lost no more?

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Nós dirigimos pouquíssimo. Temos a sorte de morar praticamente ao lado do trabalho, então o Uriel vai trabalhar à pé e eu de bicicleta. Usamos o carro pra coisas pequenas—supermercado, consultas ao dentista, visitinhas, ou para alguns pequenos passeios de final de semana que fazemos pela região. Muitas vezes esses passeios são uma fonte de estresse, porque primeiro fica se discutindo onde vai, como vai, daí tem que imprimir mapinha do Google, depois sempre dá algo errado e a cena clássica final é sempre a do casal barata tonta perdido e brigando!
Mas a visita da minha irmã aqui mudou tudo. Ela e meu cunhado chegaram com um carro alugado que tinha um GPS portátil. Já tínhamos visto um fixo e outro portátil e sempre falávamos a frase clichê—precisamos urgentemente de um desses! Mas somos assim atrapalhados, enrolados e completamente sem tempo. Mas as duas semanas que passamos andando prá lá e pra cá no carro alugado pela minha irmã foi a gota d’água. Descobrimos a Raquel, que nos mandava virar aqui, dobrar ali, entrar acolá e vaptvupt, chegávamos ao destino programado sem o menor estresse! Maravilha das maravilhas!
Finalmente compramos o nosso GPS portátil. Com seisssentas patacas americanas se adquire um excelente. Nós ainda não exploramos direito o nosso, mas vimos que ele faz mil e uma coisas, além de nos guirar, toca até MP3. Fizemos um teste indo até Petaluma no domingo. Minha irmã e meu cunhado usavam os serviços da Raquel, que falava português brasileiro. Nós escolhemos a Jill, que fala inglês americano. As opções de linguagem são bem variadas. Tem de russo a tcheco, passando pelo francês de Quebec e o inglês australiano. E pode escolher a voz masculina ou a femininas.
A vida nunca mais será a mesma, tenho certeza! Faz uma diferença enorme ser guiado assim passo-a-passo, saber dos micro-detalhes, conseguir achar restaurantes, posto de gasolina, estacionamento, lojas, saber a temperatura, quanto tempo de viagem, ver os detalhes da paisagem, sem ter que enfiar a cara num mapa, folhear guia, imprimir direções. O único porém é a nossa própria insubordinação. Quando desafiávamos Raquel, virando aqui e não ali, como ela mandava, ouviamos ela dizer “recalculando, recalculando”. Fizemos a mesma coisa com a Jill, que proferiu o seu mecânico “recalculating, recalculating” muitas vezes. Eu digo, vamos confiar na Jill. Mas velhos hábitos são mesmo difíceis de mudar….

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