let the sun shine III

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Fiz a curva, pedalando inclinada pelo círculo e comecei a ouvir o som dos tambores. De longe já pude ver duas figuras com dreadlocks loiros dançando. Eles estavam mesmo pulando, ou melhor, se expressando. Saias longas indianas, torsos nus, cabelos embaraçados, pés descalços dançando ao ritmo pulsante dos tambores no gramado central do campus. Aquela cena me fez mergulhar numa dúvida existencial—quem sou eu, onde estou, viajei no tempo, caí da bicicleta e morri, nada disso pode ser real. Mas é fato que o tempo esquentou e os bichos grilos já sairam da toca para celebrar o sol.

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atração irresistível

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Uma criatura com uma câmera na mão passa na frente de um espelho. Não dá pra evitar fazer esses manjados auto-retratos.

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As cinzas da quarta

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Acho horrivel quem diz que o ano vai finalmente começar depois do carnaval. Dizer isso é como assinar um atestado de falta de idoneidade.
Acordei certa de que estava iniciando uma quinta-feira. A realidade me colocou rapidamente no dia certo.
Não suporto acompanhar apuração de eleições. Por favor, me diz apenas quem ganhou e pronto!
Eu não quero, de jeito nenhum, ser uma pessoa que combina cores.

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done!

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hope & change

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Em 1982 eu votei pela primeira vez, na primeira eleição direta depois da ditadura militar. Foi uma eleição para governador e eu votei no mais improvável de ganhar, mas no que carregava mais expectativas de mudanças. Era o sindicalista Lula, que concorria pelo PT e perdeu, é claro. Mas naquela eleição, que foi a minha primeira, eu fui votar com entusiasmo, alegria, esperança e orgulho. Depois daquela, não houve mais nenhuma. Todas foram um fardo, votando no menos pior, pelo menos pra mim.
Depois de 25 anos vou votar pela primeira vez novamente, e vou votar com entusiasmo, alegria, orgulho e esperança outra vez. Quero que todos os meus votos daqui pra frente sejam assim—importantes. Que eles signifiquem algo, não somente cumprir uma obrigação. Agora eu escolho se quero ou não votar. E escolhi que quero, porque preciso exercer esse direito, com todas as vantagens e desvantagens que ele me traz.

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tempo, tempo, tempo, tempo

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Mas o quê qui é isso? O Natal não foi logo ontem?
Que negócio é esse de que já é Carnaval?

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mofandus estamus

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Eu não reclamo do frio, de jeito nenhum, pois não tenho nada contra as temperaturas baixas, ou mesmo as negativas. Já vivi num freezer, mas é importante frisar que aquele freezer era ensolarado. Essa chuva que não pára de cair é o que pega, o que dá nos nervos e cansa. Ela deixa os dias nublados, molhados, mofados, eslameados e tristes.

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huffing and puffing

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Você se acha uma sedentária, mas esqueceu o significado das suas pedalações diárias, contra o vento, na chuva e frio e com os pneus da bike um pouquinho murchos? Se isso não é fazer exercício, então…

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o passado não condena