Goin’ Postal

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Fui ao Post Office enviar uns pacotes que já estavam criando teias de aranhas. Como fiz tudo registrado, fiquei um tempão no guichê, até o funcionário [super simpático e conversador] pesar todos os pacotinhos, colar todos os selinhos e bater todos os carimbinhos. Quando eu cheguei, já vi um rapaz oriental sendo atendido por um dos funcionários. Não sei o que aconteceu no meio tempo, mas de repente ele estava entrando na área reservada aos empregados. Chamaram a gerente, que veio conversar com o rapaz, que obviamente não falava inglês direito. Eu não estava prestando atenção na conversa deles, mas tive que olhar quando a gerente levantou a voz dizendo “você está gritando, se descontrolando e se você não se acalmar eu vou chamar a polícia!”. Todo mundo na fila e nos guichês ficou de orelha em pé. Pelo que a gerente argumentava. eu entendi que algo aconteceu com um pacote que o rapaz teria que receber. Ele dizia “no, please, please help me…” e logo em seguida ficava todo nervoso e descontrolado novamente. De repente ele saiu louco da vida, soltando fogo pelas ventas e foi embora. Ficou todo mundo paralisado por uns segundos.
Eu tenho verdadeiro horror de conflito. Quando uma briga ou qualquer situação agressiva acontece perto de mim, eu imediatamente fico nervosa e começo a suar. E aqui nos EUA eu tenho sempre uma paranóia de que alguém vai voltar armado e metralhar todo mundo. Ainda mais numa agência do correio. Sabe o significado da gíria “Goin’ Postal” ?? Pois é…..

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conversa de costureira

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Um site fofíssimo, que eu tenho guardado no meu bookmarks há muito tempo: Sew Wrong. É um blog/site de três garotas que conversam sobre costura! Delicioso! Dá até vontade de voltar naquela loja de tecidos maravilhosa lá de Oakland [Poppy].

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Kings Rule!

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Onde quer que se vá em Sacramento, vemos faixas com os dizeres Go Kings!. É que o time de basquete da cidade – o Sacramento Kings – se classificou pra final [que será contra os Lakers de Los Angeles, se não me engano]. É a final daqui da costa oeste. Os sacramentianos estão felicíssimos! O Ursão também! Ele é um super fã dos Kings. Vocês precisavam ver o sorrisão de felicidade estampado na cara dele no dia que o time se classificou!! Então. pra deixar o Ursão ainda mais contente, vou engrossar o coro:

GO KINGS!
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caller ID

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Minha secretária eletrônica – dessas no mesmo corpo do telefone – já estava muito velha e começou a dar pau. Gravava a mensagem, mas eu não conseguia ouvir. Um monte de gente deixou recado aqui e eu não consegui escutar [se foi você, liga de novo, tá??]. Tava um saco! Eu desliguei por uns dias e ontem comprei outra. Desta vez escolhi uma com caller id e mandei ativar o serviço na Pac Bell. Agora eu sei exatamente quem está me ligando. Nome e sobrenome. E agora também sei quando as ligações são dos malditos telemarketers. Que maravilha de serviço! Por que eu não pensei nisso antes…….??!!

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The Blues Brothers

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…. E a atração musical da reprise do SNL de ontem era The Blues Brothers – os originais John Belushi e Dan Aykroyd. Eles fizeram dois números. O Ursão comentou como pode certos artistas serem tão bons em tudo o que fazem. Bons atores, bons cantores… E ainda são carismáticos. Ver o Dan Aykroyd dançar já é um show!

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Deja Vu

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Ontem eu consegui uma hora pra ver tv. Das reprises que o canal E! está fazendo do Saturday Night Live, a que eu vi ontem foi interessante – vai ver foi proposital. A apresentadora e convidada especial do programa era a Carrie Fisher, que fez a apresentação inicial vestida de Princesa Lea. É quase irônico, na véspera da estréia do Attack of the Clones – todo feito com a tecnologia deste século – a gente ver a roupinha da Princesa Lea no SNL. Ela ficou parecendo uma fantasia barata de Halloween, perto dos figurinos high tech que a Princesa Amidala da Natalie Portman usa nos filmes novos. Eu não vi o último Star Wars, nem vou ver esse novo. Star Wars deu pra mim, no século passado, quando eu era mais impressionável.

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California Dream

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Viver na Califórnia é………… ver um casal de amish de roupas típicas dirigindo um mustang vermelho-cor-de-sangue na freeway.

