teatro, onde ninguém poderia ver os voluntários se requebrando. Do you feel good?

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sai da frente!

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Todo ano é a mesma lenga-lenga: desânimo, desânimo, desânimo monstro. Me arrasto pelo mês de dezembro, procrastinando o máximo que puder, me recusando a enfrentar o desafio de frente. Detesto fazer compras de Natal e me embrenhar em todos os preparativos pro Natal e Ano Novo. Considero essa minha reação apática à um período completamente histérico e delirante, uma evidência de que o espírito de porco natalino existe e é dotado de fortes poderes.
Mas dois mil e cinco vai entrar pra história da minha vida como o ano em que eu passei uma rasteira nessa entidade que toma conta de mim no último mês do ano. Vejam se não é extraordinário, já encerrei minhas compras de Natal! Enfrentei as lojas cheias de crianças chorando e dando escândalo – sem brincadeira, no dia que eu saí às compras, parecia que estava acontecendo uma invasão de seres chorões e birrões em todas as lojas que adentrei. Aturei as musiquinhas deprimentes que tocavam dentro e fora das lojas. Superei a angustia de pensar e repensar no presente perfeito para cada um, que vai ter mais probabilidades de agradar do que de acabar na seção de trocas no dia vinte e seis de dezembro. Lord have mercy! Nessas horas eu realmente invejo uma pessoa que eu conheço que se diz pagã e que não celebra o Natal.

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she’s got everything she needs, she’s an artist, she don’t look back

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– olha, eu vou me vestir apropriadamente pro evento de amanhã… não vou aparecer no meu usual funky style, que você já conhece. quando encontrei o John pela primeira vez eu estava vestindo uma touca de lã cheia de pompons coloridos…
– ah, mas você pode, pois é uma artista!

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Ansel Adams clicou por aqui

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Bom, ele clicou por toda a Califórnia e fez as fotos de paisagem mais bonitas que eu já vi. Mas eu não sabia que ele tinha andado pela UC Davis, clicando os agro boys, as vacas, os celeiros e as cerquinhas.
Como cheguei um pouco adiantada para a reunião, fiquei enrolando pelo saguão do segundo andar do Mrak Hall e vi as fotos mais lindas já tiradas neste campus. Trabalho de mestre. Um cara de calça rancheira, chapéu e blusa amarrotada segurando um cavalo, os alunos trocando de classes de bicicleta numa manhã fria de um dia qualquer na década de sessenta, panorâmicas do campus muitos anos atrás, uma foto da água do mar com espuma e plantas na estação marítima que a UC Davis tem em Bodega Bay que fez meu queixo cair. Vi outras fotos sensacionais, que não eram do Ansel Adams, mas eram bem interessantes. Cenas da universidade na década de 10, alunos de macacão de brim, professores de suspensórios, o staff todo de mulheres e até um cachorro mascote. O campus ainda era uma casa, um silo, um barn. Viagem!

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ai

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Não sei se exagerei no butterfly mal feito, ou se bati o recorde da correria ontem. Mas hoje amanheci com uma notável dor nas costas. Isso não me acontecia há anos. Eu tinha muitas dores nas costas quando era uma magrela palito. Agora que acumulei uns quilinhos extras, minha coluna nunca mais me incomodou. Estranho, mas verdadeiro.
E sobre quilinhos, ganhei uma balança dessas de banheiro de um amigo. Iniciei então um experimento. Por uma semana eu me pesei diáriamente de manhã cedo e à noite. Constatei que à noite eu peso dois pounds [quase um quilo] a mais! As pesagens foram feitas sem roupa e sempre na mesma hora. Durante o dia, eu acumulo quase um quilo, que perco no dia seguinte. Estranho, mas verdadeiro.

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o passado não condena