Alice e outras meninas

*

Na correria desta semana, estava esquecendo de comentar a única exposição que valeu o preço do ticket de entrada no SFMOMA, na segunda-feira. Foi a série de fotografias de Lewis Carroll , o fotógrafo e escritor, autor do clássico Alice no País das Maravilhas.
As fotos são quase todas de meninas, por quem Carroll tinha uma fixação. Algumas delas expõe uma sexualidade que ainda impressiona. Registradas na metade do século 19, as poses das meninas – descalças, mostrando as pernas ou com os ombros e braços nus – eram realmente audaciosas.

alice
Alice Liddell

Percorri a exposição com a cara colada nas fotos, observando cada detalhe. As meninas eram na maioria filhas de algum amigo de Carroll. Ele deve ter freqüentado um grupo de artistas, que como ele, também eram arrojados para a época. E o ópio era a droga que dava toda aquela aura fantástica às fotos e escritos do fotógrafo.
O detalhe mais notável nas fotografias [além da atmosfera erótica de algumas delas] é a tristeza no olhar das meninas. Nenhuma delas está sorrindo e se elas não estavam posando de cara fechada, estavam dormindo. O onírico é outro detalhe marcante na obra de Carroll.
A exposição Dreaming in Pictures: The Photography of Lewis Carroll no SFMOMA compensou, pela furada que foi o da Yoko Ono.

  • Share on:

pulp fiction

*

Livros pra se colecionar! Pulp Fiction galore! Alguns dos títulos:
………
Going Down With Janis
By Peggy Caserta, as told to Dan Knapp (Dell, 1974)
I wasn’t in any shape to give Janis advice or counsel on this shopping binge. As usual, she’d shot me up with too much smack and I had been throwing up every fifteen minutes since we fixed. I was so stoned I couldn’t even get out of the car. I’d opened the door again and was dry-heaving when she came up at a trot after ambling out several times to see if I was all right. Her nose was completely out of joint.
“The fuckin’ chick in the store won’t take a check from me. Will you believe that?”
“Did you tell her who you were?”
“Yeah, but she acted like she didn’t recognize me . . . I didn’t have any goddamn ID, so she wouldn’t take the check.”
About a week before, Janis had been scheduled for a Newsweek cover story, but Eisenhower had died and she’d been bounced off the cover in favor of a picture of the ex-president . . . [S]he was less than charitable about the unseating. “Fourteen mother-fucking heart attacks,” she said, stamping her foot. “And he had to kick off in my week. My week.”
Stoned as I was, I remembered that . . . she made the cover a week later. It was on the newsstands right now . . . We got a copy of Newsweek, tore the cover off and went into the store again. They honored the check.
………
I Was a White Slave in Harlem
By Margo Howard-Howard with Abbe Michaels (Four Walls Eight Windows, 1988)
Four decades before transvestites routinely roamed high-fashion runways and hosted cable TV talk shows, scrappy Margo Howard-Howard — a Brooklyn school teacher turned self-styled “premier drag queen” of New York — was making her own mark on the world. Not to mention on Big Apple police blotters, where the out-of-control cross-dresser was regularly booked for drugs, disorderly conduct, shoplifting, prostitution, rolling tricks and other unqueenly behavior. Somewhere along the line, this debauched trouble-magnet (imagine Charles Bukowski in a dress and heels) also staggered across the paths of celebrity acquaintances like Tallulah Bankhead, James Dean, Andy Warhol, Queen Elizabeth II and even Truman Capote, whom she hospitalized during a bloody cat fight in a taxi cab.
Amazing as this posthumous autobiography is (the author died shortly before the book went to press), it can’t begin to prepare readers for the shockeroo ending. Seems that during a routine fact-check, editors discovered Howard-Howard had actually fabricated virtually everything she’d written — in effect, perpetrating the ultimate “deception” from beyond the grave.
……………………..
Child of Satan, Child of God
By Susan Atkins with Bob Slosser (Bantam Books, 1978)
One day she was a teenage IHOP waitress; the next, a homicidal hippie taking orders from Charles Manson. Now answering to a far higher authority, the reborn Christian formerly known as “Sadie Mae Glutz” provides a riveting wallow in past sins (including a stint as acid-tripping go-go girl) in this amazing cellblock tell-all.
Sensational Sampler (actual excerpt):
I looked at my two-inch-long false fingernails, painted brilliant red. And my face was something special, as I looked up into the mirror. It was eerie — milky white, broken by bright red lips that matched the color of the fingernails and by seemingly sunken blue-black eyes expertly twisted upward at the outside corners… Jet black hair framed it all. I was the perfect, sexy vampire, ready for my casket lying at the center of the stage.
Using care because of my fingernails, I reached into my big, black handbag and fished out a pill. Rehearsals had gone well — we were ready for the weirdest show on the strip, but I knew I’d never be able to get into that casket for real without being stoned. I popped the acid tab into my mouth, carefully avoiding any lipstick stains.
…The show was a smash hit along the strip. [The owner of the North Beach topless club] had scored big. But the witches’ sabbath, and my total sell-out to LSD, marijuana, and hashish, and to sex with virtually any attractive man, landed me in the hospital in four months. I was half dead from gonorrhea and had a complete physical breakdown.
………..
E tem muito, muito mais…… Vai ver!!