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i pity the poor immigrant

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A minha primeira experiência no INS de Sacramento foi traumática. Eu tinha acabado de chegar na Califórnia, já tinha feito toda a papelada pro Work Permit e tinha até emprego, mas não podia trabalhar enquanto a carteira não chegasse. O professor da UCDavis que trabalha com o Ursão, tentando ajudar, sugeriu que eu levasse os papéis direto até o INS, pra ver se apressava a coisa. Na ignorância eu fui. Cheguei, peguei um número, sentei num banco duro, numa sala cheia de gente de todo canto do mundo e esperei……. por SEIS [6] horas. Quando finalmente chegou a vez do meu número, eu fui toda serelepe até o guichê. O funcionário olhou meus documentos e falou ” você tem visto J2? o seu caso não é aqui. você tem que mandar tudo pelo correio para Laguna Niguel. É o único jeito. “. Depois de esperar por seis horas, eu fiquei balbuciando palavras desconexas, de tão perplexa que estava – meu primeiro encontro com a burocracia norte-americana. O cara nem se importou com o meu estado de choque. Disse “take it as a lesson!” e fechou a portinha do guichê na minha cara. Eu aprendi a minha lição…… Nunca mais voltei ao INS, porque dali em diante tudo foi feito pelo correio e, mais tarde, através do nosso advogado. Hoje quebrei o jejum de cinco anos. Fui ao INS.
Acho que agora foi a ÚLTIMA etapa desse caminho que parece não ter fim. Fomos ajustar nosso status de imigrante [permanent resident]. Esperamos somente duas horas e meia. Daqui duas semanas receberemos o green card pelo correio. Agora chega, né? Essa história já encheu o saco.
Desta vez, mais carcomida e esperta, já fiquei esperando pelo pior. Estava achando que iríamos ficar muito mais tempo lá dentro. Desta vez também observei com cuidado a ‘dança’ da burocracia. Eram nove guichês, mas só três estavam atendendo o público. Eram três tipos de numeração. A começando do zero [que estava indo mais ou menos], a nos duzentos [que era a mais devagar – eles atenderam sete pessoas em três horas] e a dos trezentos, onde nós estávamos. Os funcionários são todos negros, latinos ou orientais. Nenhum deles esboça nem o mais leve sorriso. Atendem você como se atendessem um aspirador de pó encrencado na assistência técnica. São mecânicos, sem emoção e ficam perguntando coisas estúpidas pra te deixar nervoso. As pessoas sentadas nos bancos trazem cobertores, lanchinho, as crianças brincam, brigam e assistem tv. Se ouve gente conversando em todas as línguas. Duas muçulmanas estudavam, comiam sanduiches e dormiam. Um casal com cara de intelectual resolvia problemas matemáticos e comiam umas maçãs, que eles cortavam com uma faquinha de plástico e recheavam com peanut butter, vinda de um pote que tiravam de dentro da bolsa. Uns mexicanos de chapéu conversavam alto. Indianos, uma familia russa com seis filhos. Uma verdadeira babel. Dizem que o INS está se modernizando e melhorando. O pior INS do país é o do estado da Califórnia, que tem o maior número de pedidos de imigração e de problemas com estrangeiros. Felizmente desta vez foram só algumas horas. E quando penso nisso, levanto as mãos pro céu que não estou em Los Angeles! Afêe….!

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The Basement Tapes

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Alguns anos atrás, lá na província de Saskatchewan, eu fui buscar um amigo e seu violão no aeroporto. Ele vinha de Ottawa, carregando o seu precioso instrumento e a expectativa de conhecer a amiga brasileira. Eu fiz aquelas bobeiras que toda gente tímida em total nervos descontrol faz: deixei ele me procurar que nem uma barata tonta e fiquei de pé ao lado dele sorrindo cheia de dentes esperando ele me reconhecer. Que péssima primeira impressão o Robert teve de mim! Mas o resto é história. Nos conhecemos e selamos uma amizade que não tem preço. Naquele final de semana que ele passou comigo em Saska, nós fizemos um sarau onde ele tocou e cantou. Primeiro música brasileira – que era uma das paixões dele na época – depois cantamos o Blues do Robert Johnson e hinos do Dylan. Foi uma das raras vezes que eu soltei a minha voz desafinada e cantei bem alto! Tava cantando meus ídolos, né? Junto com o meu melhor amigo!
Hoje no correio um pacote – um cd home made com dedicatória e intitulado “Basement Tapes” [hint!] com covers de Neil Young, Robert Johnson, Dylan e muito mais. Violão acústico, gaita e voz do Robert! Ouvindo o cd foi como voltar no tempo, ter um pedacinho de um momento tão distante revivido. A voz amiga, com um leve sotaque francês cantando como um profissional! U-la-la! Não consegui parar de rir e chorar, naquele meu estilo gospeliano amplamente conhecido por todos. Os números favoritos so far: I Shall Be Released, Sweet Home Chicago [numa versão originalíssima!], Buckets of Rain, For the Turnstiles, Meet me in The Morning, Big Stars Falling Down Blues.

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breathlesssssss

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Jean-Luc Godard fez Breathless em 1960, com Jean-Paul Belmondo e Jean Seberg. Um clássico cult.
Em 1983, Jim McBride fez o remake e americanizou o filme francês. Adaptou a história para Los Angeles e inverteu a nacionalidade dos personagens. O protagonista virou um bandidinho americano [Richard Gere] e o seu objeto de afeição, a francesa Valerie Kaprisky.
Eu revi o remake, domingo na tv. Lembrei de como esse filme me impressionou, quando eu o vi pela primeira vez no cinema no começo da década de 80. Los Angeles era um lugar totalmente distante e desconhecido para mim na época. Ao menos eu era familiar com o som do Jerry Lee Lewis!
O filme é delicioso. O Gere está no alge da sua beleza canalha e a trama é envolvente, apesar de banal. A trilha sonora é dez, as cenas de sexo são mil [and leave me breathlessss!] e eu lembro que até imitei as roupinhas que a atriz francesa usava no filme – tailler com scarpin vermelho e vestidinho com sapatilha.
Andei lendo sobre o novo filme [thriller erótico?] do Adrian LyneUnfaithful. Nele o Richard Gere faz o marido traído pela esposa Diane Lane. O diretor disse em entrevista que o trabalho mais árduo durante as filmagens foi transformar o Gere num homem ‘comum’. Fazer ele perder aquele jeito de andar e de se colocar, que não é nem um pouco trivial. Parece que ele conseguiu – transformou o gigolô americano num regular joe! Essa eu vou ter que ver!

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o passado não condena