uns tomates pra você…

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O senhor que me atendeu lá no ACE no caso dos ratos, pediu meu endereço e disse que me traria uns tomates da horta dele. E trouxe mesmo! Não só tomates madurinhos, como berinjelas e abobrinhas variadas.

legumes

Na hora que ele chegou com a sua pickup antiga verdinha de filme do Sam Shepard, lembrei de um artigo que li no caderno Taste do jornal SacBee de ontem.

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Lock your doors, close your drapes and steer clear of anyone carrying a suspicious grocery sack. It’s zucchini season, and home gardeners are desperate to unload their crops on anyone who even glances in their direction.
Elizabeth Green Merwin of Sacramento was so desperate to get her neighbors to take excess squash off her hands that she resorted to making disguises for them.
“I took the largest and gave them tomato eyes and noses and zucchini-slice mouths. Then I took the ‘foundlings’ to their new homes, where I left them on doorsteps,” she says.
Apparently a lot of home gardeners in the area share the same bounty – or burden, as some might call it. When we asked readers to tell us their squash woes, our mailbox overflowed like a hill of zucchini.
[…]
Reid Collins of West Sacramento says this whole zucchini supply-and-demand problem reminds him of an old joke: “In a big city, you lock your car to keep someone from stealing it. In a small town, you lock your car to keep somebody from putting a bag of zucchini on the seat.”
There is no place to hide when it’s zucchini season.

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Será que a minha cestinha de tomates, berinjelas e abobrinhas também foi uma ‘desova’? Hehe!

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que maratona!

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Quando eu o abracei às seis da manhã, murmurei aliviada ‘nossa, que maratona!’. Parecia que ele estava voltando da Índia, mas era só ali do Canadá. Cancelaram o vôo da volta. Mas ele precisava estar em Davis hoje e então arranjaram um pinga-pinga Ottawa-Filadélfia-San Francisco. Ele me ligou às 5pm, dizendo que o vôo sairia em uma hora. Depois ligou às 8pm e deixou um recado irritado dizendo que o vôo só sairia em duas horas. Ligou novamente às 3:30am, dizendo que finalmente chegara em San Francisco, mas porque o vôo tinha atrasado muitas horas, cancelaram a reserva que ele tinha no shuttle que o traria para Davis. O que fazer? Pegar um taxi e ir até o trem? Alugar um carro? Eu nem consegui dar idéias, minha mente estava vazia, cansada e eu só conseguia pensar na falta de sorte dele. Às seis, ele finalmente chegou dirigindo um carro alugado. Viajar de avião neste país está ficando cada vez mais complicado…

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Francamente, pôxa!

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Eu também estou lá, no famigerado Orkut, como mais da metade da população informatizada do planeta. Mas eu não fiquei viciada, nem nada. Primeiro, porque o sistema é super lento, está sempre dando pau e erros, fica voltando pra página de login toda hora e eu simplesmente não tenho saco nem tempo pra insistir. Segundo, porque ainda não me enturmei muito bem. Isso talvez seja pelo fato de tudo ser tão devagar e eu não conseguir participar muito das poucas comunidades das quais faço parte. Estou – óbviamente – na dos blogueiros , dos brazucas no exterior e na Califórnia, dos tricoteiros, dos cinéfilos, de Blues, do Machado de Assis e Paulo Leminski, Fashion Police e Macmaníacos. Quase não participo e praticamente não leio nada.
Outro dia entrei na primeira comunidade nada a ver. É a Francamente, pôxa! onde eu só conheço o Pedro Urbana. A comunidade é divertida, mas pra variar o passo é sempre muito lento. Não sei a origem dessa expressão [de algum programa de tevê?], mas adorei! Se encaixa muito bem no final de qualquer história chata… olha só:
Ratos na minha horta? Francamente, pôxa!
Malas perdidas? Francamente, pôxa!
Ensuvacação fora de hora? Francamente, pôxa!
Gente chata que te prensa na parede? Francamente, pôxa!
Comunidade virtual que é o último berro da moda, mas que funciona no passo da tartaruga e só da erro? Francamente, pôxa!

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resumo da ópera

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Da janela do meu quarto eu vi o rato indo para a horta! Ele é gigante! Fui correndo pro quintal carregando a caixa de treco-mata-rato debaixo do braço, berrando profanidades, chutando a grama, enojada da vida. Lá eu vi que o rato ou os ratos, já fizeram a festa com as iscas. Li na caixa que precisa esperar de três a cinco dias, para o negócio fazer efeito. Como não é veneno, não fulmina instantaneamente. As ratazanas vão comer a isca e ficar letárgicas, caindo em coma lentamente [espero que façam isso no quintal do vizinho e não aqui…].
Acharam a mala do Ursão. Finalmente! Ele me ligou umas quatro vezes do celular ontem. Uma vez só pra eu ouvir o hino Oh-Canada, que estava tocando numa rua em Ottawa por causa de um feriado.
Caí na gargalhada dentro do chuveiro, quando vi pelo vidro dois gatos pulando pelo quarto. Um deles quer porque quer brincar. O outro não quer saber de nada, mas até já perdeu umas graminhas do seu peso-pesado tentando se defender das tentativas de brincadeiras. Depois fui brindada por mais uma visão: um gato deitado dentro da pia do banheiro, como se estivesse num berço…. Bichos são o melhor remédio pra qualquer tipo de estresse. Eu recomendo!
Ando tendo recaídas de procrastinação, defeitinho de caráter que eu achava já ter dominado. Como é duro……
Devo telefonemas, cartas, mensagens, visitas. Não sei quando pago.
Preciso sair, mas não quero.

