meu coracão agora só fala português

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Estou num filme dublado!
Tenho que fazer um esforco danado pra não falar thankyou/excuseme/please. E pra entender que não preciso ser bilingue! Pelo menos pelas próximas três semanas! Não que isso seja importante, mas é engracado de repente não ter mais duas línguas no meu dia-a-dia. Na ponte aérea Rio-Campinas minha cabeca formava as frases em inglês automaticamente e só depois de uns segundos que eu me tocava – peraí, tenho que falar em português com essa senhora e esse senhor, estranhos sentados na minha fileira no avião.
Então estou em Campinas, São Paulo, Brasil, depois de cinco anos de ausência. Não me perguntem por que eu fico tanto tempo sem vir ao Brasil, porque agora eu só tenho uma explicacão – é porque eu moro MUITO LONGE!
Vir pra cá me cansa, muito. Eu não gosto de sair de casa, não gosto de avião, não gosto de ter minhas coisas socadas numa mala, não gosto de burocracia alfandegária, não gosto das fronteiras legais que nos obriga a ser revisados e nos enfia por detetores de metais, não gosto de viajar.
Mas consegui chegar aqui! Passei algumas horas felizes e agradáveis no Rio de Janeiro, onde eu não pisava há 17 anos. Vi uma cidade que eu não reconheci. Mas essa chegada pelo Rio foi a melhor possível, revendo meu grande amigo, conversando, rindo e me sentindo acolhida no meu país-mãe.
Ainda não vi muita coisa de Campinas, mas já vi muita gente linda e já conversei com muita gente querida. Conheci três pessoinhas muito especiais – Fausto, Lívia e Catarina, meus sobrinhos. A Catarina é ‘guimassaura’ como a tia Fê! Incrívelmente dominadora e adorável!
Estou escrevendo do PCzinho possante da minha mãe e toda hora erro as teclas, dou windows/C inves de control/C….. Não sei como fazer o ce cedilha aqui!
Acho que ainda estou em horário pacífico e me sentindo um pouco cansada. São apenas 6pm em Davis e eu já preciso ir dormir aqui. Que amanhã tem mais!

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Beam me up, Mr. Scott!

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Se a minha vida fosse um filme, agora teríamos um corte de cena e em seguida veríamos eu chegando alegremente ao meu longínguo destino, sem cansaço, sem desodorante vencido, sem jet lag, sem mau humor e sem ter passado por pânicos claustrofóbicos e agorafóbicos.
Meu sonho é um dia poder ser teletransportada à lugares, sem ter que me enfiar por dezenas de longas horas em nenhum tipo de espaço fechado. Eu só teria que ficar em pé num patamar aberto e dizer “beam me up to my destination, please!”.
Quem dera!

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tic tac tic tac

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Passa hora, passa dia…..
Fui olhar no weather.com as temperaturas no Rio e em São Paulo, depois que o Moa me alertou que está FRIOOO por lá. Fiquei abismada em constatar que está igual aqui – entre 24ºC e 14ºC….. Ontem ouvi na tevê que estamos com temperaturas abaixo do normal para esta época do ano. Com certeza! Lembro de finais de maio terrívelmente quentes. Estamos numa brisa… belezura!
De repente, uma crise incontrolável de mau humor. É compreensível….. Pinguei umas gotas de Rescue na língua, just in case.
Férias, eu preciso!
Eu leio muitos blogs num período que varia entre vinte a trinta minutos. Faço tudo com o feedreader, que foi a descoberta do século e que me facilitou muito a vida. Nem todos os blogs que eu leio estão linkados aqui…. Eu parei de atualizar a minha lista de favoritos faz tempo. É uma pena e preciso me redimir, pois muita gente fabulosa, que eu curto ler, não está listada. Providências serão tomadas em breve.
Anota aí: uma gramática da língua portuguesa e chinelos havaianas pra mim, farofa pro Ursão.
O gato não descola de mim. Será que ele está pressentindo algo?
Na terça-feira passada fiquei puta da cara, pois esqueci de ir à aula de espanhol de novo….. Ontem eu esqueci de propósito. Às vezes é melhor admitir logo de uma vez que jogou dinheiro no lixo. Sinceramente, não recomendo as aulinhas de línguas da Adult School. Próxima vez [será?] farei no Sac City.
Passa hora, passa dia…

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terapia da água

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Geralmente é no chuveiro que eu encontro as soluções para os meus problemas, me toco de erros em coisas que escrevi, tenho idéias mirabolantes, me recomponho, tomo decisões, penso na morte da bezerra e repenso a vida. Agora também faço isso enquanto nado e observo cenas picotadas com o céu azul, as nuvens e até alguns aviões militares cruzando o espaço, intercaladas com as visões do fundo da piscina, onde me distraio com sombras, ondas, bolhas, folhas e flores afogadas e band-aids perdidos no chão de cimento azul claro.
Pra mim não tem nenhuma meditação mais eficiente do a que eu faço quando estou dentro da água. Qualquer água – com cloro, doce, salgada, quente, fria, real ou mesmo se ela for apenas fruto de um sonho.

