splashy, the perfect clown

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Não basta nadar mal, em zigue-zague, estapeando e dando chutes no nadador da outra raia, batendo a cabeça na parede, engolindo e respirando água, se afogando quando alguém passa nadando em estilo borboleta ao lado.
Tem que também manter uma aparência cômica, com os goggles sempre inundados e embaçados e a touca preta sempre fora do lugar, quase saindo da cabeça.
Imagem é tudo. Portanto todo palhaço aquático que se preze tem cuidar para não parecer sério, nem profissional, nem dedicado. Tudo tem que estar fora do lugar – o maiô, o cabelo, a touca, os goggles, as pernadas, as braçadas. É uma questão de talento. Palhaço aquático já é palhaço no berço, no seco, na vida cotidiana.

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o que é bom na vida

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Escrever é uma coisa boa. É divertido, é desopilante, é uma maneira de fixar um acontecimento na memória. Eu gosto de escrever, mas é sempre melhor quando posso fazer do meu jeito, com o meu senso de humor que nem sempre é engraçado, com a minha tendência para inventar palavras, com o meu sotaque de estrangeira, com minhas irritações, minhas idiossincracias e espontaneidade.
Sair no quintal é uma coisa boa. Olhar as sementes germinarem, as plantas crescerem, as flores se multiplicarem. Eu abro a porta de vidro, que faz um barulho peculiar. Assim que eu fecho a porta atrás de mim, caminho pelo quintal com um sorriso maroto e contando os segundos… um, dois, três, quatro, cinco… Olho pra trás e lá está o gato com a cara no vidro. Ele ouviu o barulho da porta abrindo e quer me acompanhar. Esse é o melhor momento da minha saída ao quintal! É quando eu dou uma gargalhada e volto para abrir a porta, onde a estátua peluda me aguarda ansiosa pra sair também e ir comer graminha e cheirar as plantinhas. Enquanto ele aproveita isso tudo, eu colho rosas, arranco o mato e fiscalizo e inspeciono todos os cantinhos.
Esperar alguém chegar de viagem é uma coisa boa. Dá uma felicidade enorme quando o telefone toca e você ouve um ‘vem me buscar’ do outro lado da linha.
Comer queijo com marmelada em pé, na frente da geladeira é uma coisa boa.
Fazer planos é uma coisa boa.
Realizá-los é melhor ainda!

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ShakeZZzzpeare

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Now is the winter of our discontent
Made glorious summer by this sun of York;
And all the clouds that lour’d upon our house
In the deep bosom of the ocean buried.

Richard III de William Shakespeare, encenado pelo grupo novaiorquino The Acting Company, ontem no Mondavi Center. Uma oportunidade rara, já que eu nunca tinha assistido à esta peça de Shakespeare.
Que fiasco. Não conseguia manter os olhos abertos, minha mente voava, pensando nas coisas que eu tinha que resolver hoje e decidi ir embora no intervalo, depois de uma hora e quarenta lutando pra acompanhar a história e faltando mais sessenta minutos para o final da peça. Achei que era só eu, saindo de fininho, me sentindo terrivelmente entediada. Mas qual foi a minha surpresa quando vi, saindo também de fininho comigo, outros tantos voluntários. Alguns reclamando que alguns dos atores eram tão fracos que estavam deixando a peça monótona. Ufa, me senti aliviada, pois estava me achando uma brucutu ignoranta, deixando o teatro sem terminar de ver uma encenação de um clássico como este.

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Bowie & Iman for Hilfiger

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Eu não compro revistas de moda, mas recebo umas revistas masculinas que meu irmão assinava e que agora chegam no meu endereço. Uma delas é a Details, que até que tem coisas interessantes. Mas eu sempre olho as propagandas de marcas famosas com desconfiança e uma atitude blasê, pois está tudo tão chato, sem criatividade, os modelos com aquelas caras de cocôzudos, tentando parecer sexy em poses pseudo-ousadas. É tudo tão banal, que uma série de fotos me chamou a atenção. Eu não gosto do designer, mas a campanha do Tommy Hilfiger com o David Bowie e a Iman está bonita e refrescante! Ufa, que alívio olhar fotos de um casal posando sem fazer caras e bocas falsas..

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blacklist

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Todo dia eu dou graçasadeus por pilotar um Macintosh, porque recebo toneladas de e-mails viróticos, que vão pro lixo e eu não preciso me preocupar com anti-vírus, nem ficar sempre naquela paranóia.
Mas se eu estou livro dos vírus, não estou livre dos spammers!
São centenas por dia, que são pegos pelo filtro. Mesmo assim enchem meu piquá, porque eu sei que recebo, principalmente pelo e-mail desse blog. Por isso quem recebe comentário meu tem que editar uma parte do meu endereço, que eu adiciono por proteção. E não pode ser qualquer coisa: tem que ser uma frase desconecta, que confunda os robôs dos spammers. O Gabriel sugeriu algo em português, com letras embaralhadas, já que o endereço do Blurbs é atacado por spammers em inglês.
Tudo isso me dá nos nervos big time. Mas dois dias atrás comecei a receber mensagens de spammers através do blog. No inicio achei que só bloqueando o IP já daria conta dos pestes. Mas que nada! Eles voltavam com IPs diferentes em cada vez. Me deu um ataque de ira!!! Não dá pra dar mole pra essa gentinha…
Felizmente tem gente trabalhando duro no lado do bem desta guerra. E eu encontrei um programinha pro MT, que parece estar funcionando. É o MT-Blacklist, que você instala num minutinho e se livra dessa corja de éfedepês, que andam infestando os blogs.

