Na pequena sala, enquanto esperava o Uriel e o Gabriel que tinham ido tirar as fotos para a papelada do alistamento no Exército, eu fiquei ouvindo os casos das outras pessoas que estavam sendo atendidas. Tinha de tudo: americanos, chineses e japoneses pegando visto para ir ao Brasil e brasileiros resolvendo pepinos de todos os tipos. Uma, com o marido americano e o filhinho a tiracolo, se apresentou com os passaportes americanos da família – inclusive o dela – e pedia o visto de entrada no Brasil para todos. A funcionária do consulado se espantou, pois a mulher era brasileira. Perguntou onde estava o passaporte dela, que ela precisava entrar no Brasil com o documento brasileiro, mesmo tendo a cidadania americana. A mulher respondeu que o passaporte brasileiro estava expirado e não se conformava que não podia usar o passaporte americano para entrar no Brasil. Uma história inacreditável! Eu fiquei ouvindo na boa, porque essa merecia ser contada aqui no blog! Nem o filho a mulher tinha registrado como brasileiro. E no mínimo deveria achar que casando com americano e pegando a cidadania americana poderia esquecer que um dia tinha nascido brasileira. Ledo engano. A segunda cidadania é um privilégio, mas a primeira é seu direito. E fingir que você não tem a nacionalidade do lugar onde nasceu é feio e patético. A funcionária do consulado deu umas broncas na mulher – e com voz bem alta pra todo mundo ouvir. Eu não sabia dessa lei que obriga o cidadão brasileiro, mesmo mantendo outras cidadanias, a usar o passaporte brasileiro pra entrar no Brasil. Mas faz sentido, não faz?
Uma coisa interessante que muita gente não saca é que mesmo pegando a cidadania americana, o estrangeiro nunca vai ter o título de ‘americano’, como os nativos. Um estrangeiro naturalizado americano vai ter um rótulo. No caso do brasileiro, ele será um ‘Brazilian Born American’. Bem óbvio,né? Apesar de ter todos os direitos que os nativos, o naturalizado só não terá o status de carregar o título de ‘americano’. Será um ‘americano nascido em outro país’ – mesmo fingindo que não nasceu e querendo entrar no país de origem com o passaporte da segunda cidadania.

Ontem foi o último dia de férias do Gabriel e então aproveitamos para resolver mais um negociozinho burocrático. Fomos até o Consulado do Brasil em San Francisco, para renovar nossos passaportes, que vão expirar em março. Essa história é uma ‘pain in the ass’. De cinco em cinco anos temos que fazer um passaporte novo. Antes eles só revalidavam o velho. Agora tem que fazer um novo, tirar fotos, juntar documentos…. Um pé! Bom, tínhamos que fazer isso mesmo, então já adiantamos. E como nós esquecemos que o Gabriel tinha que ter se alistado no Exército aos 17 anos, tivemos que fazer isso agora, senão ele não iria poder renovar o passaporte dele. É só uma formalidade, porque eu não acredito que o Exército brasileiro vá se preocupar com um rapaz de quase 20 anos que nem sabe geografia ou história do Brasil e que mora fora do país desde os 10 anos. Mas o Gabriel achou tudo um absurdo! Com razão. Exército deveria ser facultativo. Mas ele preencheu, assinou, carimbou o dedão, tirou três fotos e colou na papelada. E renovou o passaporte. O Gabriel não tem nenhum documento brasileiro, além da certidão de nascimento e do passaporte. Ele não tem CIC, nem RG, nem nada……
E eu não conseguia achar os meus documentos…… Não sei onde está o meu título de eleitor, perdi minha carteira de habilitação [que expirou no ano 2000], meu CPF acho que não é mais válido. Que inferno ficar catando esses documentos que faz trezentos anos que você não usa….. Mas precisamos ter passaportes válidos, né? Olha, esse ano de 2001 foi o ano da papelada burocrática e eu fiquei exausta de assinar papel, juntar documento, tirar fotos e depender da máquina burocrática deste país. Espero que esta renovação de passaporte seja a última empreitada dessa espécie…… Pelo menos pelos próximos cinco anos!

Hoje atravessamos a Bay Bridge, em San Francisco, com uma névoa pesada. Normalmente quando estamos no topo da ponte [que tem pistas em direção à The City em cima e no sentido contrário em baixo], podemos ver toda a cidade, o porto, os piers, a Coit Tower lá no topo e a ilha de Alcatraz. Mas hoje não deu pra ver nada. Mas mesmo assim é bonito!

Heavy rain – hi 14° C/ lo 5° C
Detesto ser repetitiva, mas não posso evitar escrever a mesma coisa que escrevi neste Chatterbox no início do ano passado: Oba! Mais um ano novinho e limpinho pra gente escrever nele! E colorir, colar, cortar, montar, desenhar, modelar, pincelar……..!!!
Eu fiz duas coisas diferentes: passei o Reveillon descalça [e de calça de corduroy velha] e tomei dois banhos de banheira, com saís aromáticos e terapêuticos . Sabe quantos anos eu não me enfiava numa banheira? Cinco anos!!! No Canadá eu tinha mania de tomar banho de banheira e tinha todo tipo de sais, líquidos para fazer espuma e óleos. Aqui na Califórnia eu nunca tinha usado a banheira. Eu merecia um super banho relaxante, né? Depois do ano que tive…. afe!!!
Assistimos pela tv os fogos, para a comemoração da chegada do Ano Novo nas cidades da costa oeste dos EUA – Sacramento, San Francisco [com chuva], Las Vegas e Seattle. Concluímos que devemos ser os penúltimos a entrar no novo ano. Só estamos na frente do Hawaii!

