The Basement Tapes
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Alguns anos atrás, lá na província de Saskatchewan, eu fui buscar um amigo e seu violão no aeroporto. Ele vinha de Ottawa, carregando o seu precioso instrumento e a expectativa de conhecer a amiga brasileira. Eu fiz aquelas bobeiras que toda gente tímida em total nervos descontrol faz: deixei ele me procurar que nem uma barata tonta e fiquei de pé ao lado dele sorrindo cheia de dentes esperando ele me reconhecer. Que péssima primeira impressão o Robert teve de mim! Mas o resto é história. Nos conhecemos e selamos uma amizade que não tem preço. Naquele final de semana que ele passou comigo em Saska, nós fizemos um sarau onde ele tocou e cantou. Primeiro música brasileira – que era uma das paixões dele na época – depois cantamos o Blues do Robert Johnson e hinos do Dylan. Foi uma das raras vezes que eu soltei a minha voz desafinada e cantei bem alto! Tava cantando meus ídolos, né? Junto com o meu melhor amigo!
Hoje no correio um pacote – um cd home made com dedicatória e intitulado “Basement Tapes” [hint!] com covers de Neil Young, Robert Johnson, Dylan e muito mais. Violão acústico, gaita e voz do Robert! Ouvindo o cd foi como voltar no tempo, ter um pedacinho de um momento tão distante revivido. A voz amiga, com um leve sotaque francês cantando como um profissional! U-la-la! Não consegui parar de rir e chorar, naquele meu estilo gospeliano amplamente conhecido por todos. Os números favoritos so far: I Shall Be Released, Sweet Home Chicago [numa versão originalíssima!], Buckets of Rain, For the Turnstiles, Meet me in The Morning, Big Stars Falling Down Blues.