the bucket is half full

*

Levei quase um ano para ligar pro médico pedindo um follow-up e tive que passar o dia vigiando o telefone, esperando por um retorno de alguém que iria marcar a consulta. Iria, pensei erradamente. É claro que eles sempre dizem que não é nada, o problema é normal, e que devo ver meu médico de família. Tenho que me conformar que sou a pessoa que passa por uma operação pra consertar algo e acabo com um problema extra. Such is Life.

Minha ex-chefona passou numa visita, fazia uns três anos que eu não a via. Ela perdeu peso. Gosto imensamente dela, tirando o fato de que foi ela que nos deu a miserável Ogra, a criatura desprezível que infernizou a vida de todos por mais de cinco anos.

Um cinto de mais de 20 anos do Uriel arrebentou.
eu—vamos parar no shopping e comprar um novo.
ele—levei o cinto no sapateiro pra consertar.

Meu marido, o conserta-tudo. Gostei quando ele consertou a máquina de lavar roupas, quando eu já tava com um pé na rua, indo na Sears comprar uma nova.

Troquei de roupa 3 vezes e vim trabalhar vestindo um kaftan africano. Felizmente até agora só ouvi elogios. E quem não elogiou fixou o olhar no horizonte e fingiu que não viu. Sou discretona, mas tenho coragem.

Fui colher amoras e lá no meio do campo, no silêncio,  ouvindo apenas os passarinhos, pensei que quanto mais fecha o cerco dos ignorantes, mais quero me embrenhar na roça. Não quero viver em cidade grande. Quero pelo menos ter qualidade de vida.

Quando vamos nos livrar dessa vergonha que chamamos hoje de presidente?

  • Share on:
Previous
s’posin
Next
the sweet pea flowers

deixe um comentário

o passado não condena