Voltei pro trabalho depois de vários dias doente e ganhei—um pomelo gigante, vários grapefruits, muitos limões rosa e uma kitchen aid vintage.
Ao invés de ir ao supermercado comprar ingredientes, como sempre faço, decidi ir num restaurante mexicano em downtown e pedir crispy tacos to go. Sempre que faço essas coisas fico meio deprê e penso como comer fora aqui nos EUA é um troço agressivo. Comida pesada, feita com ingredientes de má qualidade, calorias vazias, muitos aditivos. Não é o comer fora festivo, mas o comer fora rotineiro. Um contraste imenso com a delicadeza de se cozinhar em casa.
Se um dia você ler uma notícia—mulher morre soterrada por pratos, pode ter certeza que a mulher morta sou eu.
Quando falei a idade do meu filho, a médica perguntou se eu tinha netos. Então, passei pro outro lado, pro grupo que tem netos ou fala de netos. Só que eu ainda não tenho netos, só tenho filho.
Lindo essa gente andando descalça em casa no inverno, mas se eu [véia] ficar sem meia, morro congelada. Deixei a manteiga fora da geladeira de um dia pro outro pra fazer o bolo que pedia ela em temperatura ambiente. Fui usar vinte e quatro horas depois e a manteiga ainda estava dura. A temperatura dentro da minha casa fica naturalmente em 15ºC durante o inverno, subo pra 18ºC quando estou em casa.
California, onde tudo é 8 ou 80. Vocabulário para 2017—sai a palavra “drought” entra a palavra “flood”.
Eu não sinto saudade de nada, muito menos de carnaval. Mas lembro que nessa época íamos ao sítio da minha tia e dela eu sinto saudade.