Deus Carrey

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Eu não estou nem um pouco a fim de ver The Matrix Reloaded, mas estou animadíssima para ver Jim Carrey com poderes divinos em Bruce Almighty, que estréia hoje. Carrey de volta à comédia – estilo em que ele é, na minha opinião, o melhor!

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HMS Pinafore

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Eu fiz um erro de julgamento, achando que a ópera bufa HMS Pinafore dos ingleses Gilbert e Sullivan , seria uma chatice. Me surpreendi com a delícia das músicas, o humor dos diálogos, os cenários e figurinos impecáveis, e com o profissionalismo do grupo da UCDavis, que montou o espetáculo.
A ópera comica de dois atos, com música de Sir Arthur Sullivan e texto de W. S. Gilbert estreou em 1878 em Londres e desde então tornou-se um clássico. A história se passa em um navio da marinha da rainha Vitória, o Pinafore. O capitão do navio planeja o casamento de sua filha com um alto e pomposo funcionário da rainha, mas ela está apaixonada por um marinheiro, um homem de posição social inferior à dela.
Me diverti muito, nas duas horas e quinze minutos de cantorias no HMS Pinafore. Aplaudi com entusiasmo e fiquei orgulhosa que uma produção de Davis tivesse tanto profissionalismo e qualidade.
Só uma coisinha me incomodou: um dos sailors do navio inglês era um ator japonês com cabelos compridos e loiros. Acho pouco provável que se pudesse encontrar um japones loiro nos navios da rainha Vitória, no século 19!

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janela

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Eu tenho muitas janelas pra olhar o mundo lá fora. Por uma delas eu vejo o menino ruivo, que me faz lembrar as fotos do Ursão pequeno. Ouço as vozes e torço o pescoço em direção à primeira janela da esquerda por onde vejo a casa cor-de-salmão da esquina, onde mora um casal de antropólogos canadenses com o seu filhinho ruivo. Eu presencio o ritual do pai levando o menino para a escola pela manhã. Quando as duas casas vagaram aqui no Aggie Village, eles foram os primeiros a serem sorteados para comprar a casa salmão da esquina. Nosso nome foi sorteado depois, para comprar a casa azul. Eu sempre penso que poderíamos estar na casa deles e eles na nossa. Foi tudo uma questão de sorte e destino. Quando nos conhecemos e ela contou que era de Calgary, nós exclamamos alegremente ‘Ah, vocês que são os canadenses?!’. Nós temos a sorte e o país deles em comum, além da ruivice do menino….

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batombatombatom

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Não sei se eu sempre fui ou se estou ficando assim, mas eu ando meio desconectada. A impressão é que meus pensamentos e idéias não cabem todos dentro da minha cachola. Vou tentar descrever uma cena característica dessa minha atual desconexão, para ilustrar a situação:
Eu comprei uns batons novos e esqueci na bolsa que está no armário do hall de entrada. Eu quero trazê-los aqui pra cima, mais precisamente para a minha caixinha de make up que fica no banheiro. Estou no banheiro e lembro dos batons. Se eu parar de pensar neles vou esquecer em segundos que queria trazê-los pro banheiro. Eu saio do banheiro e caminho pelo corredor, desço as escadas, me distraio por um segundo quando chego na sala, me recomponho rápidamente, viro em direção ao corredor do hall e finalmente chego no armário de entrada, onde está a bolsa com os batons. Pareceu fácil, né? Mas não foi nem um pouco. A concentração mental que veu tive que fazer para não deixar a lembrança dos batons escapar, foi exaustiva. Do banheiro até o armário eu tive pensar nos batons fixamente.
“batom, batom, batom, batom, batom, batom, batom, batom, batom, batom, batom, batom,batom, batom, batom, batom, batom, batom, batom, batom, batom, batom, batom, batom, batom, batom, batom, batom, batom, batom, batom, batom”
Se eu não fizer isso, me distraio nos primeiros dez passos, esqueço o que queria fazer e em questão de segundos já vou estar com a atenção voltada para outra idéia, fazendo outra coisa e os batons, baubau!
Sim, consegui levar os batons pro banheiro! Aliás, um deles eu comprei porque a propaganda afirmava que esse novo produto é o mais duradouro dos batons do mercado e deve ficar ‘incontáveis horas’ nos lábios [e eu ainda acredito]. Aposto todas como pra mim não vai durar nem meia hora….

