Nevada again…

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Quando eu pensei que o assunto estava ‘over’, voltamos novamente e seriamente ao tópico NEVADA…. Aimeudeusdocéu! Fui olhar apartamentos pra alugar e desanimei. Fui dar uma checada em Reno e olha só gente, descobri que a prostituição eh LEGAL no estado de Nevada! É o único estado dos EUA que tem essa regalia…. Eita nóis, vai ser um ‘boogie woogie woogie’ morar por lá! 🙂

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I’m only sighing

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Sol e ventania!
Estava sonhando um sonho louco, achando que já eram 10:30am e eu estava, como sempre, num apartamento no Brasil (ainda vou decodificar esse sonho recorrente). Mas eram apenas 8am e fui acordada pelo barulho da ventania descabelando a persiana da janela. Como eu não consigo de jeito nenhum acordar e imediatamente fazer anotações detalhadas dos meus sonhos num caderninho, muita coisa fica nebulosa depois do café com leite morno e fatia de pão de canela.
Se é segunda, ou quarta ou domingo, agora não importa muito pra mim. Foi-se o tempo das deliciosas noites off de sexta-feira e a raiva de ter que trabalhar no domingo a noite. Preciso limpar meus files, que eles estão cheios de coisarada inútil. Dylan me olha do escaninho e sorri: ‘It’s alright, Ma, I’m only sighing..’
You lose yourself, you reappear
You suddenly find you got nothing to fear
Alone you stand with nobody near
When a trembling distant voice, unclear
Startles your sleeping ears to hear
That somebody thinks
They really found you.
While them that defend what they cannot see
With a killer’s pride, security
It blows the minds most bitterly
For them that think death’s honesty
Won’t fall upon them naturally
Life sometimes
Must get lonely.
And if my thought-dreams could be seen
They’d probably put my head in a guillotine
But it’s alright, Ma, it’s life, and life only.
Eu já disse e digo novamente: dias de ventania não são bons pro espírito. As crianças ficavam louquinhas em dias de vento, por que não deveriam?

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Bamboozled

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“I can do some Shakespeare: To be or not to be, that’s the motherfucker question!”
Honeycutt em Bamboozled
Agora eu estou entendendo por que Bamboozled – o novo filme do Spike Lee – não está arrancando aplausos do público e da crítica. Eu e o Ursão saímos do cinema discutindo, porque Lee é muito radical e não quis só causar polêmica, mas cutucou a ferida do racismo norte-americano, que todo mundo pensava estar quase cicatrizada. E ele atirou pra todo lado: brancos, negros, italianos, todo mundo levou uma fubecada. Bamboozled é um filmão! Arranca gargalhadas, lágrimas e deixa todo mundo chocado e desconfortável. Só Spike Lee pra fazer isso na cara dura. Tem gente chamando ele de racista? De radical? De eternamente pissed off? De obcecado? De terrorista? Mas ele é mesmo um puta cineasta e um grande contador de histórias e provocador. Eu gostei! E na trilha ainda tem músicas lindas do Steve Wonder.
Nos trailer, o Russell Crowe de ‘Rambo’, no filme que iniciou o affair dele com a sempre-igual Meg Ryan. Chama-se Proof of Life. Acho que vai ser um baita de um filme porre…..
E Robert de Niro num filme sinistro, onde dois serial killers filmam as suas vitimas enquanto as matam e depois mandam o filme pras redes de tv. Disturbing…
Mas o Gus Van Saint tem um filme que vai ser uma delicia de assistir, com o Sean Connery fazendo um escritor recluso que ajuda um menino negro, jogador de basquete, a desenvolver seus dotes na escrita. Finding Forrester abre aqui perto do Natal e já está na minha lista!

