pernalonga

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Seguindo o trend iniciado pelo Hiro:
A famosa Pernalonga!
uma pequena grande fezoca

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Eu e Ca Mam

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Eu sonhei com a Ca Mam. Isso reflete um pouco a minha culpa, por estar devendo mensagens pra ela. E também porque tenho vontade de conhece-la. Nesta semana conversei com uma colega de trabalho que é chinesa. Ela nasceu no sul da China e veio pros EUA pequena. A família do pai está toda aqui, mas a da mãe continua na China. Ela disse que desde 87 que não visita a família que ficou por lá. Ela fala inglês perfeito, mas se nota um leve sotaque oriental. Eu então contei da Ca Mam pra ela, da viagem que ela fez à China e de como eu me deliciei com as histórias e fotografias que ela colocava no blog.
Ca Mam, no sonho nos fomos juntas a um templo budista. Estávamos num carro antigo, desses americanos da década de 50, vermelho e branco. Eu quis voltar rápido pro carro, porque tinha certeza que tinha deixado a porta destravada [essa coisa de ser distraída é uma característica minha!]. E quando voltamos ao carro, a porta estava mesmo destrancada e eu pensava ‘Graçasadeus que não roubaram o carro da Ca Mam!’. Não sei em que cidade estávamos, mas eu me sentia realmente feliz de lhe ver e dizia que pessoalmente você era um pouco diferente das fotos suas que eu tinha visto no seu blog .
Que viagem, hein? Foi um sonho legal!

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ohsunnyday!

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Tragédias do cotidiano:
Ontem eu queimei [derreti] um tupperware dentro da máquina de lavar louças. Hoje eu queimei um bolo de banana, que cresceu e caiu no forno. Tem um alarme de incêndio na cozinha e toda hora o dito cujo detona, com uma barulheira insuportável e então toca eu a abanar o teto que nem uma louca com um pano de prato, pra fumaça espairecer e o treco parar de apitar.
Também fui fazer um pão de queijo, desses de pacotinho que a Clau me deu e pus muita água e deu tudo errado…. Ficou uma gosma. To precisando me benzer! Cruizes!
Música:
Ou simplesmente chacoalhar o esqueleto. Amanhã no Powerhouse Pub tem show de uma banda de funk que eu gosto – Mercy Me. Somente seis mangos!
Cinema:
E nos cinemas não há absolutamente NADA que eu queira ver. Monotonia pré-Oscars.
Teatro:
Uma das atrizes da peça The Vagina Monologues, em cartaz aqui em Sacramento, chama-se Andrea Porras.
Televisão:
A nova temporada de Six Feet Under está pra estrear na HBO! Oba!
Livros:
Terminei uns dias atrás o Ensaio sobre a Cegueira do José Saramago. Quando fechei o livro e deitei, meu travesseiro estava todo molhado de lágrimas. Pelo menos o final foi positivo, porque eu estava esperando uma tragédia total. Acho que nunca li um livro me sentindo tão tensa. Não vou esquecer da história tão cedo. Comecei outro livro logo, pra quebrar aquela atmosfera meio pessimista e dark em que o Saramago nos coloca. Estava de olho num livro faz um tempo e finalmente comprei. Black, White and Jewish da Rebecca Walker, que é a filha da escritora Alice Walker [da A Cor Púrpura] e do advogado Mel Leventhal. A mãe negra e o pai branco e judeu. O livro é muito interessante, porque ela conta como foi crescer entre esses dois mundos que se antagonizavam [ela nasceu em 69 em Jackson, Mississipi, quando os casais inter-raciais eram uma afronta], entre as famílias do pai e da mãe que não socializavam e expõe todas as seqüelas de crescer não conseguindo se posicionar em lugar nenhum, vivendo um tempo com a mãe, outro tempo com o pai e não sendo nem totalmente branca, nem totalmente negra.
Política:
Preciso começar a entender a política daqui. Dia 5 o Estado da Califórnia terá sua Primary Election para Governador e a tv está abarrotada de propaganda política. São quatro candidatos: o atual governador democrata Gray Davis [que depois da crise de energia do ano passado, não tem jeito que vai ser reeleito], e três republicanos, Richard Riordan, Bill Jones e Bill Simon. Essa Primary vai eleger dois candidatos. Eles fazem as pequenas propagandas se vangloriando e algumas atacando os adversários. Nada de novo. E ainda tem outras pessoas concorrendo pra diversos cargos e as propositions 40, 41, 42, 43, 44 e 45, cada uma propondo mudanças na lei relacionada a algum tema [a 42, por exemplo, propõe que as taxas geradas pela venda de gasolina e diesel sejam revertidas para projetos e manutenção na área de transportes.]. As pessoas poderão votar SIM ou NÃO para essas propositions. Parece tão complicado e intricado para quem não está envolvido no buxixo. Mas eu quero entender a engrenagem, para quando eu puder votar, estar sabendo como tudo funciona.

