unbreakable

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Fazendo meus malabarismos matinais, quebrei um prato ‘inquebrável’. Considero isso um feito e tanto, pois tenho esses pratos há anos e já derrubei alguns deles de alturas perigosas, mas nunca quebrei nenhum. Pois hoje ‘quebrei’ o mito dos ‘inquebráveis’…. Eu mereço uma salva de palmas!
Outro dia duas meninas bateram na minha porta, querendo saber se a minha guest house estava para alugar. Já é a segunda vez que isto acontece, desde que mudamos em dezembro. Essas casinhas são um chamativo…
Estou vendo uma dupla de mormons batendo na porta do vizinho da frente. Me acorcundo na cadeira. Não adiantou, eles agora estão tocando a campainha da minha casa! Mas eu NÃO estou aqui!

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desgosto….

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Ler todo o jornal e ver noticiário de tevê já não faz parte da minha rotina há muito tempo. Mas eu sempre olho a primeira página do SacBee, antes de pular pro suplemento de diversão e artes e ir ler os quadrinhos.
E eu também vejo o The Daily Show with Jon Stewart – o melhor programa de sátira política e entrevistas da televisão americana [no Comedy Center] – então estou sabendo que estamos em high alert para ataques de terrorismo, que supostamente intencionam acabar com a raça dos norte-americanos e judeus. O governo alerta a população para ficar preparada, comprando água e alimentos para manter a família por pelo menos três dias. Até agora não vi ninguém correndo para os supermercados. Eu vejo todo mundo na mesma rotina de sempre. É que essa gente já viveu muitas guerras. Eu não! Mas eu não saí correndo comprar água. Só fiquei um pouco perturbada….
E também sei que estamos na beirinha de uma guerra. No carro, ouvindo rádio, o locutor fez a propaganda da emissora – à postos nesta eminência de guerra e pronta para dar toda e qualquer notícia para seus ouvintes. Veremos…….
E por causa de toda essa palhaçada com o Iraque, a gasolina já subiu $0,20 o galão…… goddammit!

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como descrever você?

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Eu tive que responder um pequeno questionário pelo telefone, para poder voluntariar no centro de artes da UCDavis. Todas as perguntas eram daquele tipo que você tem que responder com tato e cuidado, porque não é qualquer resposta informal que eles querem ouvir. Uma delas gerou o seguinte diálogo:
[W] – how would your friends describe you?
[F] – ahnn… It would depend on the friend… hehe… hum, but I guess they would say I’m a quiet person…
[W] – what else..?
[F] – well, I’m sure they would all say that I am a music enthusiastic…

Isso foi o que me ocorreu responder na hora, mas na realidade eu não tenho a mínima idéia de como meus amigos me descreveriam….
Você tem? Como seus amigos te descreveriam?

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Sônia, a pata

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Meu pedaço favorito no Arboretum da UCDavis é o Redwood Grove – um pequeno bosque de árvores típicas, com seus troncos altos e vermelhos cercando o caminho. Passando por ali, num dia desses, vi e ouvi um clarinetista praticando a sua música. Me senti dentro da história do Pedro e o Lobo.

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Dame Edna distribui insultos

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Na coluna de conselhos do artista performático australiano Dame Edna na edição de fevereiro da revista Vanity Fair, uma leitora pergunta se deveria ou não aprender o espanhol. Dame Edna respondeu:
“Forget Spanish….Who speaks it that you are desperate to talk to? The help? Your leaf blower?”
Nem preciso dizer que a comunidade latina fez um escarcéu!
A revista pediu desculpas aos españo hablantes, mas acrescentou que os comentários da ficcional Dame Edna [ na realidade o ator Barry Humphries] intencionam somente a comédia.
“Edna’s comments were offered in the spirit of outrageous comedy and never intended to be taken to heart. Edna is an equal-opportunity distributor of insults.”
Ha ha ha!
Isso me lembrou um pouco aquela história dos Simpson’s satirizando o Brasil…

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Rancho California (Por Favor)

