apresentação

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Fui me encontrar com uma estudante de pós-graduação em Cultural Studies que está fazendo pesquisa numa área semelhante à que eu quero estudar. A professora recomendou que eu conversasse com ela. Mandei um e-mail, ela respondeu super-simpática e marcamos de tomar um café juntas ontem à tarde. Eu não bebo café. Só o café-com-leite morno da manhã. Então peguei um chocolate quente na cafeteria na UCDavis. Bom, já começou aí a pastelonice. Enchi demais o copo, tive que colocar outro copo por baixo, pro primeiro não desmoronar e ainda inventei de espetar um canudinho no líquido, que ficou boiando prá lá e prá cá, quase caindo. Não bastasse o copo cheio com o canudinho boiando e quase caindo, eu ainda carregava uma bolsa cheia de coisas numa mão e um guarda-chuvão longuíssimo na outra. Estava com um cachecolzão enrolado no pescoço e com o cabelão esvoaçante na cara. Não precisei de dois minutos pra derrubar o chocolate e fazer uma meleca incrível no chão da cafeteria. Foi um tanto de chocolate no chão, outro tanto na mão e a moça correndo pra buscar papel pra me ajudar a limpar, perguntando nervosa ‘are you okay?’, porque eu podia ter queimado a mão. Não queimei! Foi um milagre. Mas se queimasse, iria ser mais uma cicatriz pra coleção que eu já tenho na mão direita.
Melhor apresentação que essa eu não poderia fazer… Já fui mostrando quem eu realmente sou, sem disfarces, sem firulas. Oi, sou a desengonçada e atrapalhada Fezoca! Prazer!

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the day after

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Todo ano eu conto que fui à downtown, que fiquei encantada com as crianças, que comprei balas na última hora, que abri e fechei a porta pros trick-or-treaters por horas, que comi algumas balas, que estava frio, que me divirto no Halloween, que é uma das minhas festas favoritas daqui…..
2000
2001
2002
Este ano não foi muito diferente….!

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Caroleen

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hallocarol.jpg

[ até agora, poucas crianças batendo na nossa porta. mas tivemos um grupo divertido de carolers, cantando músicas de natal adaptadas para halloween…. adorei! e eles dispensaram as balas, disseram que fazem a cantoria just for fun!]

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happy halloween!

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Finalmente o outono chegou! Hoje máxima de 14°C e mínima de 3°C. Primeiro dia do ano usando casaco… Agora vai!
Ontem fui ao dentista. Um problema num dentão lá do fundo. Problemas com dentões são familiares pra mim. Por causa disso, vou à uma dentista que é especialista em clientes nervosos e neuróticos. Nunca tive uma dentista assim como ela. Se tivesse tido, não seria assim tão sensível. Mas o dentista de ontem era outro – um especialista em canal. Uma delicadeza de pessoa. E fui tratada como uma rainha. Mas também, com o preço que ele cobra por um dente, tenho mesmo que receber todas as regalias. Voltei pra casa meio grogue e passei o resto dia na cama. O resultado é que fiquei o dia todo vendo tevê. E a noite também. Vi filmes até a 1am. Mexer com os meus dentes, afeta a minha alma. Não sei o que é isso. Mas a culpa do mal estar foi mesmo dos comprimidões que o dentista me deu. Os narcóticos e antibióticos vêm num saquinho lacrado. Abrir só em caso de necessidade. Dentista pra mim é que é o terror…. que Halloween, que nada….
Com esse friozinho, as crianças não vao poder sair à noite só com a fantasia. Vão ter que ter uma proteção extra. Mas aqui não é nada. Em Saska, nevava no Halloween e os pobres trick-or-treaters canadenses tinham que estragar o visual das fantasias, com casacos, luvas, toucas, cachecóis….!

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limites

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Fui tirar uma foto para um documento. O rapaz com a polaróide tocou levemente o meu queixo, para me ajudar a ficar no ângulo exato para a foto. Colocou a ponta do dedo no meu queixo e se desculpou educadamente:
– “sorry to get into your personal space…”
Eu comentava com uma amiga outro dia, como a área de segurança entre as pessoas aqui é muito mais ampla do que no Brasil, onde o espaço físico individual parece ser muito mais limitado e essas invasões quase imperceptíveis acontecem o tempo todo e sem nenhum pedido de desculpa. Pra mim, que vivo pisando no pé nas pessoas, caindo sem querer em cima de estranhos e cutucando o vizinho de cadeira com o meu cotovelo, essa experiência de hoje serve de alerta. Luz vermelha, cuidado, no trespassing!!