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kids from the dry planet

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A ventania começou ontem à noite e ainda não parou. Todos que estavam felizes com o tempo primaveril tiveram que se embrulhar nos casacos novamente. É sempre assim, quando você pensa que já não vai mais esfriar ou esquentar, acontece uma surpresinha.
Os caras do management ligaram sem querer o timer dos sprinklers da grama do playground. Então às 2 horas da tarde, quando as crianças voltavam do descanso e trabalhos de pre-k, foram pegas de surpresa pelo aguaceiro. Elas ficam histéricas. Água é uma coisa fascinante para as crianças. Já viram como elas reagem a uma poçinha, uma chuvinha, um rio, o mar, um aquário? E se tiver areia ou terra envolvidos, pra formar uma meleca, uma lama, melhor ainda! Por duas tardes consecutivas tivemos esse problema dos sprinklers ligarem automaticamente às 2pm. No segundo dia a água me pegou no meio do gramado. As crianças do pre-k. que estavam em fila na porta esperando para se soltarem como uma manada enfurecida no playground, tiveram um espetáculo extra: a professora grandona e desengonçada pulando como uma cabrita, para fugir dos esguichos. Eu vi através do vidro um monte de dentes e bocas abertas, rindo de chorar! É pra isso que servem certas professoras – pra oferecer entretenimento para essa criançada!
O duro é manter os fulaninhos longe da água. Normalmente os sprinklers têm um timer ajustado pra dez minutos. É um tempo enorme, interminável, quando você não pode nem colocar um dedinho no liquido precioso e fazer uma festa. É tamanho o histerismo, que as professoras têm que instituir a ameaça de time outs pra quem se molhar. De onde vieram essas crianças que parecem que nunca viram água? They are all from the Dry Planet, of course!

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yes, i like it!

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Eu sou a versão brasileira do meu amigo canadense que era fã da Elis Regina.
Para os americanos que conhecem o Brasil e a música brasileira, eu sou uma pessoa exótica. Eles se acham muito chiques e bacanas por conhecerem e entenderem a música de outro país. Eles se destacam do americano mediano e comum. Mas eles se surpreendem e acham realmente estranho e engraçado quando o oposto acontece. Muitos olham pra mim e não entendem como eu posso não ouvir MPB e amar Bob Dylan e Robert Johnson. Uma brasileira que gosta do tradicional blues rural é um achado fantástico. Eles fazem com que eu me sinta um monstrinho verde salpicado de bolinhas roxas, tentando me enturmar no grupo e me sentir igual a todo mundo.

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say my name

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Xochitl, Bavna, Deja, Suho, Matthew, Essence, Eden, Saar, Sang Min, Xavionna, Hailee, Kendal, Asher, Ian, Hannah, Taylor, Erik, Brenden, Valerie, Tomas, Alejandro, Bishop, Delfina, Euy Young, William, Maure, Natalie, Elise, Ariel, Colby, Justine, Randy, Zachary, Lucas, Jared, Maria, Benjamin, Julia…..
Esses são alguns dos nomes que eu passo o dia pronunciando….. yes? and what’s my name? FeRnandA!

