wkd report

*

Não fizemos nada do que tínhamos planejado, mas nos divertimos.
Passamos a tarde de sábado em Lake Tahoe, dormimos em Reno, voltamos para Lake Tahoe no domingo. O senhor Don Urso de la Mancha não quis pagar os preços dos hotelzinhos em Tahoe e deu a grande idéia de dormimos num hotel cassino em Reno por metade do preço. Claro que chegamos em Reno e não só os preços não eram mais baratos, como não tinha um hotel com quarto vago! Pra quem não conhece, Reno é uma mini-Las Vegas e também fica no estado de Nevada, onde o jogo e a prostituição são legalizados. A cidade recebe milhares de turistas, todos vindos naquelas excursões de busungas ou em famílias que compram pacotes baratotais para o final de semana. Só otários, como eu e o Urso, que chegam de última hora, pedindo peloamordedeus por um quarto e pagando o preço regular por ele. Mas a sorte não estava ao nosso lado, ligamos para todos os hotéis do guia e nada. Acabamos arrumando um quarto num hotel decadente na vizinhança dos cassinos, por um preço salgado, mas dentro dos limites do razoável.
Nosso hotel chamava-se Speakeasy – uma referência aos bares clandestinos que vendiam bebida alcóolica ilegal nos anos vinte. Era um hotel cassino, até os donos perderem a licença de jogo [e eu e o Uriel ficamos intrigados como foi que eles conseguiram essa façanha – pensamos em brigas de máfias, traíções, vinganças!]. O hotel era bom, mas tinha uma atmosfera de decadência total. Até o show do sábado à noite no lounge era estranho: uma banda de rock ‘n ‘ roll russa!!
Eu adoro Las Vegas e gosto de Reno. O que me atraí nessas cidades são os cassinos. Eu gosto do climão, do barulho das maquininhas, da fauna que frequënta esses lugares. Em Reno não há o menor resquícito do glamour dos cassinos que vemos em filmes dos anos 50 e 60. O que se vê hoje são hordas de famílias transitando pelos imensos salões, multidões enfileiradas para se entupir de comida nos ‘all you can eat’ buffets de $11,99 por pessoa, gentarada jogando quarters e dólares nos slots a qualquer hora do dia e da noite e até aquela figura de chinelo e meia, apostando o mínimo de cinco mangos na mesa de baccarat. A gente vê de tudo e por isso mesmo que é tão divertido.
Lake Tahoe, por outro lado, tem um clima totalmente diferente. A região de resorts de inverno é uma das mais trends do país e atraí toda a população endinheirada da Bay Area. Em Tahoe ninguém vai de ônibus. E nas estações de esqui, milhares de pessoas se aboletam nas gôndolas, carregando seus snowboards moderninhos. Eu dei pra trás e não quis esquiar….. Eu nunca esquiei na vida e ainda precisava fazer lições do tipo como vestir as botas, encaixar no ski…. Ah não….! Subimos na Northstar – o que levou um tempão, porque tivemos que pegar o shuttle, depois a gôndola – e descemos depois de uma hora. Sem falar que o resort estava tri-lotado de gente, oque me deu uma exaustão física e emocional.
Lake Tahoe é lindo e esquiar deve ser uma delícia [depois que você aprende como e pára de dar vexame caindo toda hora], mas por enquanto eu ainda me divirto mais nos cassinos bregas de Reno!

  • Share on:

a mal humoradinha

*
fermalhumoradinha

Pra vocês verem que o mau humor não é de hoje. Eu sempre fui assim, meio atravessada, fazendo minhas caras feias e bravas! Mas eu acho essa foto minha uma fofura e é ela que está me representando lá no Gurizada.

  • Share on:

variada

*

Eu acordei às 7:30am com um gato dando cabeçadas nos meus pés e lambidas nas minhas mãos, choramingando insistentemente, se prostando em cima da minha cama, sentado como uma estátua ao lado do meu travesseiro, olhando fixamente para a minha cara, ronronando altíssimo e passando a mensagem importantissima de que ele estava COM FOME!!!!
Eu estou de mau humor desde ontem. Talvez eu tenha a explicação.
Uma, porque o senhor Uriel fez outra das dele: diz pelo telefone que não vai demorar e chega em casa às duas da manhã. Mas o trabalho dele é a coisa mais importante do mundo. O que seria do futuro da ciência sem essa dedicação toda? Calma, calma, pensa sempre que podia ser pior. Ele poderia não estar trabalhando….
Duas, porque na sua chegada às duas da matina, o cientista maluco foi tomar banho no banheiro social onde meu maiô estava pendurado para secar. Eu só tenho um maiô bom pra natação, os outros são muito decotê…. Bom, ele encharcou o maiô e por isso eu não fui nadar.
Três, porque vi dois filmes na correria pra devolver na locadora. Eu alugo um filme por semestre e não posso fazer a tolice de ainda por cima atrasar na devolução e pagar multa. Vi 25th Hour, um filme bem pesado do Spike Lee e American Splendor, a história do eterno mal humorado roteirista de quadrinhos Harvey Pekar. A clima deprê do Lee e o mau humor do Pekar me contaminaram…. Depois de ver esses dois filmes, fiquei soltando faíscas.
Quatro, tem a velha história da minha irritação com viagens. Depois de sombrios e longos meses enfurnado no trabalho, o Uriel propôs uma viagenzinha, daquelas que fazemos num final de semana. Notem bem, não é férias, pois essa palavra foi abolida do vocabulário do Urso há anos. Ele perguntou onde eu queria ir e eu respondi certeira: Lake Tahoe. Sem pestanejar, ele já começou a dar outras idéias: Yosemite [loonge!], Mt. Shasta [looongeeee!]. Por que perguntou? Não é irritante? Bom, no final, vamos hoje pra Lake Tahoe. Assim que ele acordar e eu melhorar desse mau humor danado.

  • Share on:

Games

*

Eu não sabia que iríamos ter meia hora de brincadeiras no treino de natação de ontem. Fui inocentemente, sem saber o que me esperava. No meio do treino, o coach nos dividiu em vários times de quatro pessoas. Eu fui pela primeira vez para a raia dos mais rápidos [que emoção!] e me juntei à três exímios nadadores. Me senti uma pateta total, mas o que eu posso fazer além de pedir desculpas por ser lenta [e ruim] e usar o argumento de que só estou nadando há três semanas, depois de um hiato de quinze anos, para justificar minhas fraquezas?
As brincadeiras instituídas pelo coach eram todas competitivas, claro. Felizmente nenhum time estressou quem estava ganhando ou perdendo, mas eu notei que meu time chegou em últimíssimo lugar num dos jogos, por minha exclusiva culpa. Me atrapalhei toda, até esqueci de colocar os goggles e nadei como uma anta… ou como uma hipopótama.
Tivemos que nadar cachorrinho [fácil] com a cabeça pra fora da água. Depois com um braço levantado e depois com uma perna levantada. Meu coração estava saíndo pela boca, com o esforço físico que tive que fazer. Depois teve corrida [25, 50, 35 e 75 yards – eu fiz o 25!], braços com nadadeira e estilo underwater. No último eu fiquei tão confusa e cansada que juro que achei que iria ter um treco no meo da piscina, na frente de todo mundo…. Mas eu sobrevivi. Agora vou ficar de olho, pois na próxima vez que tiver ‘games’ na programação, posso ficar prevenida ou mesmo cogitar a idéia de faltar no treino.
Refletindo sobre o meu pobre desempenho olímpico, pensei nas senhorazinhas que vi no vestiário, saindo do treino dos seniors . Uma delas, de mais de noventa anos, dizia que capricha nos treinos e uma outra, de uns oitenta, elogiava a primeira, dizendo que gostaria de nadar tão bem quanto ela. E eu reclamando que não consigo terminar os 50 yards sem uma paradinha e com medo dos joguinhos competitivos. Que cagonilda, fracola e molenga!!!!

  • Share on:

teaser

*

Ontem o cara da UPS entregou aqui na minha porta um envelopão contendo quatro passagens de avião. Elas são ida e volta, Londres – Milão.
E obviamente que não são pra mim… Hoje vou enviar as invejáves passagens para o meu irmão, que é o sortudo que vai fazer essa viagem com a família!
[ suspiro…..]

  • Share on:

surpresa III

*
flowers

flowers
[flores rosas – nectarina – e flores azuis]

  • Share on:

distraída, eu?

*

Fui para a natação dirigindo o carro sem gasolina. A luzinha acesa em formato de tanque no painel avisando que a situação estava pericritante. Mas eu e minha cabeça de vento nem tchuns. Fiz meu percurso como sempre, pensando na vida, toda Penélope Charmosa, lárárilálárárilá.
Só quando estacionei que vi a luz do tanque da gasolina acesa e entrei em pânico. Mas tudo bem, fazer o que naquela hora? Primeiro fui nadar e deixei pra pensar numa solução depois. Em todo caso, daria pra voltar pra casa à pé.
Felizmente, eu tinha uma nota de dez dólares salva-vidas na bolsa da piscina. E achei um posto de gasolina três blocos, virando à esquerda. Desta vez passou fininho!

