umassuntoatrásdooutro
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Veio a chuva e o frio pra deixar o dia bem triste e cinza, e combinar com o banzo que dá na gente quando uma visita de família vai embora. Caminhando pela milhonésima vez pela Golden Gate, com aquele vento gelado zunindo e fazendo doer os ouvidos, senti o quanto é forte o meu medo de altura. Pedi encarecidamente, vamos embora daqui! O rei das perguntinhas tolas fez a pergunta errada para um chinês mal humorado. Eu não deveria, mas chorei de rir, porque escuto essas perguntas há anos e sou sempre criticada quando dou respostas atravessadas. Estou fazendo um “plant sitting” nesta semana, cuidando do vaso do meu colega que saiu de férias. A rega é de água filtrada. Uma família de esquilos mudou-se para o jardim que rodeia o meu escritório. Levo sustos com eles, que pulam rapidamente entre árvores e arbustos. Estão sempre naquele croccroc eterno, comendo tudo que encontram pela frente. As máscaras dos posudos caem mais fácil do que se poderia imaginar. Fiquei super animada com uma proposta da minha nora de reservar um dia e juntar amigas que gostam de costura, tricot, beading, e terminar juntas aqueles projetos começados e nunca terminados. Só eu tenho um monte deles acumulados. Estou na espera do caminhão marrom. Histórias pra contar não faltam, o problema é o tempo, e a vontade.