the best of all birthday wishes

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“May your coming year be filled with magic and dreams and good madnes. I hope you read some fine books and kiss someone who thinks you’re wonderful, and don’t forget to make some art—write or draw or build or sing or live as only you can. And I hope, somewhere in the next year, you surprise yourself.” ✮ [Neil Gaiman, via my great friend Lilian Trigo]

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guitar man

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Fez um ano que me despedi do meu pai. Abracei ele e falei que tudo iria melhorar. Ele não me abraçou de volta, mas disse que minha visita tinha sido muito boa e que eu e meu filho e a minha prima sempre trazíamos alegria na casa com nossa presença. Eu tinha certeza que tudo iria melhorar. Meu pai estava muito infeliz com toda a situação debilitante que a doença lhe tinha imposto, mas no dia em que me despedi ele parecia estar esperançoso.
No sonho eu estava numa casinha branca decorada num estilo country com muitas almofadas coloridas, muitas delas feitas por mim. Eu estava limpando a casa. Meu irmão colocou um disco pra tocar na vitrola e a música encheu a sala com um som familiar. Era um album de uma banda americana que ouvi muito quando criança. Meu pai estava sentado numa espreguiçadeira, vestia uma camiseta azul turquesa e estava com o cabelo branco comprido penteado todo pra trás, como ele sempre teve. Ele pegou um livro de uma estante e logo colocou de volta. Ele estava com uma cara super feliz, os braços levantados com as mãos em concha apoiando a cabeça como ele sempre fazia quando estava contente. Pensei, que bom que estamos tendo a chance de conviver com o papai mais um pouquinho.
Acordei na casa escura e vazia. Desci pra preparar meu café na cozinha com a música ainda ressoando na cabeça e desabei num choro descontrolado. Apesar de ter sido apenas um sonho, foi uma sensação muito reconfortante poder rever meu pai feliz e junto da gente mais uma vez.

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days may not be fair always

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Tudo é uma ilusão. Você vai num evento cheio de gente, familias felizes, todo mundo alegre, risos, animação. Ninguém sabe dos problemas de ninguém. Parecemos todos contentes, tudo parece normal. Ninguém sabe que o chão pode se abrir e seu mundo virar de cabeça pra baixo. Só saberá quando acontecer com você. Só assim.

rice-fields-forever.jpg rice-fields-forever.jpg
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cornucópia

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Fiquei duas semanas sem fazer feira, de tanta fruta que ganhei no meu trabalho—peras, bluberries, pluots, pêssegos. Também ganhei muitos tomates, pequenos e gigantes. Tenho várias sacolinhas de papel no meu armário, não deixo passar nada, pego tudo que aparece para ser dividido na cozinha, sem vergonha de ser feliz e aproveitar essas gentilezas!
Também ganhei fruta do meu cabeleireiro, que me deu uma sacola com pêssegos do quintal da casa do irmão dele. Morar na roça tem muitas vantagens.
tomatao.jpg um tomate

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o décimo oitavo quatro de julho

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Mais um dia longo e quente, cidade cheia de bandeiras, comércio parcialmente fechado, piscina cheia, churrasqueiras fumegantes, estradas congestionadas, picnics nos parques, vontade de ir para uma praia, preparando almoço com tomates e abobrinhas, sobremesa de melão, reclamando do calor como se isso fosse uma novidade, gatos rolando no chão, hits dos anos 30 na rádio, vontade de fazer muita coisa, e fazendo absolutamente nada.

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publicado sem título

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Diálogos da minha vida:
Eu—quer comer um dos picolés modelo?
Uriel—tá. mas só vou comer só metade, guardar o resto.. croc.. croc.. croc.
[joga o palito fora]
[quem guarda metade de um picolé pra comer mais tarde?]
Estava protelando para ver Still Alice porque pra mim alzheimer’s é uma doença cruel demais. Mas o filme não me deixou deprimida nem nada.
[termina o filme]
Uriel—no fim, o marido é o vilão.
Eu—no fim, ninguém quer ficar cuidando de quem tem alzheimer’s. É muito sofrimento.


As manobras que eu faço nessa época do ano pelas estradinhas poeirentas pra tirar foto dos girassóis. [Nem queira saber]
Doris, a mulherzinha que não gosta de mim, ficou presa no elevador. O prédio tem térreo e andar de cima. Se você não está de muletas ou cadeira de rodas, não tem por que pegar elevador. Aprende isso Doris!

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resumo da ópera

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Em Point Reyes a moça indiana subia pelas pedras para o moço tirar uma foto dela, ao lado da placa—PELA SUA SEGURANÇA NÃO SUBA NAS PEDRAS. E no mesmíssimo lugar, ao lado da placa, a mãe americana com uma flor no cabelo dizendo pro filho que subia nas mesmas pedras—fulaninho, o que você está fazendo não está certo e se você continuar fazendo haverá consequência! Puff, só gente sem noção se pendurando na beira do penhasco. adultos, crianças, que linda a humanidade! Na próxima encadernação quero vir animal, cansei de dividir o mesmo espaço com gente.
E na praia, vi uma foca morta. :-/
Sou uma mulher a beira de um ataque de nervos preparando gazpacho às 7 da manhã.
Vi umas cerâmicas inglesas lindas na lojinha. Uma de cada formato e tamanho. Comprei só uma, porque comprar todas iria ser um exagero. Agora pensei num plano—e se eu for lá todo dia e comprar uma?
Desde que saí do Brasil devo ter usado minha habilidade de fazer baliza e colocar carro numa vaga apertada umas 4 vezes. Nessa semana foi uma delas. Pior foi ter voltado pra pegar a única vaga disponível de ré, no meio de uma avenida movimentada. Sorte que moro na roça.
História da minha vida—sair atrasada porque fiquei trocando de roupa, três, quatro, vezes. E não conseguia fechar o broche. Gatos que se odeiam aprendendo um com o outro. Tim comendo flores e arranhando os móveis [Roux] e Roux sentando encostadinho comigo [Tim]! Definição da minha mãe pra pessoa que fala mais do que a boca—ela tem muito assunto. Na piscina, as duas salva-vidas adolescentes escutavam música clássica no boombox. A raça humana se divide em duas categorias—os de cabelo impecável e o resto, onde me incluo. A televisão não deveria ocupar um espaço tão central na sala. #Sec21
Forecast pros próximos dez dias aqui em Woodland—34, 38, 39, 39, 35, 37, 38, 37,36, 34. Shazam!

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o passado não condena