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mal me quer, bem me quer

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Eu adoro escrever. Mas ao mesmo tempo odeio escrever, porque nem sempre escrevo como quero, como gosto, da maneira que considero perfeita. Invejo os bons escribas. Invejo os criadores de histórias, pois eu não sei escrever ficção. Só sei relatar o que vi ou vivi. E acho isso péssimo. Minha escrita é fotográfica, polaróide sem retoques.
Lembro de uma redação que escrevi no primário e que arrancou elogios e ganhou uma nota alta. Foi uma surpresa, pois na redação eu simplesmente relatava um sonho. Não foi inventado, foi realmente sonhado. Qual a graça de ganhar um dez só porque você contou um sonho? Desde então foi sempre assim.

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rats!

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Minha colheita de cherry tomatoes está a todo vapor. Todos os dias eu colho dezenas de tomatinhos vermelhos ou quase vermelhos. Mas meus tão esperados heirloom tomatoes estão sendo devorados ainda verdes por alguma entidade que eu não estava sabendo indentificar. Achei que fossem os tatu-bolinhas. Depois achei que fossem lagartas verdes. Busquei cuidadosamente pelas pestes misteriosas, que a cada dia devoravam mais e mais tomates. E comiam tão rapidamente que só poderiam ser um bando de alguma coisa com bocas bem grandes e apetites vorazes. Hoje fiquei louca da vida quando vi três tomatões que eu quase colhi no sábado, verde mesmo, praticamente destruídos, pedaços caindo, as sementes expostas. Fiquei tão irritada que cortei o galho com os tomates comidos, coloquei tudo num saco plástico e fui até o ACE pedir ajuda.
—você tem idéia do que estaria comendo esses meus tomates?
—ah, isso é rato!
—RATO?????????????????????!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
—sim!
—não poderia ser um gopher?
—não, esse tipo de mordida é típica de ratos.
Conversei um tempão com o senhor que me atendeu e me explicou mil coisas. Parece que os ratos têm uma atração especial por tomates. E estão promovendo um banquete na minha horta! Comprei uma isca para matar os ratos sem perigo para os humanos ou animais e coloquei em lugares estratégicos. Desliguei a irrigação e agora vou esperar pra ver se acho algum desses bichos escrotos morto…..
Com certeza estou recebendo esses visitantes não bem-vindos do Arboretum. Aqueles que estão engordando graças aos alimentadores de patos. Fiquei enojada! E revoltada! Por que justamente os meus tomates especiais?

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se fosse um cão, seu nome seria snoopy…

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Que comportamento poderíamos esperar de um gato que está sempre com poeira ou teia de aranha nos bigodes e que dá bote até nos raios de luz do sol?
Quando o cara do pest control chegou, tive que avisá-lo: cuidado com a porta, pois eu tenho dois gatos que não podem sair na rua de jeito nenhum.
Um gato correu se esconder quando ouviu a voz estranha, os passos e o barulho. O outro gato [guess who?] correu na direção oposta do primeiro gato, se expondo, bem exibido, indo atrás do cara, cheirando e xeretando tudo, entrando nos armários abertos e querendo olhar tudo. Tive que removê-lo fisicamente dos locais que estavam sendo dedetizados, porque ele não tem receio de nada.
As diferenças entre as personalidades dos gatos se manifestam o tempo todo, nas mais diversas situações. É divertido e interessante observar!

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sem lenço e sem documento

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O que mais poderia acontecer? Perder as malas, é claro! O Ursão chegou em Ottawa, mas a sua mala não! A companhia aérea perdeu a dita e até ontem à noite ainda não a tinha localizado. Então o coitado ficou com a roupa do corpo, a mala de mão e $50 dado pelos incompetentes, para ele comprar uma camiseta, escova de dentes. E hoje às 6:30 da manhã ele já tinha uma reunião, pois é ‘chair’ da conferência. Vai ter que ir de camiseta e calça jeans!
Eu tenho verdadeiro horror que isso aconteça comigo, então sempre que viajo de avião, ponho tudo o que necessito [troca de roupa, coisas de banheiro, etc] na minha mala de mão. Coisas importantes nunca vão na mala grande que é despachada. Já pensou ficar nessa confa, só com a roupa do corpo? Coitado do Urso. Por essa ele não esperava……

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sempre a mesma história

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No verão são as viagens. Visitas, conferências, testes de campo. Piores são as viagens internacionais. Pra mim é uma grande tortura, porque eu fico observando a confusão, sem poder fazer absolutamente nada pra ajudar. Muitas vezes eu acho que é pura desorganização, mas a verdade é que ele tem muitas tarefas e responsabilidades, coisa pra uma equipe e não para apenas um Urso.
Eu o aconselhei a arrumar a mala antes de ir pra universidade para ‘imprimir umas coisas’, porque assim se algo falhasse [e não falha sempre?] ao menos a roupa já estaria na mala. Mas não, ele nunca me escuta. Foi imprimir o sei-lá-o-que às 7pm e chegou às 2am. Ainda foi arrumar a mala, tomar banho. O shuttle para levá-lo ao aeroporto em San Francisco passou às 3:30am. Ele deitou e deve ter dormido por uma hora. Nem tive ânimo de ficar brava, pois toda vez que ele viaja, ele vai assim, sem dormir direito ou sem dormir nada. Não tô exagerando não, é TODA vez mesmo. Deve dormir no shuttle, no avião, tirar uma soneca quando chega no hotel, ele se vira. E não reclama. É o super-Urso! Eu que sou uma reles habitante de Metropolis e que me canso e preciso dormir como qualquer ser humano normal, fico simplesmente abismada!

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o passado não condena