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declawed

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Acordei com dor de cabeça de tanto que eu chorei ontem por causa da minha gata, a Misty Gray. Fazia tempo que eu estava achando estranho que ela brincava comigo e nunca que apareciam as garras das patas da frente. Também ela é super pesadona e faz um barulhão no chão, quando anda ou salta. Fui ligando os pontos e ontem resolvi examiná-la, porque estava desconfiadíssima que ela tinha sido ‘declawed’ (ter as garras removidas cirurgicamente). Ela me mordeu, mas eu pude ver o horror…. Ela não tem as garras das patas da frente. Fui correndo ler sobre ‘declawing’ e não conseguia mais parar de chorar! Isso é considerado uma amputação, como se cortassem os dedos das mãos ou pés de um ser humano até o osso! Na Inglaterra isso é considerado prática desumana, mas aqui nos EUA o declawing ainda é muito popular. E PRA QUE, meudeusdocéu?? Pro gato não arranhar os lindos móveis do seu dono… Que desculpa mais esfarrapada, porque hoje existem mil técnicas e objetos para treinar o animal a não arranhar os móveis. Fiquei nauseada e com uma tristeza imensa, imaginando o sofrimento a que a minha amiga Misty Gray foi submetida.. e PRA QUE? Me digam? Pra QUE?? Estou revoltada com essa mentalidade brutamontes e primitiva… Tenho vontade de urrar e dar na cara de quem fez isso com ela…. To BRAVA, muiiiito brava…..
Mas agora ela está dormindo, toda enrolada no meu quilt azul…. Como ela é linda.. eu adoro a Misty Gray!
Mr. Ursão saiu pra trabalhar de manhã cedinho. Mas me prometeu um cinema mais tarde. Ainda não achei em que cinema está passando o novo filme do Spike Lee, Bamboozled. Com certeza teremos que ir pra Sacramento. É bom, assim eu saio desta toca.

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cansaço

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Sabadão ensolarado e friozinho!

Ontem à noite me deu uma baita canseira, dessas que não deixa você nem com vontade de falar, sabe? E eu acabei na cama as 10:30pm! Uau, não deitava tão cedo assim desde os meus tempos de labuta no Russell Park CDC… Mas foi bom, porque hoje as 8am eu já estava de olhos abertos na cama e acabei levantando, porque estou mesmo muito a fim de puxar meu schedule de volta pra horários mais matutinos. Senão fico com a sensação que o dia passou e eu não vi.

Mesmo desempregada, eu tenho sempre uma pilha de coisas pra fazer. Tem uma lista – aliás, várias listas. Tantas mensagens pra escrever, pegar meu refil do remédio, lavar os tapetes, tentar ressuscitar meus sapatos (que a Misty Gray, num desaforo por ter ficado aqui com o Gabriel enquanto nos fomos pra Nevada, fez uma xixizada em cima deles – destruiu uma das minhas Birkenstocks..), ler uma pilha de revistas, outra pilha de livros, ir ao cinema, não esquecer do supermercado, fazer outra coleira pra gata (como ela aprontou esses dias!), levar o vestido preto no Paul’s Clearner, preencher o formulário da Aspire, fazer sushi, terminar de ler aquele texto sobre tv que eu imprimi, trabalhar um pouquinho nas frames das tables, etc, etc, etc……

Descobri um curso de design online, com precinhos camaradas, mas achei os tópicos meio xumbregas…. Sei lá, pro próximo quarter já vou poder voltar pras minhas classes na UCDavis, gracasadeus!!!!!

Acabei de dar uma travada na minha coluna… Que dor! Hoje não estou inspirada… Better say bye bye…

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visitantes

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Quando visitamos um lugar como turista, é comum observamos os detalhes especiais, as qualidades fantásticas do lugar, que nos saltam aos olhos e diferem do lugar de onde viemos. Olhamos para as grandes coisas, para a paisagem, para os pontos turísticos, para as diversidades.

Eu já tinha estado em Las Vegas e Reno, visitando essas cidades como turista. Como elas pertencem ao mesmo país onde eu vivo, não prestei muita atenção a detalhes que não fossem a magnitude do luxo e do exagero das construções e instalações dos cassinos. Sobre o dia-a-dia do povo dessas cidades, só um breve pensamento inquisitivo me passou pela mente: como será que eles vivem? O que eles fazem aqui? Será que todo mundo trabalha com algo relacionado aos cassinos?

