The Blues

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A rede PBS iniciou ontem uma série de sete filmes chamada The Blues. Os filmes de uma hora e meia cada, foram produzidos pelo cineasta Martin Scorsese e dirigidos por sete diretores diferentes. Ontem vimos o primeiro deles, Feel Like Going Home, dirigido por Martin Scorsese, onde o músico Corey Harris viaja do Mississipi ao Oeste da África, resgatando os músicos do passado e seus antepassados e ligações africanas. Esse primeiro programa deve ser o mais histórico, pois relata um pouco da base do Blues e seus nomes mais importantes: Charles Patton, Son House, Robert Johnson, John Lee Hooker e Muddy Waters. Sem esquecer de frisar a importância de Alan Lomax e o seu trabalho extenso de garimpagem e gravação de músicos, feito durante a década de quarenta. Se não fosse por Lomax muitos desses músicos importantes do Blues teriam sido fadados ao esquecimento. O filme não trouxe nada de novo ou nada que eu já não soubesse. Mas fez um apanhado histórico básico de uma maneira bonita e simples. Corey Harris conversa, entrevista e faz algumas jams com alguns dos remanescentes do velho Blues. Keb Mo’ também dá uma canja e a viagem á África amarra toda a história com classe e emoção.
Hoje teremos The Soul of a Man dirigido por Wim Wenders.
Os próximos serão The Road to Memphis por Richard Pearce, Warming by the Devil’s Fire por Charles Burnett, Godfathers and Sons por Marc Levin, Red, White & Blues por Mike Figgis e Piano Blues por Clint Eastwood. Um filme por dia, até sábado, dia quatro de outubro.
Essa produção do Scorsese e uma série de cds compilando as músicas dos filmes, faz parte das celebrações deste ano de 2003, que foi declarado o Ano do Blues.

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off we go!

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Como eu pude ser tão clueless na segunda-feira passada e não perceber que não podia ser dia de aula, pois o campus estava vazio!
Hoje sim o negócio estava fervendo! As aulas se iniciaram na quinta-feira, mas só hoje que o pessoal engatou primeira e caiu na real.
Perdi hora de manhã e tive que dar um pequeno sprint até o prédio onde eu iria ter aula. E não foi fácil, porque você tem que prestar atenção nas trezentas mil bicicletas, indo e vindo. Fora o pessoal caminhando, atrasado, como você. Um caos! As aulas sempre terminam dez minutos antes ou começam dez minutos depois, pro pessoal ter tempo de correr de uma classe pra outra ou de um prédio pro outro. Então em determinadas horas, o campus fica lotado de gente correndo ou pedalando. E é bem nessa hora em que você também está correndo ou pedalando pra chegar na sua classe!
Adorei a professora, que é dinâmica, divertida e simpática. Fiquei pensando como deve ser trabalhar com ela… A classe vai ser bem interessante, mas já me deu um friozão na barriga saber que vamos ter projetos e apresentações em grupo. Essa vai ser outra classe que vai me colocar no spotlight e me fazer falar e me enturmar. Já me dá um suarão, uma tremeção, um medão…. Mas enfrentar-lo-ei, com coragem! haha!
E já estou num grupinho: eu, três californianas e uma francesa [parisiense]. Pelo menos não sou a única gringa da classe…. ufa!

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acidentes acontecem

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Nosso vizinho Dave sumiu por várias semanas. Nós, enxeridos que somos, logo imaginamos que ele estivesse viajando por aí, pela Europa com certeza. E estava mesmo! Só que voltou todo estrupiado, com o tronco e braço engessados, pálido…. Ele caiu de uma montanha na Itália. Estava escalando e pumba, caiu… Disse que não morreu por milagre. O Dave é o tipo atlético, que corre, nada, anda de bicicleta todo equipado, participa da maratona. Pra nós, que não temos esse pique, essa história do Dave cair da montanha é puro non sense. Como pode alguém viajar tantos mil quilômetros, ir até o outro lado do mundo, para escalar uma montanha [e cair dela]?? Não faz sentido… Nunquinha nessa vida que eu iria pra Itália ficar perdendo meu tempo escalando [e caindo ] de uma montanha. Eu até iria até a montanha, pra ficar lá embaixo, fotografando, admirando, fazendo um picnic, lendo um livro com a montanha me olhando, coisas leves desse tipo. Talvez seja por isso que eu nunca quebrei nem um ossinho em toda a minha vida…. toctoc!

