eu pergunto…

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Donde será que sai esse tanto de informação absurdinha e ridiculinha que é divulgada ad nauseam e sem nenhum senso crítico nas redes sociais? É um passa, repassa, repassa, que nao acaba mais. Muita gente certamente nem lê o que passa pra frente. E eu, que não tenho nada com o quico, acabo lendo zilhães de opiniões pafúncias de mesa de bar de gente que nem conheço nem quero conhecer. É muita besteira, Brazél!

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this funny thing called love

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Sou daquelas obcecadas com reciclagem e reuso. Aplico isso também na minha escrita, porque neste momento é só mesmo o que posso fazer. Textos remendados, cerzidos, servidos numa lata de tomate ou no vidro das azeitonas, palavras no copo de requeijão. Tenho sofrido de falta de tempo e de idéias, por isso tomem lá mais um lote de cento e quarenta caracteres revisados e revisitados.
Adoro ouvir rádio, principalmente os talking shows, onde aprendo muita coisa, além de ficar sabendo das novas e últimas. É o tapa buraco para a minha escassa leitura de jornais e absolutamente zero exposição à qualquer programa de tevê—realidade ou ficção. Para mim o rádio é um mergulho no cotidiano do lugar onde eu vivo. Repasso muita coisa que escuto no rádio, até as pequenas coisas como a daquele dia em que um ouvinte participando no programa numa entrevista pelo telefone deu um exemplo usando a expressão “leave the gun, take the cannoli”. Senti que não estou sozinha!
Escuto rádio online e leio revistas em formato eletrônico. Cancelei quase todas as minhas assinaturas impressas e até agora não me arrependi. Também abocanho minhas pérolas de sabedoria dessas leituras. Como na reportagem da revista Sunset sobre o Death Valley, que dizia que lá durante o verão a temperatura amena da noite é 40ºC . Tórrido e seco, mais ou menos como aqui, só que muito pior. Camping não é recomendado.
Também migrei meus livros pro formato eletrônico, assim posso carregar minha biblioteca no bolso [iphone] ou na sacola [ipad] e posso ler no meu desktop. Os mesmos livros acessados de vários utilitários. Ou gadgets. Adoro isso. Adoro mesmo. Almoçando embaixo da árvore leio capitulos de The Paris Wife, sobre Hadley Hemingway, a primeira esposa do escritor. Ela estava grávida:
E—Yes, he’ll be a real man before he’s even born.
H—What makes you so sure it’s a boy?
E—What else would it be?

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beware, my heart

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comilao.jpg lesma.jpg pidao.jpg

Almocei rodeada por dois esquilos, abri a porta para ir ao banheiro e tinha um parado bem em frente e outro na árvore e outro na calçada e outro no páteo e outro [juro] em cima da caminhonete da manutenção. Olhai os esquilos no campus. rsrs
Previsão do tempo para esta semana—28, 29, 32, 37, 39, 38. [Celsius]
Nos inúmeros campos de girassóis, que coloriram a paisagem no ano passado, este ano foi plantado trigo. Mas lá no meio do trigo vê-se despontando uma flor de girassol aqui e ali, sementes que ficaram e brotaram espontaneamente. A visão dos campos agrícolas está um pouco diferente este ano e neste momento está mais ou menos assim: trigo, trigo, milho, tomate, tomate, tomate, tomate, tomate, milho, trigo, trigo, tomate.
E me falaram que a safra de amêndoas na Califórnia este ano será record.
Minha amiga estava na Dixon May Fair e de lá me mandou um txt—i got 4th place on the pig calling contest. Fiquei sem palavras. Depois me mandou um vídeo mostrando ela chamando o porco pelo telefone. Hahaha, inacreditável. #hicklandia
Tomei banho passei perfume coloquei broche de strass e fui grelhar cebola. #teamkitchen
Metade da geladeirinha no meu trabalho ocupada pela minha comida. Tem até triangulos de queijo brie e marmelada espanhola. #vivopracomer
Assistindo o filme do moço com cancer [50/50] e chorando. Meu marido—o que foi? aconteceu algo? tá resfriada? Nem respondi.
Falta menos de um mês pro meu filho viajar e ficar 7 meses fora e meu coração já está encolhendo. Quem disse que angustias de pai e mãe melhoram com o tempo?

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Sita sings the Blues

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Um rapaz visitante do Chucrute com Salsicha deixou o link desse vídeo lá quando contei do meu almoço literário com a classe que analisava o épico Indu The Ramayana. Essa animação é fofíssima, contando a história de Sita e Rama, intercalada pela história contemporânea da autora, e com uma trilha sonora inusitada que incluí clássicos dos nos 20 interpretados pela maravilhosa Annette Hanshaw. Just delightful!