Agora uma dessas cidades, neste estado estrangeiro de Nevada, está quase para se tornar a minha ‘casa’. Desta vez eu visitei Carson City, Reno e a parte de Nevada de Lake Tahoe com outra mentalidade. Desta vez eu procurei ver o que as pessoas comuns, que vivem no lugar, fazem e como elas são. Eu nunca tinha reparado que o povo de Nevada tem um sotaque diferente do da Califórnia. Desta vez isso me saltou aos ouvidos! E também reparei em como eles são gentis – numa coisa bem mais de estilo interiorano, do que a gentileza groovie dos californianos. Também olhei a poeira, a secura e o verde-acinzentado do deserto com mais interesse. Perguntei o que acontece com toda aquela terra quando chove. Fica a maior lama? A resposta que recebi foi que lá quase não chove, mas neva um pouquinho e isso ocasiona uma lama de vez em quando, mas não muita. Quis saber se lá tinha cinema, se tinha provedor pra conectar na Internet, onde estavam os shoppings, tem universidade por perto, quantos minutos de carro é daqui pra lá e de cá pra lá? O Ursão disse que eu estava de olhos arregalados e pensou que era de susto….. Mas era mesmo pra melhor enxergar!

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from Nevada

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Chegando de Nevada, ainda em tempo para a minha blog de hoje!
Em Reno comprei um journal! Isso mesmo! Daqueles de papel, estilo pré-internet. Ainda tenho salvação? Escrevi dois postais pro meu amigo: ‘too much internet!’. Estou viciada, mas vou tentar um rehab. Escrever à mão dói, vocês já tentaram?? 🙂 Mas eu tenho uma baita força de vontade!

Mais um postal do Dylan. Já não tenho mais onde colocá-los! Mas nesse ele está com as mãos nos bolsos e a guitarra no chão. Valeu os 75 cents!

Depois de arregalar meus olhos mais uma vez pra dureza da paisagem verde-acinzentada do deserto, me delicio com o céu escurecendo, uma estrela e lua (minguante?) emoldurando as montanhas de pinheiros já cheinhas de neve da Sierra Nevada. Abro meus olhos e reconheço a paisagem da I80 em Sacramento. Que sensação de conforto e familiaridade…. Califórnia, I’m coming home!

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pós-bruxa

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Sol e frio!
Ontem inúmeros dragões, batmans, princesas, mortes, barbies, abelhas, ursinhos, piratas, personagens de cartoons de todo tipo me visitaram à noite. Toc toc toc… Trick-or-treat! E foi-se embora uma tonelada de balas. Como presente do dia das Bruxas, recebi uma mensagem do meu editor: o site para quem eu trabalhava dispensou mais da metade dos jornalistas. No topo da lista fui eu – uma correspondente internacional é o artigo mais supérfluo que pode existir, em tempos bicudos de crise. Crise? Aqui na Califórnia eles estão desesperados atrás de gente qualificada pra trabalhar. Nunca o desemprego esteve tão baixo. Triste ironia para mim, que carrego uma etiqueta de um visto retrogrado. E agora não tem trabalho pra mim nem aqui, nem lá. (Respirando fundo!)

Meu irmão me liga hoje de manhã e diz que está chegando dia 14. Eba! Inaugurai o dia com uma boa notícia! Amanhã, sedeusquiser, teremos outra. Vão-se os dedos, ficam os anéis. A caravana passa e os cães ladram. Tudo bem, no ano que vem. O próximo feriado festivo será o Thanksgiving. Preciso pensar numa coisa pra levar pra minha hostess. Flores? Chocolate? Velas perfumadas? Um colar de pedras brasileiras? Estou numa imensa dúvida. Mas já sei sobre o que iremos conversar…

Ontem não teve televisão aqui em casa. Hoje na primeira página do Sac Bee só li desgraça: um avião caiu em Taiwan (dois professores da UCDavis estavam a bordo – se salvaram), um acidente com um caminhão na I50 (dois mortos), um engenheiro caiu do 20 andar de um prédio em construção em downtown Sacramento (that freaks me out!). É amanhã (ou é hoje??) o Dia dos Mortos mexicanos, quando uma festança inominável invade as ruas do país. Eu recortava as calaveras em papel branco, para enfeitar as portas e janelas da escola. Ontem várias dos meus ex-alunos vieram trickortreating na minha porta. Eu me diverti até as 8pm. Sempre achei que deveríamos adotar o Halloween ou o Dia dos Mortos estilo mexicano e abolir o dreadful Finados. Foi num dia 02 de novembro de muitos anos atrás que eu escrevi (ou melhor, datilografei na minha Olivetti verdinha) meus primeiros pensamentos de escrevinhadora…. Nunca mais parei.