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pelo jeito ja é verão

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Na terça-feira meu vizinho do jardim perfeito deu uma festa. Tinha muita gente na casa. Pela cerca do quintal podíamos ouvir o barulho de copos, talheres e o conversê animadíssimo. Na hora que fui tomar banho, não resisti e dei uma espiadela pela janela do meu banheiro, de onde dá pra ver o quintal do Jeff. Tinha muita gente, todos sentados em cadeiras em cima do gramado, segurando pratos ou copos e conversando. Fiquei com a sensação de que não fui convidada e com vontade de fazer uma festa assim também. Claro que se a festa fosse aqui, meus amigos não iriam ficar sentadinhos, a música iria estar mais alta e a conversa muiiiiito mais animada. Mas festa dá sempre uma sensação boa, mesmo quando é na casa do seu vizinho.
Quarta-feira o calorão chegou. Fez 96ºF e pra quem estava usando casaco e meias ainda outro dia, esse número foi praticamente um choque. Eu saí e esqueci as janelas dos quartos abertas. Erro fatal! Não teve jeito de fazer a temperatura do meu office baixar e o lugar ficar habitável. Liguei o a/c, fechei a porta e deixei estar. A parte de baixo da casa, por outro lado, fica uma delícia de fresquinha. Preciso de um laptop e uma tevê na cozinha! No jantar devorei meia melancia e comi um prato frio: salada de salmão grelhado [sobra] com milho verde e coentro fresco, sour cream e nachos. O banho da noite foi frio.
Nesta quinta-feira eu estou desanimada, pois além do calor, vou ter que trabalhar no Mondavi Center num show que parece meio chato…. HMS Pinafore. Li no jornal que o dia de hoje vai ser mais quente que o de ontem. Só que hoje eu não vou marcar bobeira e já vou fechar a casa e ligar o ar na hora do almoço. Todo ano é a mesma história, o mesmo verão seco e tórrido, as mesmas técnicas de sobrevivência. A casa mudou, mas o calor contínua o mesmo!

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Wonderland

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Quando eu li que o Val Kilmer iria viver o pintudo-pornô John Holmes, no filme Wonderland do diretor James Cox, fiquei com a sensação de que ali teria ocorrido um ‘miscasting’.
Mas agora vi uma foto do Kilmer como Holmes e meu queixo caiu. Holmes era feio, sujo e fazia qualquer coisa por drogas [até prostituía a namorada]. Kilmer tem aquela cara bonitinha….. Ele até já fez um sujo drogado, mas era o Jim Morrison, então não dá nem pra comparar.
John Holmes, que já foi retratado em versão light no filme Boogie Nights, foi um ator de filmes pornográficos que ficou famoso pelo tamanho exagerado do seu instrumento de trabalho [nos filmes!]. Ele conseguiu se envolver num crime horrorendo ligado à drogas, em 1981 e morreu em 1988, de complicações decorrentes da Aids.
Vamos poder ver Val Kilmer descer ao submundo de John Holmes em agosto.

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engasgo

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Eu fico louca da cara quando tenho episódios onde falo como uma demente, faço erros básicos, tropeço na gramática, falo palavras erradas, esqueço vocabulário…. gaguejo. Isso quando eu não fico com a sensação de que falei demais, atravessei a linha do sensato, pisei no tomate, dei uma gafe, meti os pés pelas mãos. A situação só piora se eu vejo um olhar de tédio ou um bocejo sufocado do outro lado.
Não há como prevenir ou remediar esses ataques do meu gene recessivo, então a única solução é me fingir de morta e só abrir os olhos novamente quando as tropas de combate já estiverem fora do campo de visão.

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e tome nota

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Hoje teve papo com a professora phd em comunicação e tagarela que não conhece weblogs depois da aula, troca geral de password e filtragem nos e-mails, cinco bolachinhas, três garfadas de salada de batata e Pepsi de almoço, supermercado com frutas de verão, Martha Stewart Magazine, visita semanal à horta orgânica, leitura dos jornais acumulados, estudantes tomando sol na piscina, só junk mail na caixa do correio, fotolog de Davis, record de velocidade lavando e ziplogando legumes e verduras, baby oil gel de camomila da Jonhson, Rolling Stones tocando no carro e na cozinha, espaguetti com brócolis, tomate e orégano fresco, pãozinho com manteiga e Pepsi outra vez no jantar, papo com Ursão, setenta e dois graus internos, comentários da Bia e do Carlão, shorts e camiseta, pés descalços, nariz seco, receita de cuscuz do Sam, televisão, compulsão pra escrever e resumir tudo em listas, que sempre acaba servindo pra encher lingüiça aqui neste blog…..

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multi-task

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Nos meus anos aborrecentes, eu lia três livros ao mesmo tempo e estudava e fazia lição de casa escutando música e vendo tevê. Hoje em dia o máximo que consigo fazer é tirar o pó dos móveis enquanto falo ao telefone. Mas ontem tentei voltar aos velhos tempos, lendo uma reportagem sobre o nightclub Area [cheia de pequenos depoimentos e fotos bacanérrimas] e assistindo Metropolis do Fritz Lang. O filme alemão é muito hipnótico e eu fiquei praticamente vesga, prestando atenção nas imagens na tela da tevê e nas legendas que costuravam a história, e tentando ler a revista com o rabo de um olho. Consegui ver o filme e ler a revista! hooray!

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o passado não condena