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pre-school

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gabe&friends

[Gabriel e seus amigos – Escola Arco-Iris – Campinas – 1985 – Quem acerta qual desses menininhos é ele? Uma dica: é o mais FOFO, claro!! ]

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fresquinhos

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Descasquei, salguei, fervi e torrei um sacãozão de pistachios frescos que o Ursão trouxe da fazenda…. Vou falar uma coisa: não vale à pena. Melhor comprar pronto, porque só a descascação já deu pra cansar…. e nunca fica igual ao comprado na loja.

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dedicação

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Só pra vocês terem uma idéia e não acharem que eu sou reclamona sem motivo: O senhor Ursão ficou duas semanas, inclusive um final de semana inteiro, na Paramount Farm perto de Fresno, preparando umas máquinas [colheitadeiras robóticas de pistachio] que vão ser testadas durante a colheita. Chegou no sábado de madrugada, às 3:30am. Ficou o dia todo ao telefone, porque uma das máquinas resolveu não funcionar e ninguém lá na fazenda sabe o que está acontecendo e como consertar. Passou o dia dando instruções pelo telefone e tentando achar o Brian, o seu orientado de PhD, pra ir até lá no lugar dele, porque ele esta atolado de outras coisas pra fazer aqui. Não achou o cara e decidiu ir ele mesmo. Saiu sábado às 9pm e me ligou às 2 am, quando chegou lá. Eu fico enjoada, preocupada, chateada, mas tenho que admitir que são poucos por aí como ele.
Um dos caras da fazenda também passou o dia tentando localizar o Brian. Finalmente alguém atendeu o telefone na casa do estudante e era a avó dele. Mais tarde o cara relatou o diálogo que teve com a senhora ….
– is Brian there?
– no, he is fishing.
– FISHING???????????
– yes, he went up north fishing.
– well, his professor is working twenty hours per day and he is fishing! nice!
Depois ele confessou pro Ursão que falou demais….. a pobre velhinha não tinha nada a ver com o ‘peixe’!

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Thirteen

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Uns dias depois de assistir Thirteen, o primeiro filme da diretora Catherine Hardwicke, eu estava numa loja de roupas quando vi ao meu lado uma menina de no máximo doze anos. Levei um susto, pois ela era a réplica real e chocante das meninas do filme. Boca pintada de batom vermelho, calça justíssima, blusinha decotada, cabelos longos e pose sensual. Elas existem sim. Podem não fazer parte da minha realidade, mas estão por aí, Lolitas do nosso decadente século vinte e um.
Thirteen é a história de Tracy [Evan Rachel Wood], uma menina de treze anos que tem uma vida normal num suburbio do sul da Califórnia. Ela freqüenta a sétima série do primário, tem um grupo de amiguinhas, faz baby sitter pros filhos das amigas da mãe, escreve poesias, tem a cama coberta de bichinhos de pelúcia e fotos de artistas colados na parede do quarto. Tudo aparentemente comum até Tracy cruzar com a menina mais popular da escola, Evie [Nikki Reed] e ficar fascinada por ela. Tracy quer ser aceita por Evie, quer ser como Evie e vai fazer o que precisar pra conseguir conquistar a nova amiga. Ela rouba uma carteira cheia de dinheiro e leva a menina para fazer compras numa das ruas mais caras e estilosas de Los Angeles. Esse é o ritual de passagem de Tracy, que depois disso começa a se vestir como Evie, agir e pensar como Evie. A mudança é radical e assustadora. De menina comum, ela se tranforma numa pequena prostituta. Usa drogas, adota uma atitude promíscua e enfrenta a família com agressividade e arrogância.
Acompanhar a mudança de Tracy é uma viagem aterrorizante. No filme, como na vida real, a reação da família é de incredulidade e paralisia. Evie praticamente passa a morar no quarto de Tracy. Ela mente, é manipuladora, mau caráter, vende drogas, rouba e Tracy entra no esquema da amiga sem piscar um olho.
Um dos grandes medos de quem tem filhos adolescentes é a pressão e a má influência dos amigos. No caso do filme, não teve mãe compreensiva [Holly Hunter numa atuação que muitos já estão comentando que pode valer um Oscar] , boazinha e amiga que pudesse evitar a catástrofe que iria acontecer na vida da filha.
Mas olhar para os lados nos páteos das escolas, corredores de shopping centers ou ali mesmo ao seu lado numa loja de roupas, e ver réplicas de Tracys e Evies, é o que torna o filme mais aterrorizante. Elas não são ficção…..

