trash

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Tem coisa mais trash que passar a noite de sábado vendo o especial de natal da família Osborne, na MTV? E nos comerciais eu pulava pro VH1, pra ver as cem melhores bandas de hard rock do século!
Esse foi o fechamento do dia, que se iniciou com um telefonema surreal. Eu mandei um e-mail para uma pessoa que estava recrutando web workers para trabalhar em casa em regime de meio-peíodo. Perfeito pra mim! O cara me respondeu pronto e combinamos que ele iria me ligar no sábado de manhã. Primeiro o zé mané atrasou o telefonema por meia hora, depois iniciou um papo verborrágico e ficou falando tolices sobre o seu lado espanhol, tipo tentando puxar o meu saco. Mas será o Benedito? Quando eu disse que meu espanhol era fraco, que eu falava português e que era brasileira, o cara desbundou, ‘oh, uau, você é brasileira? então preciso te conhecer!’. Sem noção, falar isso num telefonema de trabalho! Eu respondi ‘você vai ficar muito decepcionado, pois não sou o tipo de brasileira que você está imaginando’ e ele então meteu definitivamente o pé na jaca retrucando ‘por que? por acaso você é gorda?’ AHHHH! Respondi que não era gorda, mas era alta [não sou o seu tipo, jerk!]. Foi pro ralo qualquer possibilidade de trabalhar com esse energumeno.
Os acontecimentos do dia foram rolando morro abaixo a partir daí….. e terminou com o Ozzy & Family me desejando um Merry Christmas. Que dia lixo!

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repeteco

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Mais de três anos escrevendo neste blog já está começando a dar sinais de gastura. Vejo pelos arquivos que já estou recontanto as mesmas histórias. A chuva, a sogra, o inverno em Alaskatoon. Preciso me policiar, porque senão vou ter que acrescentar uma linha extra ao nome deste blog – The Chatterbox Deja Vú….
Mas todo inverno chove. E todo inverno aqui em Davis eu lembro dos meus invernos Alaskatoonais. Eles foram impressionantes. Mas felizmente viraram história!
Ontem fui à festinha de Natal do departamento de Engenharia Agrícola. Todo ano eu passo o convite, sempre feito displicentemente pelo Ursão.
– Você não quer ir, quer?
Como eu já fui em uma dessas festas logo que cheguei aqui, sei porque ele convida desconvidando. É porque essas festas não têm nada a ver comigo. Mas ontem, sei lá por que cargas d’água resolvi ir.
É sempre a mesma coisa. Todo mundo come, bebe, socializa. Depois o chefe do departamento faz discurso, o Papai Noel distribui lembrancinhas, a secretária loira faz piadinhas e todo mundo vai embora. Ontem foi exatamente assim, com a novidade que o Santa tinha um Elf ajudando a dar os presentes e fazendo caretas engraçadinhas. Eu bebi três copos de vinho branco, comi duas fatias de panetone, socializei com um casal de iranianos, outro casal de italianos e com a esposa do chefe do departamento, que eu não conhecia. Outras pessoas vieram dizer oi, me conhecer, porque eu nunca estou presente nessas sociais. Minha desculpa é que eu não tenho roupas apropriadas. Me falta um colete bordado com ornamentos, brincos de árvore de natal e broches de renas combinando com a blusa vermelha e a calça preta. Desculpa ai, hein? Prometo melhorar.

santa & elf
[Santa & Elf no Natal papo-firme do BAE]

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folga

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Como é bom ficar sem fazer nada! Acordar às 9 horas da manhã, confundir o dia da semana, ouvir jazz no ITunes, ler e comentar blogs, procurar receitas para a ceia, olhar a chuva lá fora, ficar de meia e roupão até o meio-dia, escrever cartões de natal e levar no correio, pensar em arrumações da casa, namorar umas peças do catálogo na Ikea, escrever mensagens em listas, browsear por ofertas nas lojas de downtown, cozinhar feijão, decidir sem pressa se monto ou não a árvore de natal neste ano.

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puxa-saquismo

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Eu não me conformo! Como que um animal pode expressar preferências tão descaradas? Preciso, é claro, lembrar que o Senhor Misty não é o primeiro gato que morre de amores pelo Ursão. Todos os gatos que cruzam a nossa vida parecem ter uma atração por ele. Eu juro que me esforço, faço tudo o que posso por esse gatonildo. Converso com ele, limpo o banheiro freqüentemente, compro comida. E ele sempre mantém uma distância segura de mim. Mas bastou o Ursão chegar e abrir a porta da casa, para se observar um gato em estado histérico. Dá até raiva! Ele se derrete todo, se esfrega, dá cabeçadas, rola pelo chão de barriga pra cima, ronrona em alto som. Ontem eu fiquei revoltada, porque esse gato dá preferência descarada para o Ursão! Como que pode? Como que pode???