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enquanto cozinho a sopa

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Eu sempre fui encanada com comer direito e natural. Passei uns quinze anos da minha vida, entre a infância e a adolescência, lutando contra um nojo que tomava conta de mim e que não me deixava comer carne, frango, peixe, ovos ou leite….. Do jeito que eu comia, praticamente obrigada pela minha desesperada mãe, nem sei como cresci e fiquei alta. E de repente, durante os últimos anos da minha adolescência, me deu o cinco minutos e eu virei natureba. Era uma saída para a minha repugnância com relação à toda comida derivada de animais. Virei uma comedora de pão, cenoura, sopa de missô e macarrão alho e óleo. Só depois de muitos anos, já mãe do Gabriel, é que fui devagarzinho voltando a comer os bifes da vida. Hoje eu como de tudo, menos coisas exdrúxulas é claro, mas não perdi a mania de comer natural, orgânico, evitar óleos, açúcares, ler maníacamente rótulos de qualquer produto para ver o conteúdo.
Por causa disso, toda segunda-feira eu encosto a barriga na beira da pia e fico com dor nas costas lavando verduras e legumes. Isso é coisa que só os naturebas freaks fazem aqui neste país, onde tudo é industrializado e muito mais fácil e prático, pois ninguém tem tempo de nada, muito menos de ficar lavando folhas de salada. Mas eu arranjo um tempo e faço questão de comer o máximo que puder sem aditivos químicos.
Hoje tive que fazer um sopão e vou congelar brócolis e couve-flor cozidos, porque tava acumulando tanto desses legumes dentro da geladeira que já estava dando dó. E toda semana eu jogo fora umas verduras que nem tenho mais idéias de como cozinhá-las. Esse desperdício involuntário e cheio de sentimento de culpa é a consequência de querer ter uma vida além da minha capacidade. Sem falar que além da lavação ainda tem os sustos de achar bichos estranhissímos residindo nas alfaces e repolhos. Um dia eu desisto dessa história, mas até esse dia chegar, vamos comendo nossas saladinhas, refogados e sopas com verduras e legumes fresquinhos.
O duro é meus amigos me aturarem, pois toda vez que eu sirvo alguma coisa, lá vem a frasezinha – “é orgânico!” – como se alguém desse a mínima!

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breve

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A vida anda corrida e a cabeça vazia de idéias. Então necas de pitibiriba por aqui…. Invés de gastar letras descrevendo meu final de semana, vou tentar ser concisa. Foi um baita findão!

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a filombeta da raia dois

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Não sei como resolver esse problema da minha ultra-super sensibilidade, mas quando a mulher vestindo o biquini de halter top listrado falou comigo, meu mundo desabou. Eu estava na raia dois, pois acho que já estou nadando suficientemente bem para sair da raia um, onde ficam os piores dos piores. Me atrapalhei nadando de costas e meus goggles sairam do lugar, enchendo de água e me cegando. Parei no meio da piscina e bati na tal mulher, que vinha nadando atrás de mim e não gostou. Quando terminei o set, ela simplesmente sugeriu na cara dura que eu fosse pra raia um, pois estava atrapalhando o desempenho dela ali na dois!
Me senti horrivelmente mal, mas tive a clareza de espírito de responder que ela não se preocupasse comigo, pois não precisava me esperar, podia me ultrapassar a qualquer momento, mas eu não iria pra raia um pois lá tinha muita gente e todos mais lentos que eu. Ela fez uma cara de desgosto, mas eu continuei nadando onde estava. Porém fui tomada por um misto de tristeza e revolta. Como pode alguém ser tão egoísta e grosseira???? O que mais me indignou foi o fato da fulana estar na raia DOIS e estar se achando A atleta. Dá licença, mas não era raia cinco, nem oito, era raia DOIS! Uma raia acima da onde eu costumava estar. É o fim da picada…..
Nadei o resto do tempo sem olhar pra cara dela, que deve ter percebido que eu não gostei da atitude dela. Mas petulante que ela só, passou o resto do treino se gabando para as outras pessoas na raia – “pra fazer os 400 só precisa muito treino….. fazer os 200 não é nada…..” – What a BITCH!
Quando o treino terminou o coach veio me elogiar, que estou cada vez melhor e eu contei que me pediram pra mudar de raia por estar atrapalhando a atleta de biquinão sexy…. Ele ficou indignado e disse que tem umas três ou quatro mulheres que treinam lá que são realmente umas filombetas. Eu concluí rindo e balançando a cabeça – o mais ridículo dessa situação e ver alguém nadando na raia DOIS… e SE ACHANDO!

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carro, trem, avião

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Eu sou um pouco parecida com o gato, não gosto de muitas mudanças na minha rotina. Todo verão o Uriel viaja muito. E são viagens pra tudo: pra contatos, pra treinamento, pra testes, pra conferências, pra visitas gerais e específicas, e até pra conhecer a robot francesa Magali e suas descendentes. O Gabe disse que no departamento de Física [onde ele é o programador], os professores também já estão viajando. Pra mim é um tempo chato. Eu não gosto…. E este ano as viagens começaram cedo. Eu já estou macambúzia, pois faz quase uma semana que estou sozinha.

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o passado não condena