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good times

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chamagverao.jpg
[folga de verão: chá e revistas no quintal..]
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rendeu

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Desperdicei o dia de ontem tentando me livrar de uma dor de cabeça canalha, mas tive uma noite rendosa, com muito papo interessante e duas surpresas. A primeira foi descobrir que uma das voluntárias trabalhando comigo na orchestra era minha vizinha! Papo vai, papo vem, de repente ela diz: “ah! você mora na Aggie Village! eu conheço o seu marido, pois eu trabalho na Engenharia e vivo cruzando com ele pelos corredores!”. Davis é um ovo!
A segunda surpresa aconteceu na salinha dos voluntários, onde todo mundo assina a lista de presença, arruma a gravata no espelho, pega as lanternas, toma café… Eu já estava saíndo, quando ouvi uma senhora e um rapaz conversando sobre o Brasil! Meu radar é bom! Foi um tóinnnn…. Já me liguei na conversa. Não é sempre que eu ouço americanos falarem sobre o meu país e o tom do papo era animadíssimo, um perguntando pro outro “quando você vai voltar lá?” e um contando vantagem pro outro sobre a proeficiência no português. Fui caminhando junto com eles pelo corredor, tentando ouvir mais da conversa [pra não dar nenhum fora] e já me preparando pra fazer uma pergunta e me intrometer [e dando um fora, mas who cares?]. Quando eu perguntei “vocês falam português?” e confessei que era brasileira, a senhora se animou toda pra conversar comigo. Mas o rapaz se inibiu. Acho que eu cortei o barato dele de exibir sua fluência em português para a senhora, que disse que não falava nada!
O rapaz trabalhou por dois anos como missionário em Salvador, Bahia. A senhora tem a filha, a neta e o genro [um francês] morando e trabalhando em Brasília. Ela contou que a menina de 4 anos fala inglês com a mãe, francês com o pai e português na escola e com o resto do mundo. E está tão fluente no português, que corrige a mãe e o pai. Criança tem esse poder, pois aprende língua com uma facílidade incrível e deve achar um horror o pai e a mãe falando com sotaque e dificuldade. E a senhora também me contou que a imigração brasileira está pegando no pé do casal, fazendo a vida deles complicada…. Eu disse ‘ah, que BOM! pelo menos agora eu sei que não é só a imigração americana que faz da nossa vida um inferno….!”. HoHoHo!

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palmas pra ele!

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O escritor e diretor Michael Moore fez duas apresentações com lotação esgotada no Mondavi Center, ontem aqui em Davis. E deu um show, com direito a vídeo no telão, introdução feita por figuras de papelão de Sadam e Bin Laden, música de piano e cantoria. Depois da parte mais leve e divertida, entrou logo nos assuntos que todos estavam lá para ouvir: republicanos irritados, democratas chorões e Bush. Moore falou por duas horas e foi aplaudido o tempo todo. Ele fala muita coisa generalizada e pinta uma caricatura muito feia do povo americano. Mas a intenção é mesmo chocar, fazer pensar, mexer com o que está acomodado. Neste momento, o país precisa de alguém como ele, pra mostrar que o povo americano não é um bando de carneirinhos, abaixando a cabeça e concordando com o seu presidente maluco. E pelo visto, muita gente está com Michael Moore. Pelo menos os integrantes das duas sessões [quase quatro mil pessoas] da sua apresentação da segunda-feira no Mondavi Center.
No final da palestra, antes de abrir o microfone para perguntas e a fila para autografos no seu livro, Moore fez uma brincadeira para provar como a educação dos americanos está deixando à desejar. Chamou um canadense no palco [uma menina de Saskatoon, Saskatchewan – iurrru!] e três americanos estudantes nota A aqui na UCDavis. Ele explicou pra platéia que nas trinta e uma apresentações anteriores que ele fez pelo país, todas as vezes o canadense venceu os americanos. Ele concluiu – o canadense mais burro dá de dez nos americanos mais inteligentes. E foi perguntando coisas assim:
[pra canadense] qual o nome do presidente dos EUA?
[canadense] George W. Bush
[pros três americanos] qual o nome do primeiro ministro do Canadá?
[três americanos] ???????
[pra canadense] qual a capital dos EUA?
[canadense] Washington, D.C.
[pros americanos] qual a capital do Canadá?
[três americanos] Montreal? Quebec?????
Com outras perguntas de geografia mundial [países que fazem limite com o Iraque e Alfaganistão], Moore provou que tem alguma coisa errada com a visão que o americano tem do mundo. A brincadeira é boba e não mede inteligência, mas mostra o quanto a América está precisando expandir seu território em termos mentais.

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Moore

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Hoje eu vou ver qualé a desse cara. Vou trabalhar na apresentação do Michael Moore, no Mondavi Center. Como eu não vi os documentários dele, nem li nenhum dos seus livros, esse vai ser meu primeiro contato com o autor/diretor/polêmico. Veremos!

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o passado não condena