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bom só de ver

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O jasmim florindo e fazendo uma moldura na porta dos fundos da guest house [na foto logo abaixo] é lindo de se ver. Faz um arranjo tão bonito que eu desisti de podar a trepadeira, que já está engolindo as cabeças passantes que saem ou entram na casinha.
Mas quando o jasmim abre, o cheiro fica nauseante. É até gostoso nas primeiras horas, mas depois vai dando um entojo, uma dor de cabeça e uma vontade de tosar tudo. Perfume de jasmim no quintal não é tão prazeiroso quanto parece.
Alías, descobri que jasmim não é um cheiro bom. Joguei fora um sabonete francês de jasmim outro dia. Não deu pra ficar exalando aquele cheiro das flores brancas fedorentas depois de todos os meus incontáveis banhos.
Gostaria mesmo era de ter lavanda no lugar desses jasmins todos. E eu digo jasmins porque em cada canto tem um pé dessa flor, que vai se alastrando, subindo em tudo, se agarrando nas outras plantas, tomando conta do pedaço. E quando as flores abrem, tudo empesteia com um cheiro doce, meloso, enjoado.
É mesmo lindo só pra ser ver de longe, através dos vidros ou na fotografia

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Baaba Maal

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Nós entramos no teatro às seis e meia e os músicos africanos estavam no palco, terminando os últimos ajustes de som. Eles ainda estavam vestidos com roupas comuns, jeans, camisas, e falavam entre eles numa mistura de inglês com uma das inúmeras línguas do Senegal. Eu já adorei tudo a partir dalí: o cenário simples, com um quilt gigante fazendo uma tenda, a disposição dos músicos em círculo e a atmosfera familiar e simpática que os africanos sempre nos passam.
O show do Senegalês Baaba Maal superou a minha primeira impressão de informalidade e simpatia. Foi muito mais que isso, foi vibrante, alegre e contagiante. Maal tem uma voz esganiçada, aguda, quase incômoda. A banda tem cordas pungentes e tambores austeros. O som é alto e áspero, mas o resultado do conjunto é delicioso e encantador. Maal puxou seus músicos para dialogar com ele. E cantou canções tradicionais do Senegal com uma sonoridade pop e uma concepção contemporânea. Os músicos brilharam, principalmente um dos percussionistas, que tocava um minúsculo tambor pendurado no ombro. Ele foi o centro da festa, com sua simpatia, ginga, sorriso aberto, dançando e conduzindo a platéia a bater palmas. Um homem lindo e charmoso, dançando descalço. Maal também dançou, chamou os outros músicos para a dança, tirou a sandália e parte da sua vestimenta – três camadas de túnica e colares, para poder se movimentar melhor. Maal é magrinho e ágil. Sua figura combina com a sua voz de taquara rachada. E sua música é irradiante. Infelizmente não deu pra dançar dentro do teatro. Foi o único defeito do show…

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quatro horas

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Levei um susto quando abri lentamente meus olhos, ouvi o gato miando, a música do sonho ainda tocando, virei meu corpo, estiquei meus braços, levantei levemente a cabeça e vi os números vermelhos do relógio da caixa do aparelho de cable: 9:00am.
Meu limite na cama agora é 8:00am. Pensei puxa vida, dormi muito! Quando desci pra fazer meu café com leite e french toast que vi nos relógios do fogão e micro-ondas que não eram 9:00pm. Quer dizer, eram 9:00pm, mas não na hora real. É que entramos no horário de verão!
A vantagem desse ‘daylight saving time’ é que a partir de hoje poderei andar no Arboretum depois das 6pm; e voltaremos a jantar no quintal aproveitando enquanto as tardes não ficam muito quente; o sol das 11am na realidade será ainda o sol das 10am; e sobretudo, poderei falar com o Brasil mais facilmente, pois agora estamos com apenas quatro horas de diferença!

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assets

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Eu estou nadando tão melhor. Não só com mais estilo, como em linha mais reta [de costas] e também sem ter que parar toda hora pra recuperar o fôlego. yeah!!!!
Fiquei três semanas ouvindo o mesmo cd na cozinha – Etta Jones, uma cantora de jazz e blues simplesmente divina. Agora troquei o cd, por um de hits dos anos 4O. No carro passei uns meses ouvindo Aerosmith, depois Muddy Waters, agora Outkast. Sou bem eclética, gosto de tanta coisa…
Todo sábado é dia de pizza aqui em casa. A tradição da macarronada de domingo eu quebro, mas a da pizza eu mantenho religiosamente. Hoje vamos ter pizza congelada, fazer o quê?

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o passado não condena