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Quinta-feira passada eu caí de pára-quedas numa sala de Cultural Studies, na UCDavis onde um professor de Filme e Televisão da UCLA estava mostrando seu documentário entitulado Rancho California (Por Favor). A sala estava lotada de intelectuais e eu sentei quietinha lá num cantinho e quis ver o que iria ser mostrado e discutido.
Cada vez mais eu acho que sou uma alienada, pois levei um choque com o que vi. Só durante o debate é que compreendi que minha reação foi normal e similar a de muitas outras pessoas. Foi difícil de acreditar que aquilo que eu via na tela fosse uma realidade no estado mais rico dos EUA, a quinta maior economia do mundo.
Rancho California (Por Favor) foi o resultado de cinco anos de filmagens e trabalhos comunitários com os migrantes indígenas no sul da Califórnia [San Diego – Rancho de Los Diablos, Kelly Camp, Porteville, McGonigle Canyon e Loma Bonita].
Esses índios vivem em total pobreza, em favelas sem água potável nem esgoto, escondidos nas florestas dos morros da região. Trabalham na agricultura, num regime de total exploração – que me lembrou cenas do filme brasileiro Gaijin , dos filmes sobre os negros americanos e os sobre a grande depressão. É tão chocante, que muita gente não acredita e chama o professor John T. Caldwell de mentiroso. Ele costumava ir com seus filhos ou alunos nos campos e filmar e fotografar para provar que as favelas realmente existiam, que não eram montadas somente para as filmagens.
Muitos desses indígenas nem falam o espanhol, o que os coloca numa situação mais grave ainda. Se eles dão o azar de ir parar na cadeia, por não terem um documento ou estarem vagando pelas ruas, ficam lá mofando, porque ninguém entende o que eles falam e não acham um tradutor para ajudar, pois não sabem nem que língua é aquela [que é na verdade um dialeto].
O documentário é para ser um soco no estômago. Coloca legendas acadêmicas que são a abstração da realidade grotesca que vemos em imagens na tela. Caldwell tem participado de inúmeros festivais e abocanhou um prêmio num deles. Nos disse que a HBO se interessou pelo filme, mas quer que ele edite as legendas. Realmente, para o público comum, fora do ambiente intelectual das universidades, a irônia dos títulos e sub-títulos é um pouco demais. Para passar na tevê, só as imagens bastam…..
Rancho California (Por Favor) é um filme chocante! Migrantes indígenas sendo explorados da maneira mais primitiva, no centro de uma área extremamente rica e desenvolvida. Eles são chamados de ‘população invisível’, pois estão lá, mas ninguém parece ver. Uma das favelas fica ao lado de um parque infantil chamado Legoland…. É irônico, absurdo e inacreditável.

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maracatu atômico

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“No meio da couve-flor, tem a flor, tem a flor
Que além de ser uma flor, tem sabor
Dentro do porta-luva tem a luva, tem a luva
Que alguém de unhas negras e tão afiadas esqueceu de pôr.”

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Eu adoro tomar banho!

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Uma maldição corre no sangue da minha família e em cada geração um membro apresenta os terríveis sintomas:
Minha tia Anah, de 78 anos, toma cinco banhos por dia. Ela me confessou que às vezes acorda às 2 horas da manhã e vai pro chuveiro. Nem preciso dizer que ela é a mulher mais cheirosa que eu conheco.
Minha prima Cláudia também toma inúmeros banhos diários. Anos atrás ela recebeu uma recomendação médica séria, para diminuir os banhos pois estava com um monte de eczemas. Eu lembro que ela tentou diminuir as visitas ao chuveiro. Não sei se conseguiu.
Eu tomo no mínimo dois banhos por dia – não importa se estou no inverno canadense ou no verão californiano. Aqui parei com os banhos de banheira, que eram freqüentes no Brasil e no Canadá. Minha dermatologista mandou eu ir devagar, ou eu iria ficar enrugada antes da minha mãe. Mas o que eu posso fazer, se eu adoro tomar banho…?
Uma vez minha prima Heloisa quis idiotamente analisar essa minha mania de banhos e disse que no meu inconsciente eu me considerava suja. Dá pra ser mais tosca do que isso?? Eu fiquei brava, porque ela não entendeu nada… Banho não é só pra ‘limpar’. Banho relaxa, proporciona um ambiente pra você pensar, meditar, é uma terapia. A água quente e a aromaterapia dos sabonetes e shampoos.
Todo mês eu faço uma comprinha no Pão de Açúcar para a tia Anah e incluo um monte de sabonetes – liquidos e em barra. Compro como se fosse pra mim, porque sei que ela vai amar.
Enquanto escrevo estas mal traçadas linhas, estou descalça e de cabelo molhado. Acabei de sair do chuveiro, onde relaxei num delicioso banho com sabonetes de lavanda – coisa finíssima importada do Brasil!

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book sugar sex magik

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Li na Entertainment Weekly que Anthony Kiedis do está planejando escrever uma autobiografia [ que incluí a banda, claro] e já tem até uma oferta de uma editora. Ele vai escrever o livro com a ajuda de Larry “Ratso” Sloman , que foi o cara que acompanhou Bob Dylan na turnê Rolling Thunder Revue e reportou tudo no livro On The Road With Bob Dylan. Ele também colaborou com o horroroso Howard Stern, mas isso eu vou ignorar. Quem tem Dylan no résumé, pode até cometer o pecado de assessorar um Stern…. e se redimir com Kiedis!

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o passado não condena