  • Share on:

repetecoleco

*

[* Estou fazendo umas mudanças aqui e ali e acabei tendo que reler uns textos velhos. Resolvi republicar um deles, pois este particularmente revela duas grandes caracteristicas, da vida em Davis [o tórrido verão] e da minha personalidade [a falta de saco total em determinadas situações]. Re-enjoy it! ]

:::

O verão é dos demônios
Está quente como o diabo gosta e estamos no meio das férias de verão, então a piscina da UCDavis está sempre repleta de criançada. Pentelhos pra todos os gostos. Não me entendam mal, eu adoro crianças e sou mãe de um lindão, que cresceu, mas teve suas fases pentelhas também. Mas uma piscina cheia desses seres é realmente uma coisa assustadora. Com esse calorão você não consegue ficar na toalha e não consegue ficar na água, por causa da máfia de criançada que invade tudo e toma conta do pedaço. Uns brincavam de dar um tiro imaginário na testa, com o dedo fazendo o cano do revólver, e se deixavam arriar na água, espatifados, sem esquecer de gritar palavras simpáticas como ‘kill!’ ou ‘murder!’, antes de caírem ao meu lado e me afogarem na água supostamente sangrenta. Mudei de lugar. Estava então esticando e exercitando as pernas na água e pensando na vida, quando um ‘peixe’ passa por elas [as pernas]. O anfíbio de goggles olha bem para o meu corpo imerso, de cima a baixo, e não contente emerge, remove os óculos e me encara curioso. Eu reviro os olhos. Um animal aquático de uns oito anos me medindo e tirando sabe-lá-quais conclusões. Saí definitivamente da água quando um grupinho de pré-adolescentes começou a fazer guerra de cuspidas esguichadas por entre os dentes. Argh, aí já é demais, né? Hoje o sol quis nos surrar e eu não pude seduzi-lo com o meu biquíni verde-fluorescente-desbotado e convencê-lo a nos acariciar. Tivemos uma tarde de S&M, torrando no sol, aturando os felizes malabaristas na água super azul da piscina clorada. Peloamordedeus, quanto tempo mais esse verão ainda vai durar?

:::

  • Share on:

multicultural

*

Deve ser por causa do meu nariz….
No mercadinho internacional onde se vende de tudo, mas especialmente as coloridas e perfumadas mercadorias do oriente médio, todos são sempre muito simpáticos e sorridentes. Lá uma mulher não parava de me encarar. Finalmente ela falou comigo.
– fhpwxhgdpkjnbrtypfhklwqcgp?
– ahn???
– are you from iran?
– no, i’m brazilian…
– you look like an iranian….
Ou depois de tantos anos fora do Brasil, eu devo estar mesmo me metaforseando. Já fui confundida com iraniana, tunisiana, marroquina, mexicana, italiana….. No dia que alguém acertar a minha nacionalidade, vou dar uma festa!

  • Share on:

e eu ainda insisto

*

Todo ano eu fico irritada, reclamo das injustiças [na minha opinião], acho os vestidos feios, as caras falsas, os discursos piegas. Mas ontem, a festa do Oscar bateu o recorde da chatice. Nunca assisti a uma entrega de prêmios tão monótona, previsível e chata. Minha bunda ficou quadrada e meu bom humor foi pras cucuias.
Comecei a assistir a chegada dos artistas e os comentários dementes da Joan Rivers às três da tarde, quando começou a cobertura do red carpet. Fui pulando de canais – Style, E! e ABC. Notei que todos os repórteres entrevistavam as mesmas pessoas e faziam as mesmas perguntas. A coitada da Sofia Coppola já não tinha mais o que responder – “como você está se sentindo por ser a primeira mulher americana a ser indicada para o prêmio de melhor diretor?” Ahhhhh!
Bom, pra não dizer que detestei tudo, admito que gostei da cantoria e das piadinhas corretas do Billy Crystal. Eu acho que ele é o melhor apresentador para o Oscar, pois tem todo o estilo pra essa festa. Também gostei da homenagem ao Blake Edwards, a música que o Jack Black e Will Ferrell cantaram sobre os discursos de agradecimento, o Oscar de Melhor Roteiro para a Sofia Coppola e o Oscar de Melhor Ator para o Sean Penn [apesar de ter sido uma premiação previsível]. O resto foi aquela mesma pataquada de sempre….. nunca bocejei e me mexi tanto na cadeira, como neste Oscar 2004.
Adorei a cantoria do Black e Ferrell, porque os discursos de agradecimento do Oscar [e de qualquer outro prêmio] são de uma chatice incomensurável…. Repararam quantas declarações de amor às “beautiful wives” foram feitas ontem à noite?
E só pra não deixar o meu momento style court passar em branco:
horrorosas da noite: Uma Thurman, Renée Zellweger [sempre deselegante..] e Samantha Morton.
elegantes e bonitas da noite: Jennifer Garner, Charlize Theron, Naomi Watts e Scarlett Johansson.
O resto não cheirou, nem fedeu.

  • Share on:

o passado não condena