Signs
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Eu saí irritada do cinema, depois de ver o super-paparicado-pela-mídia Signs do diretor M. Night Shyamalan [de The Sixth Sense e Unbreakable.]. Leiam o motivo da minha irritação lá no Cinefilia.
Eu desci do trolley para ver a escultura do Picasso, que o Ursão já tinha me mostrado uma foto dela em 93, quando ele esteve pela primeira vez em Chicago. Eu tinha que ver! É ‘grandes coisas’ porque é uma estrutura gigantesca, mas o guia do trolley contou que Mr. Picasso mandou os pedaços da escultura por navio em 1966 e nunca nem veio ver como ficou montada. Segundo o guia, ninguém nem sabe o que é essa figura. Uns dizem que é um cavalo, outros dizem que é uma homenagem à uma das esposas de Picasso. Fiquei pensando ‘mas será que nunca ninguém pensou em perguntar pra ele o que a escultura representava??’. Bom, de qualquer maneira é um Picasso!
Moa escreve sobre Bette Davis, William Wyler, Minority Report e as escolhas de Tom Cruise em Cinefilia. Não deixem de ler!!
Essas fotos não poderiam faltar. The Chicago Tribune fica no centro, num prédio simplesmente lindo! Eu só consegui entrar no lobby, todo de madeira esculpida, mas valeu!
Essa paisagem com os suportes de ferro para o trem cortando a cidade e passando entre ruas e prédios eu já tinha visto em filmes, mas nunca ao vivo. É interessante e dá um clima legal pra cidade. Essa parte é em downtown, mas esse tipo de estrutura aparece em outros bairros da cidade.
Essa é a estação em Damen. Uma das que não são subterrâneas. E uma das que não são muito podres, como algumas em downtown que pareciam um buraco. Ao fundo se vê downtown. O Ursão lembrou de um filme que tem uma cena numa dessas estações subterrâneas – “While You Were Sleeping”, com a Sandra Bullock, onde ela trabalha numa estação, vendendo ou coletando tickets [agora as máquinas fazem esse serviço], e se apaixona pelo Peter Gallagher, que passa por ela todo dia e um dia cai nos trilhos e perde a memória… Vou ter que rever esse filme!
Chicago é a cidade do swing! Tem música por todo canto, nas ruas, no trem. Esses meninos tocavam maravilhosamente, tirando som de latas de plástico. Eu não tive tempo de dar uma graninha pra eles, pois a polícia chegou e eles cascaram fora numa rapidez impar. Nas estações de trem também víamos musicos por todo lado, nos corredores, tuneis e nas plataformas. Mas esses tinham crachás e estavam lá ‘legalmente’. Muita gente boa mesmo, de impressionar. E tocavam para ganhar uns trocados no chapéu. Vida de artista é dura!
Não deu pra ir no Buddy Guy’s Legends, mas nós fomos ao Blue Chicago, que é um club de Blues, em downtown Chicago. No dia que fomos [uma segundona] tocavam Big Time Sarah & The BST Express. Eu já contei como foi bom, né? Big Time Sarah, que era big em tudo, nos surpreendeu com sua vozona e atitude de Etta James. Nem sentimos falta do glamour, porque mesmo de chinelão e sem batom, Sarah roubou o show. Dá pra ver ela cantando sentada [como a Etta James faz, com os mesmos arroubos eróticos!] na última foto.
O Blue Chicago é um clube em três locações, uma perto da outra. Um deles fica num prédio que foi um ‘speakeasy’ na década de 20. Durante a Lei Seca os lugares que vendiam bebida ilegalmente eram escondidos [claro!] e para entrar você tinha que dizer uma senha, que era ‘speakeasy’. Então a senha virou sinônimo para esses bares ilegais. Mas esse club no speakeasy estava fechado na segunda-feira. Vai ficar pra nossa próxima visita à Chicago!
A foto que eu mais gostei na exposição “Portraits from the Golden Age of Jazz: Photographs by William P. Gottlieb”, no Chicago Historical Society. Um close da Billie Holiday, é claro! O fotógrafo escreveu pequenos comentários para cada foto dessa exposição [que ele tirou durante a década de 30 e 40], o que deixou a visita mais interessante. São setenta retratos de musicos, que Gottlieb fotografava para sua coluna sobre Jazz no jornal The Washington Post e na revista Downbeat.