Bodas de Porcelana para nós, Fezoca e Ursão!!! Hoje é nosso aniversário de vinte anos de casamento…. oh-lah-lah!!! 🙂

“Baby fix me one more drink and hug me one more time…..”

Último dia….. Ufa! Graçasadeus!!!
Hoje é dia de abrir a champagne que eu comprei no dia 12 de julho…… Ainda não comemoramos, mas agora devemos!!
Hoje também é dia de desejar um Feliz Ano Novo à todos os amigos e pessoas queridas!
Desejo um 2002 com muita paz para Todos!
No Reveillon eu me lembro da voz da minha mãe cantando….
“Feliz ano novo, adeus ano velho, que tudo se realize no ano que vai nascer, muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender!”

Nublado e chuvoso – hi 15° C/ lo 7° C
Eu ando escrevendo pouco e sem intenção. Acho que ando cansada. Toda essa fase hype de weblogs já me deu uma exaustão. Apesar das centenas de acessos diários, tenho pouquíssimo feedback, então isso aumenta a sensação de escrever como nos velhos tempos. Só quando olho o relatório do webtrends é que tomo consciência do volume da coisa…. ë assustador e excitante. Mas não muda muito minha postura de relatorista do cotidiano. Esse é The Chatterbox – meu lugarzinho de contar minhas coisinhas!
And I did it again……… 😉 Já tenho trocentos mil mensagens não respondidas…. Não sei quando vou conseguir gerenciar essa minha pequena falha!
Outro dia recebi uma mensagem muito lindinha da Izabel Lima, uma fofa de 16 anos que leu o meu blog INTEIRINHO….. Uma tarefa e tanto, porque eu tenho arquivos que não acabam mais, já viram? Pois ela leu tudo!! Ainda não respondi a mensagem da Bel, que vergonha! E tem a Grazi que me mandou postais de novo [adorei!!!] e a Ca Mam que voltou pro Brasil e eu ainda não contei as news daqui pra ela, e o Robert que já me escreveu duas vezes e eu ainda não tive as caras de responder, e a Marita que até pensou que eu tava brava com ela, e a Bia que eu já nem lembro qual foi nosso último papo, e meus primos em Miami que me mandaram fotos da visita deles aqui….. eteceteráeteceterá……. To roxa de vergonha por ser tão procrastinadora……..
Mas não vou fazer lista de intenções poro Ano Novo, porque cansei disso também…. Isso é apenas um esforço inútil de nos enganarmos por uns dias e ter a falsa sensação de que podemos controlar nossas falhas. Let it be!!! 😉
E como já dizia o Paulo do bigode,
“Isso de querer ser exatamente aquilo que a gente é, ainda vai nos levar além.”

Chove Chuva – hi 13° C/ lo 6° C
Estou tão confusa com esses feriados, que não sei que dia é hoje! Também tivemos uma quarta-feira com gosto de segunda-feira. Isso deixa qualquer um perdido mesmo!! Ainda bem que eu tenho uma agenda, hein?? 😉
Vamos ver se hoje nós conseguimos desenfurnar e ir ao cinema.
Meus planos pro Reveillon são: nenhum!! Nesta passagem de ano não quero fazer NADA! Vai ser uma grande mudança nos meus hábitos. A primeira grande mudança foi quando passei o Reveillon de 1992, no Canadá, vestida de preto. Agora será a vez de abolir as comidas e as simpatias. O ano de 2002 será supimpa e eu já sei disso!! 🙂

O Ed e a Jeannie são o pai e madrasta da Marianne. Eles moram em Pismo Beach, perto de San Luis OBispo e nós passamos uns dias com eles – antes e depois do Natal. Eu me encantei com os gatos deles – Chloé – a escura, listrada [como o Misty Gray], com uma pintinha no nariz. A própria princesa! O Cory, que parece um gato albino, com lindos olhos azuis e que dá abraços e beijos na Jeannie [nunca tinha visto uma coisa dessas antes! que fofura!] e o Cinnamon, o ruivo sapeca, que fez mil e uma travessuras por causa das visitas! No primeiro dia que dormimos lá ele se escondeu debaixo da cama do quarto de hóspedes, onde iríamos ficar. Os gatos não têm permissão de entrar nesse quarto. Mas ele entrou e eu peguei o safadinho lá e ele sabia que estava fazendo algo errado. Quando deitamos e apagamos a luz, começamos a ouvir uns barulhinhos e era ele!! Escondido!! Eu morri de rir! No dia que voltamos, enquanto o Uriel trazia as malas do carro, ele escapou e foi pro quintal. Só à meia-noite que a Jeannie notou a falta dele e nós o achamos no quintal, todo saracoteante. Não queria voltar! A Jeannie teve que usar catnip para traze-lo de volta! Eu amei os gatos da Jeannie e do Ed e tentei tirar algumas fotos deles. Os amigos surfistas do Senhor Misty Gray!! 😉