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sapão

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Vez e outra eu me lembro de um sapão que eu tenho entalado na minha garganta e tenho vontade de chutar umas latas, porque eu odeio quando alguém me julga ou tira conclusões sobre mim ou meus atos, sem ao menos me conhecer direito ou falar comigo ou me perguntar se foi isso mesmo, se a história confere.
É de lascar a lenha você ficar sabendo que alguém comentou com um amigo seu que você não fez algo porque não quis, quando a verdade é que você não fez porque não conseguiu e realmente não deu…..
[gholkmhphfthd……]

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Anything Else

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Fui ver a nova comédia romântica do Woody Allen, com New York de cenário, Billie Holiday de trilha sonora, muitos diálogos engraçados e nenhum beijo entre o Allen e alguma atriz jovenzinha! [uau!!!!]
Anything Else é um filme divertido. Não é uma obra-prima, mas entretem, faz rir, é gostoso de ver. E acho que vai redimir a carreira do Jason Biggs, que parecia estar fadado a protagonizar comédiazinhas idiotas do estilo de American Pie e suas inúmeras seqüências chatas.
Jason Biggs é Jerry Falk, um rapaz judeu que escreve texto para comediantes e aspira ser um escritor sério. Ele tem problemas em todos os tipos de relacionamento em que se involve. Tem problemas com as namoradas, com o seu manager e até com o seu psiquiatra. Ele não consegue ser assertivo, nem dar um basta ou um pé na bunda de ninguém. Numa reunião de negócio ele conhece David Dobel [ Woody Allen, outro escritor de comédia nas horas vagas. Dolbel e Falk tornam-se amigos. O personagem de Allen poderia ser encarado como um tipo de ‘grilo falante’ verborrágico, ranzinza e esquentadinho, que aos poucos vai fazendo com que o amigo perceba e vá mudando suas atitudes com relação à namorada neurótica, Amanda [Christina Ricci] e o seu manager chantagista e dominador [Danny DeVito].
Anything Else é um Woody Allen regular. Mas um diretor não precisa ser sempre super genial para ser apreciado, com um bom saco de pipoca numa sessão quase vazia de quinta-feira à noite.

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barraco

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Ontem teve um debate entre os candidatos mais fortes para substituir o governador Gray Davis no governo da Califórnia. Participaram o Arnold Schwarzenegger, a Arianna Huffington, o Cruz Bustamante, o Peter Camejo e o Tom McClintock. Eu não assisti ao debate, mas ouvi alguns comentários no telejornal local. Parece que foi aquele barraco, com todo mundo falando alto e ao mesmo tempo…. típico.
Eu desconfio de político. Não tenho partido, não simpatizo com ninguém. Já fui mais engajada. Lembro do meu encanto com a democracia parlamentarista canadense. Até o dia que ouvi o discurso do líder quebecois da época, logo após eles perderem o plebiscito de Yes/No para a separação da província [outra coisa politicamente idiota]. Fiquei chocada com a calhordice! Cheguei à conclusão cética de que político ruim é igual em toda parte do mundo. Ninguém escapa dessa corja….

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o passado não condena