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these foolish things

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Por obséquio, do que se trata? Esclareça, por obséquio. Detestável O. discutindo com os autores, querendo provar que a sociedade americana dos entomologistas nomeia os insetos de maneira errada. Contando ninguém acredita.
Muitas vezes gostaria de dizer—what the fuck is this shit? Mas ao invés disso tenho que dizer—what i’m supposed to do about this? A vida nem sempre permite certas sinceridades.
Inacreditável que neste século ainda tem gente que acha que vinho bom só pode ser o tinto. #zenandtheartofwinesnobbery
Pedalando a bicicleta, teclando no celular, carregando 2 mochilões e um violão nos ombros. Tudo ao mesmo tempo. #gentequeviveperigosamente
Nessa época do ano é assim—você sai pra dar uma voltinha e é estapeado na cara pelo cheiro nauseabundo do jasmim.
I have cat related stress. [quis falar isso pra minha chefona e não consegui colocar as palavras no lugar certo] I also have monday morning confusion.
Tirei os sapatos. Vesti os sapatos. Sou alta e consigo sentir daqui do alto o cheiro de chulé que esses sapatinhos Keds dão.
Moça super grávida pedalando no bike path de uma avenidona no campus. Deu pra ver as pessoas nos carros ficarem tensas. Eu fiquei.
Meu filho nunca escapará dessa sina: moça que não conheço—are you related to Gabe? eu—yes, i’m his mother. moça—you look alike. eu—hihihi.

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♫ ♪ time to go home time to go home time to go home time to go home ♫ ♪

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thanks for the memories

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old phonograph old phonograph
old phonograph old phonograph

Vivo numa bolha do tempo cercada por tecnologia. Assisto filmes dos anos 30 num iPad e escuto música dos anos 40 numa radio satélite. Mas também rodo umas bolachas 78rpm num velho fonógrafo de 1927. Sou dessas.

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whole lotta love

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No dia 2 de abril de 2011 às 2:59pm coloquei os pés pela primeira vez na minha futura casa em Woodland e de lá tuitei—meu deuso que casa FOFA, da decada de 40, parece saida de um filme!
Precisei remeter às redes sociais para poder recontar exatamente o que aconteceu. Como olhei a casa no website na imobiliária e como depois que entramos nela não conseguimos mais sair. A memória mais forte é a de estar conversando na cozinha com o corretor e o Gabriel e desconectar do papo, dispersa, olhando à minha volta com a sensação de estar num lugar familiar. Quando visitamos a casa pela última vez antes de fazermos a oferta, olhei pro Uriel e disse—essa casa é simplesmente maravilhosa! Concordamos que a casa era para nós.
Então compramos, mudamos e já estamos aqui há quase dois anos. Ainda precisamos fazer um monte de coisinhas, como pintar as paredes por dentro, colocar cortinas nos zilhões de janelas, mas o básico já está bem arrumadinho. Com o Uriel trabalhando no Silicon Valley achei que iriamos passar muitos finais de semana na Bay Area, mas não é isso o que está acontecendo. Porque nos dias de folga do trabalho nós queremos simplemente ficar na casa, sentados no sofá da sala cheia de janelas lendo, ou eu na cozinha e o Uriel cuidando do jardim, o gato pra lá e pra cá no quintal, os passarinhos, as árvores, o silêncio e um resumo dos nossos dias mais tranquilos.

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mosca em boca fechada não entra

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A secretária pediu demissão depois de meses de uma batalha contra ogralinamulherdascavernas. Por isso me ofereci para ir buscar o carro do nosso programa que estava no serviço de manutenção do campus. Na volta, estava estacionando quando um colega chegou e ficou me esperando. Saí e vi que o carro estava todo torto na vaga.
eu—ficou muito torto, vou voltar e arrumar!
ele—não precisa, tá bom assim.
eu—não posso deixar o carro torto.
ele—não esquenta, ninguém vai reparar ou reclamar
eu—você não está entendendo, eu tenho VÊNUS EM VIRGEM e não posso deixar o carro estacionado assim torto!
ele—[silêncio]
eu—[isso é coisa que se fale? hahahaha!]
Estava finalizando um trabalho depois de muito esperar donaogralinasabereta terminar a parte dela. Anunciei que estava tudo pronto pra publicação e ela exclamou—all systems go! E foi logo comentando que sabemos que estamos ficando velhos quando entendemos o que essa expressão significa. Respondi que eu não sabia o que aquilo significava e tive que escutar a explicação, de que a frase era um jargão que remetia aos principios do programa espacial americano e que depois virou letra de música de sucesso gravada por um grupo musical, blablablablablabla. Encerrei o convercê dizendo—não saco nada dessas nerdices, as únicas frases que posso citar são as das músicas do Dylan. [ISSO É COISA QUE SE FALE? HAHAHAHA!]

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o passado não condena