  • Share on:

vai e volta

*

Minha desorganização crônica está começando a me prejudicar. Eu vou ao supermercado e até faço uma listinha. Compro tudo, pago, carrego os pacotes. Não dá umas horas eu já percebo que faltou uma coisa ou outra. Toca a escrever outra listinha. No Wal-mart é a mesmíssima história. Lá eu compro produtos de banheiro e limpeza. Ontem tive que voltar, porque faltou tabletes da dishwasher e bleach. Na semana passada foi shampoo! Argh! Não sei o que fazer. Ontem até comprei um litro extra de leite, porque estou de saquito cheio de ir ao supermercado! Mas não tem jeito. Hoje já inventei de ir fazer feirinha com a Clau em Dixon….

  • Share on:

big sur

*

O Ogro está na maior viagem. Absolutamente imperdível!

  • Share on:

vinte e cinco horas

*

Quem já não teve um dia tão ocupado e atrapalhado, que não se sabe o que fazer primeiro, qual a prioridade, por onde começar, e não desejou umas horas a mais no relógio? Esse dia pra mim foi ontem!
Eu fico até angustiada, pois tenho tantas tarefas que não posso dar conta. Além das coisas da casa [que está suja, com uma pilha de roupas pra lavar e não tinha comida nem água], tenho as mil e uma coisas que quero escrever, ler e ver e minhas obrigações de procurar emprego [e ligar pra Lorraine.. ai, ai!]. Responder mensagens, ligar pra algumas pessoas, resolver um montão de coisas. E ainda quero ficar atualizada das notícias e ver filmes na tv. Simplesmente NÃO dá…..
Agora eu recebo a Time [que é semanal]. Estou confusa, porque PODE ser que eu tenha assinado, mas eu não me lembro de ter feito isso. Então não sei se vou reclamar, não sei o que eu faço! Toda semana eu leio a revista e fico queimando os miolos pra tentar entender como essa assinatura chegou aqui. Eu não paguei nada, disso eu tenho certeza. Será que eu ganhei alguma coisa e não tô lembrada? Eita….!!
Mas ontem, enquanto o jantar cozinhava e eu via um pouco de TV, peguei a Time para ler. Era um especial de um ano do 09/11. Nossa Senhora….. Eu vou ter que fechar olhos e ouvidos na próxima semana, porque não quero ver nem saber de nada. Chorei lendo a revista e fiquei com uma sensação ruim, estranha… Quero me alienar, sim. Basta! Como diz a Mary J. Blige – NO MORE DRAMA!

  • Share on:

foto azul

*

Eu não tenho mais scanner. Dei o meu pra Clau, porque ele não era compatível nem com o Linux, nem com o Mac. Ficou inútil. O Gabriel vai me dar um novo de presente de aniversário [ûeba!]. A primeira coisa que eu vou scannear será essa foto maravilhosa da Kim Novak, que eu comprei numa dessas lojinhas de tralhas que abundam por San Francisco [com as paredes cobertas de postais de todos os tipos]. A foto é uma coisa! tenho que mandar pro Moa, porque depois dessa não vai ter Tippi Hedren na parada! Na hora que eu vi a foto, fiquei entusiasmada! Fiz um malabarismo pra pega-la, pois ela estava bem no alto. Usei um livro, e fiz cair uma delas. E fui toda serelepe pagar [0,85cents!]. Quem vê uma cena dessas não deve entender…. Mas eu sou realmente louca pela Kim Novak!

  • Share on:

história da carochona

*

O Susie Hotel fica bem ali naquela fronteira sem delimitações entre Chinatown e North Beach. E quem se hospeda lá tem que ter braveza e coragem. A aparência do lugar é terrível. Mas como o Chelsea Hotel virou um muquifo famoso em New York, por quê o nosso Susie Hotel em San Francisco não pode ficar também?

susie.jpg

A lenda conta que no Susie Hotel travaram-se batalhas sangrentas entre gangues estrangeiras. Esperando pelos hóspedes inocentes, a máfia italiana dos vírus da Hepatite C jogava pôquer numa mesinha no basement mal iluminado. Todos fumando charuto e tomando vinho, como bons carcamanos.
Mas a máfia chinesa das baratas lutadoras de kung fu nunca deixou a máfia italiana em paz. Eles queriam dominar o território do Susie Hotel e vez e outra investiam contra os vírus da Hepatite C. Estes empunhavam rápidamente suas metralhadoras, tentando aniquilar as traiçoeiros rastejantes baratas, que chegavam super equipadas com faixas na testa, tchacos e espadas afiadas de samurai.
Poucos testemunharam essas batalhas pestonhentas e sairam vivos para contar a história. Mas lendas correm de boca em boca pelas ruas de Chinatown e North Beach. Conta-se também de dias onde a máfia de pulgas e percevejos russos investiram seus batalhões rígidamente treinados, na intenção de dominar o Susie Hotel. Mas essa é outra estória, que eu vou contar outra hora.

  • Share on:

o passado não condena