outra vez

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Domingo à tarde eu estava lendo um texto, levantei pra espreguiçar e fui até a janela. Peguei um fulano no flagra tirando fotos da minha casa. Acho que até saí na última delas, de pé na frente da janela, com uma cara espantada. Não é a primeira vez que isso acontece. Eu sei que a minha casa é super lindinha, mas esse negócio de gente toda hora tirando foto é muito estranho!

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sorority girls

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Eu sempre olho as sororities e as fraternities de fora, com aquela curiosidade de quem nunca vai poder saber realmente como é a vida nessas “repúblicas” norte-americanas. E Davis é cheia delas. Todas com nomes gregos, a maioria em casas antigas, algumas muito bem organizadas, outras uma bagunça total. Às vezes, no sábado à noite, ouvimos festas nas fraternities da 1st street. As fraternities e sororities fazem parte da cultura universitária. Quem não se lembra da festa da toga do filme Animal House?
Pois amanhã vou entrar numa sorority! Primeira vez! E vou poder ver como é a vida lá dentro. Ou ao menos até onde me deixarem ver! Vamos fazer uma reunião de grupo e duas das garotas moram na sorority KAO. As duas com mais cara e atitude de cheer leaders, então já tô com dois pés atrás em como vai ser o ambiente nessa sorority.
O que está me deixando nervosa é que temos essa apresentação de grupo, uma leading discussion, na quarta-feira de manhã e vamos nos reunir terça à noite para organizarmos o trabalho. É muita folga! Mas esse grupo é assim. E uma das cheer leaders – a mais-mais antipática resolve tudo sem consultar ninguém e quando você fala com ela, ela te dá uma resposta rápida e nem olha pra sua cara. Mais tipinho de filmeco de high school impossível…. Bom, eu vou preparar a minha parte com antecedência e gastar meu tempo lá na reuniãozinha observando o ambiente da casa. Posso nunca mais ter uma oportunidade dessas na vida, né?

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minúcias

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Quem não acompanha as histórias desse blog há tempos, deve ficar um tanto confuso quando chega aqui e lê sobre escola, ursos, gatos, etc. Vou fazer uma listinha de esclarecimento, só porque novos amigos andaram me perguntando essas coisas e eu acredito que deve haver muito mais gente na dúvida.
* Meu marido Ursão e meu filho Gabriel são brasileiros;
* Tim é o gato do meu filho;
* Misty Gray é o meu gato;
* Eu tenho 42 anos;
* Eu chamo meu marido de Ursão só aqui no blog;
* O Ursão não é gordão, nem peludão;
* Eu estou estudando para entrar numa pós-graduação;
* Vivemos aqui em Davis, Califórnia há seis anos;
* Antes disso, passamos quatro anos no Canadá;
* Meu marido é professor/pesquisador na UCDavis;
* Eu quero fazer pós-graduação no departamento de Cultural Studies;
* Eu sou jornalista;
* Meu filho Gabriel tem 21 anos;
* O Ursão é engenheiro;
* Eu não sou parente do escritor…….
Agora vai dar pra entender melhor o meu papo. Qualquer outra dúvida, e-mail me, please!

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Corpo

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Dei uma paradinha no esquemão da semana e fui ao Mondavi Center para trabalhar na apresentação do grupo de dança brasileiro Corpo.
Foi uma apresentação bonita e emocionante, com coreografias inovadoras do Rodrigo Pederneiras. A primeira parte, entitulada Berenguelê teve visual simples, músicas africanas e do João Bosco e movimentos folclóricos. A segunda parte, entitulada Santagustin foi ultra-moderna, com figurino colorido e música do Tom Zé.
Foi um refresco sair de casa pra ver um show desses. E ainda ampliei minha visão de dança moderna, pois eu tenho pouca experiência com espetáculos de dança e menos ainda com dança brasileira. Eu já conhecia a fama do Grupo Corpo e agora entendi porque eles são tão conceituados mundialmente. Como entrei mais cedo no teatro, pude ver uma parte do ensaio. O grupo faz dança moderna, mas a base é toda do balé clássico e no final do ensaio eles fizeram dois sets de exercícios com todos os movimentos típicos da dança clássica.
E ainda teve um fator de diversão extra: quase todos os meus amigos brasileiros estavam lá no teatro. Alguns estavam na minha seção, outros lá em baixo na orquestra e na saída todos se encontraram no saguão. Os bailarinos do grupo abriram espaço para bate-papo com o público no final da apresentação. Eles são uma simpatia. Não poderíamos ter melhores embaixadores da cultura brasileira!