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Grammy Awards

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Como eu assisti, vou ter que comentar. O Grammy Awards tá ficando uma chatice total. O Jon Stewart é engraçado no show dele, porque ele fala de política, mas pra ser host de premiação ele não serve. Sem falar que ele não ofendeu ninguém e puxou o saco até da Nelly Furtado. A cena inicial, com os seguranças deixando ele de cuecas no palco foi a coisa mais sem graça que eu já vi….
Adorei a apresentação das músicas da trilha sonora de Oh Brother, Where Art Thou? Também adorei eles terem ganhado um monte de prêmios.
Gostei dos prêmios pro U2 e da apresentação deles.
Gostei da Mary J. Blige em momento arrepiante, cantando No More Drama, que parecia que ela estava realmente falando dela mesma, do fundo do coração e verdadeiramente. Ela é uma artista respeitável.
Gostei também das chatinhas-jequinhas-mal-vestidas Destiny’s Child cantando em espanhol, com um cantor latino bonitinho. Elas têm vozes lindas, só precisam deixar de compor e cantar sucessinhos pop-enlatados.
AMEI, AMEI a apresentação do Outkast! Eles estavam cool as usual! Cantaram Ms. Jackson com crianças ao fundo, brincando de corda e roda, num playground estilizado. Um grupo de hip hop que se apresenta sem um monte de garotas peitudas de biquíni se rebolando no palco!! That’s refreshing! Mereciam ter ganhado tudo, mas só abocanharam o prêmio de Best Rap Group [ bateram o fodão Jay Z]. Adorei tudo neles!
Também AMEI a apresentação do Dylan. Ele eu nem preciso comentar, né?
Detestei os prêmios pra Alicia Keys. Achei ela a mais cafona, com o cabelo mais feio, o make up mais nada a ver, com a coreografia mais feia na apresentação e o discurso [que foram TRÊS, aimeudeusdocéu!] mais chato. Ela é toda chata, apesar de ter talento e uma voz muito bonita. Mas pra agüentar o papinho e as caras, é dose.
A Nelly Furtado também é chata que só ela….. Só que divulga a língua portuguesa, dizendo ‘obrigada’ invés de ‘thank you’. É o único charme dele.
O Gospel do final do show estava fraquinho, mas eu gostei mesmo assim. Com o Al Green, que agora é um pastor, todo vestido de dourado!

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Tchau, Tio!

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Pro meu querido Tio João:
**
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
a nora que eu nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d’água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Manuel Bandeira
Pro meu querido Tio João:
**
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
a nora que eu nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d’água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Manuel Bandeira

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The Rosa Parks Story

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Domingo eu consegui ver The Rosa Parks Story, na CBC. É um filme feito pra televisão, mas estava muito bem feito e caprichado, eu gostei. Todo mundo já conhece a história do boicote aos ônibus na racista Alabama da década de 50. Tem um filme muito lindo, com a Sissy Spacek e a Whoopi Goldberg, chamado The Long Walk Home, que conta a história comovente de como o boicote afetou a vida de uma empregada doméstica negra e a família branca pra quem ela trabalhava. Mas não é todo mundo que sabe que o boicote se iniciou por causa da Rosa Parks. Ela não foi a primeira nem a única a ser presa por se recusar a dar lugar para um branco no ônibus, mas ela foi o pivô dos protestos e do boicote que acabou com a segregação nos ônibus do Alabama. E tudo aconteceu por causa de quem ela era – uma cidadã exemplar, trabalhadora, casada, cristã, bem vista pela comunidade negra. E ela era também uma mulher simples, uma costureira que um dia simplesmente cansou de ser humilhada. O filme centra toda a história do boicote na figura da Rosa, suas batalhas pessoais, o marido, a mãe. No final há uma cena com a verdadeira Rosa que ainda está viva. Ficou uma história delicada e ao mesmo tempo forte e comovente. A Angela Bassett está ótima como a Rosa. Mas eu tenho que ter um desconto quando elogio essa atriz, porque eu tenho uma simpatia enorme por ela. Cada vez mais!

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o passado não condena