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leituras

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Estreei meus óculos de leitura desencalhando um livro de short stories que eu tinha há tempos e nunca consegui sentar pra ler. Eu melhorei muito da mania de comprar livros e não ler. Agora eu não compro e não leio… Ou melhor, compro quando quero ler e leio. Esse calhamaço eu comprei por impulso, porque eu tenho esse problema de querer levar tudo quando entro numa livraria. Mas como eu já disse, estou melhorando. Sou capaz de ir na minha vizinha Borders olhar, olhar, e não comprar nada. Mas sinto uma baita inveja das pessoas que lêem muito e estão sempre comentando esse livro ou aquele. Eu passei o ano lendo textos e capítulos de livros de escola. Falta de leitura não é o meu problema, nem mesmo ando com escassez de leitura intelectualizada. O que pega é a falta da leitura por distração, daquela que você faz sem obrigação, na hora que bem quer, do jeito mais confortável.

mynewglasses.jpg

Reli ontem um conto da Flannery O’Connor, que é uma escritora que eu gosto muito. Nesse conto, chamado Greenleaf, ela descreve a relação de uma fazendeira do sul dos EUA com o seu caseiro…. É de enervar! Dá vontade de subir pelas paredes e não espere por um final feliz, porque com a O’Connor isso raramente acontece.
Mas preciso descrever o que foi ler usando óculos. Ohmaigod, que clareza!! Eu andava vendo tudo com um filtro embaçado e nem tinha me tocado!

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o melhor dia

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Fui ao oculista, porque ando tenho dificuldades pra ler. Dito e feito, preciso de um óculoszinho pra leitura. O oculista aconselhou um desses baratotais que a gente compra em qualquer lugar. Comprei o meu na Target, por $12,99. Tá muito bom!
Também fui à Sacramento visitar a Leila e o baby Christopher, que está uma fofurazinha! Fomos juntas ao Trader Joe’s, onde compramos mil gostosuras. Como eu adoro ir ao Trader Joe’s. Sempre que vou lá compro coisas demais, mas é que tudo é tão booommmmm!
De manhã quebrei um potinho cheio de tomates e os cacos ficaram espalhados pela cozinha até de tarde. Nunca vi uma coisa quebrar em tantas mil partes! E o pior é que foi byebye tomates – esses eram alguns dos remanescentes da horta.
Mas o acidente aconteceu por causa das formigas. Agora elas estão do outro lado da cozinha, na parte da pia. E estão me deixando irritada!
Que belo dia, sem ter que pensar em coisa de escola! Mas a melhor sensação é a de ter terminado uma tarefa, fechado um ciclo, completado uma missão.
Por causa de dias como o de hoje é que eu acredito que a terça-feira é mesmo o melhor dia da semana!

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a resposta

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O e-mail resposta chegou na segunda-feira na hora do almoço.


Fernanda,
This is a fabulous paper. I’m leaving it in the box in the AMS office for you to pick up. It includes solid analysis of the cultural contest between the weblogs and the print culture, and it is also well-written and well researched. I revised your grade to an A- (some problems with phrasing and block quotes).
Carolyn

Caso alguém não esteja entendendo porque eu estava tão preocupada com a qualidade e nota desse trabalho, vou explicar. É que esse final paper irá servir como writing sample na minha candidatura à uma vaga na pós-graduação. Por isso tinha que estar muito bem escrito e acabou ficando! E já foi entregue hoje de manhã, junto com as outras mil papeladas. It’s done. Wish me luck, folks!

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be nice to me…

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Voltei pra casa às três da tarde com a boca torta e um adesivo dourado:

“Be nice to me….. I just had a root canal!”

Foram duas horas e meia deitada na cadeira, com quatro bathroom breaks [eu tenho aquele problema do xixi], tudo isso porque algum outro dentista qualquer [não vou dizer quem, mas vou dar a dica do bigodinho] fez uma cagada quando eu ainda era adolescente. Este dentista, especialista em tratamento de canal, não podia acreditar como que eu nunca tive problema com esse dentão do fundo. A minha dentista, especialista em clientes neuróticos, se disse revoltada com o serviço mal feito. Mas o dentão nunca deu problema. Mas depois que se descobriu a inflamação, fui obrigada a tratar. Arrancar, jamais! Quero morrer com todos os meus dentes na boca, custe o que custar!

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o passado não condena