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razão

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Segunda, terça e quarta passaram sem eu nem conseguir tomar fôlego. Ando me sentindo um desenho animado, daqueles que correm com fumacinha ns pés e estão num segundo aqui, noutro segundo acolá. Bip bip bip….
No meio da movimentação supersônica ainda arrumo espaço pra um bode emocional. São tantas, mas tantas duvidas que eu me sinto massacrada.
Pedi uma semana pra reescrever meu personal statement e ganhei um dia e meio, acompanhado de um sorrisinho sardento. E ainda ouvi um jocoso “bem-vinda à América! aqui nós queremos saber todos os detalhes da sua vida. queremos ler coisas pessoais – personal – falou?”
Ah, se fosse tão simples assim….

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ontem não foi meu dia

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Feriado de Veterans Day. Resolvi ir até a Bay Area pra finalmente comprar as cadeiras baratotais da Ikea porque não tô podendo comprar nada mais sofisticado. Saí de manhã e foi tudo bem até a cidade de Vallejo, quando entrei num congestionamento daqueles. Fiquei uma hora e meia pra fazer um percurso de cinco minutos. Os gênios da engenharia de trânsito nas estradas resolveram fazer obras enormes na ponte do pedágio em Benicia Martinez e provocaram um congestionamento monstro. Até reporteres de tevê estavam lá registrando o fato…… E eu trancada dentro do carro, com a bunda formigando e almoçando bolachinhas.
Dentro da Ikea estava outro inferno…. Fiquei uns quarenta minutos na fila pra pagar minhas cadeiras. Na saída fui pegar um cachorro-quente e a caixa armou tamanha e inexplicável confusão, que eu fiquei esperando mais tempo pra pegar o pão com salsicha do que a minha paciência estava conseguindo tolerar…
Mais trânsito pra voltar pra Davis. A I80 está sempre entupida, isso já é praxe.
Cheguei e fui correndo [literalmente] até a biblioteca da UCD, porque precisava pegar dois textos pra xerocar no Reserve. Mas que olha que “sorte” : eu não tinha moeda suficiente pra tirar todas as cópias, o serviço de cartão estava fechado e a máquina que trocava notas de 10 e 20 por notas de 5 não estava funcionando. Corri até o famigerado departamento de Engenharia Agrícola, para pedir pro Ursão me ajudar com moedas extras ou tirando as cópias na máquina deles. Fomos tirar as cópias lá mesmo e a cultura do engenheiro se manifestou novamente, desta vez na sua obsessão por micros-detalhes. [* relacione esse post com o anterior, onde ele me dá uma bronca por olhar papéis , pra entender o que estou dizendo…]
Voltei correndo pra casa …. A essa altura já estava até suando por baixo do casaco.
Tive que lavar umas roupas, porque deixei acumular e fiquei sem acessórios intimos para vestir hoje. Pus a máquina pra funcionar. Fui ler meus textos. Quando voltei a laundry estava toda alagada!!! Soltou uma borrachinha! Pára tudo e limpa, limpa, escorre a água, seca com panos….. ah!!!!
Fiquei até tarde lendo os textos e acordei hoje uma hora mais cedo pra terminar um dos papers que eu iria discutir com uma das garotas do meu grupo [uma das cheer leaders….] pra uma apresentação que vamos fazer na próxima semana. Pergunta se ela leu o que ela tinha que ler????? Obviamente que não.
Tá…. Me parece que o dia de hoje já começou prometendo parear com o de ontem…….

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cultura

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Eu sou uma esponja! Agora tudo o que faço ou penso é baseado em corporate cultures. Ontem tive que mandar uns faxes e como não tenho uma fax machine em casa usamos a do departamento de engenharia. Enquanto passavamos os faxes eu fiquei olhando as coisas por lá – os desks das secretárias, as outras máquinas, pilhas de papéis – eu adoro coisa de escritório. Botei o nariz pra xeretar uma pilha de papelada variada, coisas que passam por ali todo dia e levei uma carcada. Não era pra olhar, porque esses papéis eram coisas pessoais e privadas. Na hora me deu uma raiva. Pensei na cultura careta e super-estruturada do departamento de engenharia, que fica exposta pra quem quiser ver e se manifesta nas pequenas coisas. Eu costumo dizer que somos “água e vinho”, mas na verdade convivemos e absorvemos culturas completamente diferentes. Eu ainda sou pior, porque não pertenço formalmente a nenhum ambiente de trabalho e ajo muito mais como um espírito livre [e muitas vezes de porco], desencadeando reações do outro lado, que vive atolado em zil e uma regrinhas. Levar bronca por olhar coisas é realmente o fim da picada…. Mas é perfeitamente explicável se analisarmos que o ambiente cultural de um engenheiro deve ter muito menos flexibilidade que o de uma jornalista xereta.

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they’re back….

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As formigas voltaram. Desta vez estão nos armários da cozinha…. Estou lutando contra elas. A garantia do pest-control já expirou. Diosmio, o que é isso?? Parece que vivemos sobre um formigueiro……

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o passado não condena