Jackson
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Minha vida em copy & paste; khao pad poo & tom kha gay [crab fried rice & coconut soup]; html, css; aeroporto; hamburger, fries & coke; tevê; ZzzZz; mais vida em copy & paste; flores, folhas; home made hamburguers & potato salad; toalha xadrez e vaso de rosas vermelhas; almoço em família no quintal; html, css; calça preta, blusa impecavelmente branca, coque, brincos de pedras; convercê africa-brasil; Frank Zappa; pizza; lágrimas; chuveiro; tevê; ZzzZz; mais um pouco de vida em copy & paste; irritação; supermercado; arrumação; flores na mesa; macarronada, frango assado, salada, bolo de morango; almoço relaxante no quintal; conversê; GAP; calorão; mais conversê; html, css; tecla, tecla, tecla; ioga de gato na cozinha; pão com mortadela e ginger ale; pastilhas sour de cranberry; Kill Bill; calorão; a/c; chuveirada fria; cama; Kate & Leopold; ZzzZzz……
E enquanto isso eu estou me revelando uma pessoa obcecadamente detalhista, ultra persistente e com uma paciência de jó…
You say “Goodbye” and I say “Hello, hello, hello”
I don’t know why you say “Goodbye”
I say “Hello, hello, hello”
I don’t know why you say goodbye
I say hello
Não é um fato inédito, não é a primeira vez que isso acontece. E nem vai ser a última. Em doze anos muitos goodbyes foram mecânicos, tá bom então, tchau, nos vemos no futuro. Outros goodbyes foram de alívio, felizmente não vou ter que te aturar mais. Mas alguns goodbyes foram difíceis, deixaram aquela tristeza no coração, pois não é sempre que alguém realmente especial cruza o seu caminho. No meu caso, muita gente cruza o meu caminho, mas são poucos os com quem eu me identifico.
E eu fui dizer goodbye mais uma vez. E deu até uma raiva. Por quê, meu senhor jesus, encontramos gente tão legal pra uma convivência tão curta? Amigos inteligentes, divertidos, relax, da mesma faixa etária, com quem podemos orquestrar convercês deliciosos, que fumam, que bebem, que falam palavrão, que viveram o que você viveu, com exceção dessa parte dos infinitos hellos e goodbyes.
Deve estar marcado no meu mapa astral, deve ser minha sina. Vou ter muitos outros hellos, mas desta vez tenho que dizer contra a minha vontade goodbye, goodbye…
Daqui a pouco não vou ter mais fotos velhas pra publicar…
Preciso de uma câmera digital nova. Urgente!
Estava indo buscar o Uriel na escola [a gente chama a UCDavis de ‘escola’!] pra jantar e no meio do caminho, quando passo em frente do Mondavi Center, me deu um treco. Pânico total! Pensei que tinha esquecido que eu tinha um evento marcado pra trabalhar no teatro. Como eu já fiz isso uma vez, fiquei com o gosto de pesadelo na boca. Meu coração disparou, minha garganta secou, fiquei realmente nervosa dentro do carro. Olhei o relógio do painel: 7:22pm. Me subiu um sangue – merda, merda, fiz essa burrada de novo, sou uma anta, como pode uma coisa dessas, eu não tenho jeito, o que vou fazer agora, que estúpida, que besta, que energumena – tudo isso em três segundos, quando caiu a ficha que era quarta-feira e o evento era na quinta. É hoje, não posso esquecer, não posso esquecer, não posso esquecer!
Toda vez que íamos à uma sorveteria, eu escolhia o sabor do sorvete rápido e certo. O Uriel ficava um tempão olhando o menu com aquela cara de dúvida e quando finalmente decidia por um sabor, se arrependia e não gostava, queria trocar com o meu. Isso me irritava profundamente.
Mas como nesta vida nada é certo nem definitivo, minha vez de ficar titubeando pra escolher algo também chegou.
Toda vez que vamos ao restaurante tailandês favorito do Gabriel, me dá um ataque de incerteza. Eu não gosto deste tailandês em particular, gosto de outros dois, onde já sei o que pedir e o que vou gostar. Mas nesse, onde vamos com o Gabriel e a Marianne, eu NUNCA peço algo que eu gosto. Parece uma praga. Da última vez que estivemos lá eu pedi uns noddles de arroz que não mataram a minha fome. Ontem fui a última a decidir. A garçonete teve que voltar duas vezes para finalmente anotar o meu pedido de thai stir fry, que eu achei sem graça e não me sustentou. Fiquei dando garfadas no arroz do Uriel e no curry do Gabriel [e de olho nos pimentões vermelhos que a Marianne colocou de lado no prato dela, mas sem cara-de-pau pra pedir..]. Não consegui decidir nem na bebida! Pedi um thai iced tea, depois uma cerveja e tive que beber os dois. Saio de lá sempre com raiva, pois não comi direito, não decidi o prato certo. Que droga.
O Uriel não fala nada, mas eu sei que nessas horas ele está completamente vingado dos meus comentários irritados quando ele não conseguia decidir o sabor do sorvete. A vida é justa!