Califórnia –> (galope, galope, galope…) —-> Nevada

Que será, será…. Whatever will be, will be….

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happy halloween

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!Frio e Sol!
Hoje é Halloween e graçasadeus eu já resolvi o problema dos doces! Ontem no Safeway, joguei um monte de saquinhos de balas no meu carrinho, comprei três mini-pumpkins e resolvi a questão. No way que eu vou correr atrás de abóboras grandes pra ainda ter que ficar carvucando e fazer a Jack’O’Lantern… Neste ano vou ficar sem esse apetrecho decorativo. Ah, não…. É muito trabalho e eu hoje tenho que fazer a laundry sem falta! Daqui a pouco não vou ter mais meias e já ta bem friozinho….

Ontem eu tremia de frio vendo tv. Que tolice ficar chacoalhando o esqueleto numa casa com calefação. É que Mr. Ursão é HOT e nunca sente frio…. Eu já sou uma friorenta (e uma calorenta no verão). Assistíamos uma tremenda porcaria chamada But I’m a Cheerleader….. Que filminho! Só valeu pelo RuPaul destransvestido! Depois eu fiz um chá de limão, ligamos o aquecedor e assistimos Girl, Interruped. Um filme interessante, se bem que pra mim não tem filme de hospício que bata o Estranho no Ninho.

Bom, com balinhas e abóborazinhas, vou esperar pelas crianças mais tarde. Já estava devorando uma das balinhas, que vêem num saquinho e são um monte de partezinhas do esqueleto…. Mãozinhas, costelinhas, ossinhos, pézinhos, caveirinhas…. Tudo bem azedinho e colorido…. Hummm!! Happy Halloween!

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esbagaçada

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Chuva e frio!
Ontem fui dormir as 3am. Fiquei vendo um filmeco na tv esperando pelo Ursão que finalizava na loucura um paper com deadline pra onteontem. Hoje estou me sentindo um trapo… Nem o café me levantou…..Gosh. E tenho tanta coisa pra fazer: meu boletim, a história, a louça, o chão, a roupa suja, o Safeway. E quarta e quinta (ou quinta e sexta?) estaremos sartando fora rumo a Nevada. Vamos ver como é a coisa por lá. Entrevista para ele, espera e descobertas para mim. Minha barriga dói. Apesar de eu não dar na cara e quase ninguém perceber, eu não tenho muito espírito aventureiro! 🙂

Ontem um pensamento cruzou minha cabeça. Eu lembrei de uma sessão no Fisher-Hoffman, quando tivemos uma experiência ultra-sensorial de cheiro e toque (foi em 1980) e todos se entrosaram. Na hora da avaliação descobri que dos 7 participantes (eram 8, incluindo eu) somente um não tinha feito nenhum contato comigo. Eu não percebi nada, até a hora que ele admitiu: ‘não, eu não quis chegar perto dela, preferi ignorá-la’. Eu fiquei em choque!! FUI IGNORADA, COMO PODE??? Vocês já repararam como as vezes a gente nem percebe que está sendo ignorado, mas quando cai a ficha não dá um mal estar, tipo ‘o que eu fiz pra essa pessoa?…’? Neste caso, do rapaz que me ignorou na sessão do FH, não tinha nada a ver comigo mas sim com a mãe dele. Inacreditavelmente, aos 18 anos eu provoquei uma sensação de repulsa no rapaz, que confessou que eu fazia com que ele se lembrasse da mãe dele: no meu jeitão fisico. E eu, que nem mãe de ninguém era, tomei a responsa de reconquistar a confiança e a simpatia do cara. Acho que eu nunca fui mesmo muito com a cara dele, pois não conseguimos nos tornar amigos, como eu e o Fer ficamos, por exemplo. Mas lembrando disso ontem, percebi que as vezes você é ignorado não pelo que você é, mas pelo o que o outro pensa que você é, e quase sempre essa imagem é equivocada, então posso dar um suspiro de alivio e dizer bem alto… WHATERVER! 🙂

Ontem curtimos um sanduiche em Berkeley e uma exposição que me deixou meio abalada. Pensei muito e fiquei com aquela sensação de ressaca…. Depois, com calma, vou escrever sobre o que vi. Agora, melhor começar a trabalhar e parar de matracar…. Ai,segundona….

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o passado não condena